Campanha publicitária "Há conversas mais fáceis" visa sensibilizar os pais de filhos até 18 anos sobre os riscos do abuso de bebidas alcoólicas. Esta iniciativa foi promovida pelo Clube de Criativos de Portugal, em parceria com o Serviço de Intervenção dos Comportamentos Adictivos e Auto Regulação Publicitária. Autores dos cartazes Roberta Batista e Gonçalo Martinho
Bem vindo à Prevenção das Dependências - Uma cultura diferente e activa.
segunda-feira, 27 de novembro de 2017
quarta-feira, 1 de novembro de 2017
Retiro Espiritual Online - Programa Desenvolvimento Pessoal @ - Kit
Retiro online pioneiro e inovador.
Importante: Todos os seus dados são mantidos sob o mais rigoroso sigilo (confidencialidade). Durante 30 dias consecutivos pode participar num Retiro Espiritual – momentos iluminados de inspiração apelando:
- À intuição e à curiosidade (mente aberta).
- À fé (conexão/crenças morais universais espirituais) num Poder Superior/Espírito Criador, conforme você O/A concebe, (religioso ou não). Por exemplo, Deus, Alá, Ensinamentos do Buda, Deusa, Deuses, Anjo, Natureza, etc. O conceito espiritual, neste retiro, visa reforçar as suas próprias crenças individuais, a relação com as outras pessoas e com um mundo transcendental e imaterial, não religioso, com ou sem dogmas e/ou divindades. Você é que decide em quem acredita e o quê; o importante é acreditar. O objetivo do retiro é enriquecer a sua literacia emocional/espiritual e não determinar quaisquer crenças/valores.
- À oração e à meditação (monitorizar qualidade de pensamentos),
- À tolerância e à esperança contra o preconceito,
- Aos afetos e à integridade (amor),
- Ao significado e propósito (rumo da vida),
- À sua criança interior (criativa e espontânea - sentimentos).
Gostaria de reforçar que este Kit não tem um cariz religioso (exemplo, dogma e/ou divindades), todavia cabe a você, proporcionar a orientação espiritual, em relação às suas próprias crenças, que considerar validas. A espiritualidade, característica inusitada e intrínseca ao ser humano, é uma aprendizagem contínua e uma jornada que se desenrola ao longo da vida; sentimos, acreditamos e isso basta, para se ser espiritual.
Para a grande maioria de nós, torna-se difícil dispor de um fim-de-semana para frequentar um retiro espiritual, longe da agitação do dia-a-dia. Falo por experiência própria, visto ter frequentado alguns retiros em Portugal e no estrangeiro. Este PDP@/Retiro Online, em formato PDF, surge como forma de ultrapassar estas condicionantes e proporcionar-lhe um acesso a uma porta iluminada - conceitos e valores espirituais, sempre presentes no dia a dia, mas em muitos casos negligenciados pelas nossas vidas agitadas e consumistas (pressão e correrias).
Caso esteja interessado/a envie email para joaoalexx@sapo.pt e escreva no assunto da mensagem PDP@.
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
10 anos de existência na blogosfera 2007/2017
- Setembro de 2007/2017 – O blogue comemora 10 anos de existência. Em 2007, decidi criar dois blogues: 1. Sobre a prevenção das dependências e o 2. sobre o tratamento e a recuperação da adicção. Foram os primeiros blogues, em Portugal, a abordar a prevenção das dependências/comportamentos adictivos por um profissional.
- Recordo a minha ambivalência em relação às primeiras publicações, estava consciente das minhas limitações e duvidas, em termos da escrita. Tinha varias questões na minha mente: «Será que alguém vai interessar-se pelos temas?» ou «Será que as pessoas vão gostar do meu estilo de escrita?». Existiam um rol infindável de duvidas e questões para as quais não conseguia obter uma resposta concreta, mas por outro lado, estava motivado e entusiasmado em explorar o potencial da Internet e lançar a discussão publica a fim de quebrar o estigma, a negação e a vergonha, partilhando ideias, experiência profissional, conhecimento e alguns avanços na investigação cientifica. Em setembro, decidi arriscar. Passados dez anos ainda bem que o fiz.
- Se naquela altura, a prevenção já era um tema atual e preocupante, devido ao estigma, da negação e da vergonha associados às dependências, passados dez anos, o tema continua a estar em voga; o mundo dos adultos não é seguro para alguns jovens vulneráveis.
- O blogue aborda varias temáticas sobre a prevenção das dependências e conta com a participação de varios profissionais dedicados.
- Passados dez anos, recebo uma media de 2 emails por semana de indivíduos que procuram orientação sobre a problemática das dependências nas suas famílias e/ou escolas.
- Numero total de visualizações 45.025
- O blogue é interactivo com o Facebook, o Google + e o LinkedIn .
