Em Portugal, o fenómeno do consumo de drogas ilícitas evolui
significativamente, a partir do final dos anos 70 e princípio dos anos 80,
nesse sentido, alguns pais que durante a adolescência consumiram drogas
socialmente, podem erradamente negligenciar sinais e sintomas da dependência
nos seus filhos. Alguns relatos de pais: "Eu também usei drogas, mas nunca tive
problemas de dependência, e quando soube que o meu filho, também consumia,
presumi, erradamente, que ele nunca iria desenvolver uma dependência. Quando o
confrontei com o assunto, já foi tarde demais. Ele estava dependente."
Sabe porque é que os adolescentes consomem drogas ilícitas? Por
curiosidade, desafiar o perigo, para relaxar, para quebrar o tédio, o
aborrecimento e para se integrarem num determinado grupo de pares. De início o
consumo de drogas é frequentemente associado ao lazer e ao convívio. Algumas
pessoas, mais vulneráveis, prolongam o consumo; aumentam a frequência, a
duração e a intensidade.
Alguns factores que contribuem para a dependência de drogas
no individuo.
1. Usar drogas antes e durante a adolescência.
2. Trauma: Abuso
emocional, físico e/ou sexual
3. Historial de dependência de drogas na família.
Apesar de não existir consenso entre investigadores sobre os factores
genéticos, uma criança que testemunhe consumo ou abuso de drogas, por pessoas
significativas, pode crescer com a crença de que usar drogas é OK.
Se você tem filhos adolescentes sabia que as probabilidades
de eles um dia consumirem drogas são reais? Eles podem parecer, de
acordo com a sua avaliação, indivíduos que sabem o que querem da vida e seguros das suas
decisões, mas o seu cérebro ainda não totalmente desenvolvido e isso significa
que a capacidade de avaliar e tomar decisões seja diferente daquela que você
pensa que eles têm na realidade.
Um dos motivos pelas quais, a maioria dos pais, reage com
indignação, negação e/ou pânico quando toma conhecimento de que um dos seus
filhos é consumidor de drogas ilícitas está relacionado com a seguinte crença:
Mito: O problema das drogas e as dependências só acontecem aos
outros.
Realidade: Um individuo que deseje consumir drogas não
precisa de fazer um grande esforço/sacrifício para satisfazer a sua vontade. A
oferta das drogas supera a procura.
A cultura associada às drogas ilícitas, o canábis, que promove
o consumo, como “droga leve” desvaloriza e nega a investigação cientifica e o
conhecimento empírico dos profissionais que trabalham na área das dependências.
Parte dessa cultura está assente no lucro, em detrimento da saúde das pessoas.
Segundo algumas previsões, nos EUA, sobre os lucros da venda legal de canábis
rondam os 3 mil milhões de dólares. Em Portugal, não existe maturidade política
e legislação que monitorizem os efeitos da publicidade (técnicas agressivas de marketing) e salvaguardar o direito do
individuo à informação, à prevenção e ao tratamento do impacto das drogas na
saúde, incluindo o apoio às famílias afectadas pelas consequências negativas,
incluindo as crianças. Podemos retirar um exemplo do fenómeno em relação ao
álcool. O álcool, como se sabe, é um problema de saúde pública, todavia, os
lucros da indústria do álcool (milhões de euros) e os interesses (lobbies
capitalistas) estão acima do direito das pessoas – saúde. De acordo com a minha
opinião, infelizmente o mesmo fenómeno irá acontecer com venda e o consumo da
canábis. Nos últimos dez anos, os casos de indivíduos que procuram ajuda
profissional, derivado ao consumo excessivo de canábis (marijuana e haxixe),
tem aumentado significativamente.
Sabia que o consumo de canábis, vulgo marijuana (planta) e
haxixe (resina), em doses elevadas podem conduzir a situações de elevada
ansiedade, pânico e até a episódios de esquizofrenia. É um mito e errado
classificar estas substâncias psicoactivas, como drogas leves. De acordo com o
seu conhecimento, o álcool é uma droga «leve» ou «dura»?
«O consumo excessivo de canábis não mata, mas pode conduzir
à loucura.»