Por motivos históricos, culturais e morais, precisamos de
mudar a perceção de algumas crenças rígidas e disfuncionais. Segundo o
dicionário da Priberam da Língua Portuguesa estigma é. "Marca, cicatriz
perdurável, marca infame feita com ferrete." Recorremos ao estigma
("marca", rótular, preconceitos) a fim de nos diferenciar dos outros,
desta forma, estabelecemos uma identidade social, convencendo que somos aqueles
que são os "normais.". Na realidade, todos nós já sofremos com o
estigma; fomos marcados, sinalizados como “anormais - persona
non grata.
Segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa negação é: "Não confessar culpa ou delito, recusar, repudiar, afirmar que algo não
existe (desmentir), rejeitar" O que é que fazemos quando não queremos ver
a verdade? Quando adiamos algo importante? Como é que se ajuda uma pessoa que
recusa ser ajudada? O que é que fazemos quando justificamos o injustificável e
o disfuncional?
Optamos por esconder, não ver, não sentir e resistir à mudança
de comportamentos e atitudes.
Segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa vergonha
é: "Pudor, pejo, timidez, acanhamento, timidez, embaraço, receio de
desonra" Esta definição diz-nos pouco sobre o poder toxico da vergonha. A
vergonha tóxica está enraizada na identidade (ser); não ser digno, não merecer,
algo está errado connosco, preocupação e perfecionismo. A vergonha é mais
difícil de identificar do que o sentimento de raiva, a ansiedade e a
necessidade do controlo. Levamo-nos demasiado a sério (excesso de zelo,
moralidade) porque queremos “esconder” a vergonha tóxica.
Passamos uma parte considerável da nossa vida social a
fingir, a negar e a proteger-nos da critica alheia com medo de revelarmos os
sentimentos: desenvolvemos a crença que seremos criticados/julgados, repudiados
por isso. Na verdade, sentir é OK, independentemente, daquilo que outros pensam
ou dizem. É uma prioridade conseguirmos ser honestos connosco próprios.
Alguns factores que
reforçam o estigma, a negação e a vergonha. 1. Preocupação excessiva sobre o
que é que os outros pensam 2. medo desmesurado do desconhecido 3. necessidade
de certezas absolutas 4. ansiedade, perfecionismo 5. "ter o controlo sobre
tudo" 6. comparação e competição excessiva 7. viver de aparências ou
estilos de vida que não podemos suportar.