- Para terminar aproveito também para manifestar a minha gratidão a todos aqueles que participam com textos, incluindo a colaboração de profissionais, mensagens, partilhas e comentários ao longo de dez anos. Aproveito para dar uma boa noticia, o blogue irá continuar disponível e a lançar a discussão aberta e honesta contra o estigma, a negação e a vergonha. «Mais vale prevenir do que remediar»
quarta-feira, 16 de agosto de 2017
Todos nós temos dificuldades, mas uns têm dificuldades desde a nascença
As crianças oriundas de contextos familiares de pobreza, estão expostas a níveis elevados de stress, responsável por despoletar problemas psicológicos ao longo das suas vidas.
De acordo com investigadores da Universidade de Cornell, nos
EUA, as crianças que vivem em contextos familiares de pobreza estão predispostas
a desenvolver problemas de memória e aprendizagem, comportamentos
violentos/agressivos e antissociais, tais como o bullying. O resultado da investigação, não revela que todas as
crianças provenientes de contextos familiares de pobreza se tornam violentas,
mas o risco de isso acontecer é elevado. Aquilo que o Dr. Gary Evan, autor do
estudo, afirma é «Se a criança nasce pobre, está mais vulnerável quanto a
desenvolver problemas psicológicos e ser pobre representa uma fonte enorme de
stress. Todas as pessoas são afetadas pelo stress, mas as famílias com baixos
rendimentos, incluindo as crianças, sofrem muito mais. Estas crianças
vulneráveis, expostas ao stress excessivo, sofrem o efeito cumulativo e de interação.»
Neste estudo sobre a memoria, envolveu crianças de classe
media e crianças pobres, durante quinze anos (desde os 9 aos 24 anos) e segundo
o autor, as crianças oriundas de classes sociais mais desfavorecidas apresentavam
maiores dificuldades no desenvolvimento das suas competências cognitivas, por
exemplo, na linguagem e desenvolvimento pessoal. Este estudo também veio
mostrar que os adultos, oriundos de classes desfavorecidas, apresentavam níveis
crónicos de stress desde crianças. Afim de prevenir este tipo de perturbações
psicológicas em crianças pobres é necessária uma intervenção prematura e
eficaz. Uma forma de o fazer é proporcionar apoios sociais aos pais destas
crianças, a fim de melhorar os seus orçamentos familiares. Este estudo foi recentemente
publicado em Proceedings of the National Academic Sciences.
Visando combater as assimetrias sociais, os investigadores
das universidades de Portsmouth (Reino Unido) e Viena (Áustria) apelam que a
saúde deve ser uma prioridade antes da riqueza e confirmam que desde 2009 até
2015 são cada vez mais os jovens do sexo masculino que se suicidam nos países
pobres da Europa (UE) na consequência das medidas de austeridade destinadas a combater
a crise. O desemprego que afeta, as classes mais desfavorecidas, é segundo os
autores deste estudo, uma das principais causas de suicídio entre os jovens.
Este estudo foi pioneiro no género porque visou relacionar as variáveis - austeridade
e taxas de suicídio.
Segundo o Observatório das Desigualdades, existiam em
Portugal 1.967 milhão de pessoas (dados de 2010) em risco de pobreza.
Durante mais de uma década trabalhei em instituições de
tratamento (regime residencial de internamento) para indivíduos adultos dependentes
de drogas lícitas, incluindo o álcool, e ilícitas, e venho por este meio
corroborar este estudo da Universidade de Cornell. Escutava com muita frequência,
por parte de indivíduos oriundos de classes desfavorecidas, o stress que representava
para eles ser rotulado como «pobre». Significava ser considerado um marginal
(estigma), viver dependente de apoios sociais e não possuir as mesmas
oportunidades, numa sociedade democrática, cujo sistema privilegia os indivíduos
de classes sociais mais favorecidas. Para finalizar, os indivíduos referiam que
o stress, era vivido antes mesmo de serem «apanhados» pela dependência de
substâncias psicoativas do Sistema Nervoso Central.
quarta-feira, 12 de julho de 2017
Eu, eu e eu e depois tu.
«As crianças que são expostas à violência, na família, o
seu cérebro revela o mesmo tipo de actividade que os soldados em combate.» ThePsychmind.com
Muito se escreve e se fala em violência domestica entre
adultos, mas não podemos esquecer as crianças, oriundas de famílias disfuncionais,
também elas expostas à violência pelos pais. Em muitos casos, estas crianças
são manipuladas pelos pais narcisistas. O mundo dos adultos não é seguro para
algumas crianças vulneráveis.
Eis algumas características de pais narcisistas e os seus jogos
psicológicos segundo o Dr Dan Neuharth.
- Proíbem os filhos de discordar do pai/mãe.
