Por vezes são as pequenas coisas, simples, na relação que nós, adultos temos com os jovens, que podem fazer a diferença. Sabemos que essa diferença pode parecer curta e /ou insignificante. Como pais ou profissionais a informação que obtemos dos jovens têm a importancia que nós lhe damos, mas se nos mantivermos atentos (escutar a mensagem) e seguir a nossa intuição acredito que podemos estar à altura dos desafios que implica educar, bem como dos recursos que dispomos.
“O meu nome é Bob Laipply e fui o Director de Projecto de Prevenção, no meu distrito durante dois anos. Antes estive envolvido no ensino durante 28 anos no secundário.(...) Há muitos anos, estive envolvido num projecto que abrangia comportamentos de risco em jovens. Um dia um aluno veio ter comigo e contou-me que um dos seus amigos andava a beber imenso durante o terceiro período. Por acaso, o miúdo que andava a beber em excesso era filho de um amigo meu. Imediatamente fui ter com o rapaz de forma a ajuda-lo e juntos encontrarmos uma solução para os seus comportamentos problemáticos. Após a conversa, o rapaz, assumiu o problema e prometeu que ia acabar definitivamente com o problema da bebida, agradeceu o meu apoio e disse para não me preocupar mais com ele, mas pediu que eu não falasse com o seu pai sobre aquele assunto. Dois meses mais tarde, fui ao seu funeral por ter bebido e teve um acidente fatal no seu carro, tive que olhar o seu pai nos olhos, também meu amigo, e lamentar o sucedido. Recordo de o meu amigo me ter dito “Se soubesse, podia ter impedi-lo de sair naquela noite”
Decidi fazer uma promessa a mim mesmo, que a partir daquele momento nunca mais manteria aquele tipo de informação para mim próprio. Quando surge algum tipo de informação semelhante na minha interacção com jovens, procuro confirmar a veracidade daquilo que me foi dito, e depois informo os pais. Conto-lhes o que ouvi dos seus filhos e disponho-me a ajudar. Já aconteceu ouvir comentários do tipo “ O quê?! Isso é impossível... O meu filho não faz esse tipo de coisas. Meta-se na sua vida” e outras coisas que não posso mencionar. Contudo, mesmo assim, e depois de ainda continuar a ouvir este tipo de comentários não permaneço em silencio. A vida de uma criança é demasiadamente preciosa e o risco sério que espreita os seus comportamentos são demasiado serios.
Já discuti em conjunto com os meus próprios filhos sobre as possíveis consequências negativas de não se contar as coisas (serias) aos pais vs. o potencial risco de manterem em segredo. Eles sabem perfeitamente de que se eu soubesse algo sobre a vida deles iria agir, em vez de ignorar. Por vezes na vida é preferível perder um amigo, em vez de o ver desaparecer para sempre. Este tipo de situações não são nada fáceis de gerir, mas no meu caso prefiro que um amigo fique com raiva de mim, do que saber que ele morreu.”
Bob Laipply
Coordenador de Projectos de Prevenção
Decidi fazer uma promessa a mim mesmo, que a partir daquele momento nunca mais manteria aquele tipo de informação para mim próprio. Quando surge algum tipo de informação semelhante na minha interacção com jovens, procuro confirmar a veracidade daquilo que me foi dito, e depois informo os pais. Conto-lhes o que ouvi dos seus filhos e disponho-me a ajudar. Já aconteceu ouvir comentários do tipo “ O quê?! Isso é impossível... O meu filho não faz esse tipo de coisas. Meta-se na sua vida” e outras coisas que não posso mencionar. Contudo, mesmo assim, e depois de ainda continuar a ouvir este tipo de comentários não permaneço em silencio. A vida de uma criança é demasiadamente preciosa e o risco sério que espreita os seus comportamentos são demasiado serios.
Já discuti em conjunto com os meus próprios filhos sobre as possíveis consequências negativas de não se contar as coisas (serias) aos pais vs. o potencial risco de manterem em segredo. Eles sabem perfeitamente de que se eu soubesse algo sobre a vida deles iria agir, em vez de ignorar. Por vezes na vida é preferível perder um amigo, em vez de o ver desaparecer para sempre. Este tipo de situações não são nada fáceis de gerir, mas no meu caso prefiro que um amigo fique com raiva de mim, do que saber que ele morreu.”
Bob Laipply
Coordenador de Projectos de Prevenção
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