- Utilizam a culpa, a manipulação e a pressão afim de satisfazer, em primeiro lugar, as necessidades do pai/mãe.
- Comportamento imprevisível do pai/mãe.
- Arruínam momentos felizes por causa do comportamento egoísta do pai/mãe.
- Dramatizam, «culpam tudo e todos» e destabilizam a harmonia familiar.
- Adotam jogos psicológicos – vitima/mártir.
- Dizem aos filhos que podem confiar no pai/mãe, mas depois desiludem, visto não serem capazes de manter o compromisso por muito tempo.
- Necessidade de ser o centro das atenções ou dominar os temas das conversas.
- Estes pais nunca estão satisfeitos com o comportamento dos filhos.
- Minimizam ou ridicularizam os sentimentos das crianças. Por exemplo, a criança chora e o pai/mãe faz chacota da situação em publico.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
A prevenção das dependências começa em casa
Os jovens são mais afetados pela publicidade ao álcool, revela estudo europeu recente. Segundo este estudo a exposição à publicidade a bebidas alcoólicas tem um enorme impacto no consumo entre os jovens e a autorregulação da industria não funciona. O estudo, em questão, publicado na reputada revista cientifica Addiction alerta para o impacto que o consumo de álcool tem entre os mais jovens e também alerta que o consumo de bebidas alcoólicas é a principal causa de incapacidade ou morte entre os jovens do sexo masculino com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos.
O resultado deste estudo, vem corroborar outros , portanto não se trata de nenhuma novidade. Todavia, conscientes do problema, quais são as medidas impostas, pelos decisores políticos, que visam travar estes fenómenos? 1. O abuso do álcool, o consumo de bebidas alcoólicas por jovens com idades abaixo do permito por lei e 2. binge drinking (beber bebidas alcoólicas com o intuito de ficar intoxicado) e 3. abuso de bebidas alcoólicas é a principal causa de incapacidade ou morte entre os jovens do sexo masculino.
Quando contemplamos, o abuso de álcool pelos jovens, não o devemos fazer somente através dos reguladores institucionalizados com recurso a leis restritivas. Sabemos que as leis existem, mas também existem formas engenhosas de as contornar. Por exemplo, as marcas de cerveja, anunciam a cerveja sem álcool, todavia, é a fidelização à marca que importa e o lucro das cervejas sem álcool não creio que seja relevante comparativamente à cerveja com álcool. Nas camadas jovens, quem é que bebe cerveja sem álcool? Nos festivais de verão quem é que consome cerveja sem álcool? Nas festas académicas quem é que consome cerveja sem álcool? Na minha opinião, o consumo é residual comparativamente à cerveja com álcool. Para agravar a situação, a cerveja com álcool, neste tipo de eventos, para além de estar disponível em garrafas, também é servida a copos, que torna a venda mais acessível (e mais lucrativa), mesmo para aqueles jovens com fracos recursos financeiros.
Por outro lado, considero que o problema são o comportamento das pessoas e não o álcool, propriamente dito. O problema não é o álcool. O problema não são as leis, são as pessoas que delineiam estratégias de marketing (publicidade) que visam somente o lucro (economia de mercado), o problema são os decisores políticos que evocam as questões económicas em detrimentos das consequências do álcool nas camadas mais jovens, o problema são os media que não fazem investigação e não alertam ( e sensibilizam) a sociedade para as consequências do álcool, as Instituições de ensino que formam profissionais, sem que estes estejam qualificados para abordar o assunto nas consultas e/ou nas urgências hospitalares e todos nós (sociedade civil) que compactua com esta «velha» tradição, imposta na nossa cultura, associada ao abuso do álcool, por exemplo, nas consultas ouço casos de alguns pais, com filhos de 11 e 13 anos, que afirmam o seguinte: “Os meus filhos já experimentam bebidas alcoólicas, começam a faze-lo em casa na presença dos pais. Por exemplo, numa festa é-lhes permitido, experimentar o álcool, com um gole.”. Contrariamente a este exemplo desafortunado, a prevenção mais eficaz, contra o abuso do álcool, começa em casa.
Infelizmente, o álcool ainda não é encarado como uma droga (substância psicoactiva do sistema nervoso central). Entre outras drogas o álcool é a droga mais perigosa, simplesmente, porque está disponível e porque permanecemos passivos perante todos estes fenómenos acimas referidos. Felizmente, nem todos os jovens abusam do álcool ou recorrem ao binge drinking, mas mesmo assim, a vida dos nossos jovens, mesmo em numero reduzido (refiro me aqueles que apresentam vulnerabilidades associados ao abuso do álcool), são mais importantes que o lucro das empresas e/ou tradições/tendências disfuncionais e retrogradas. É possível ser feliz, sem beber bebidas alcoolicas.