quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Pais Prevenidos



"Como é do senso comum, pais informados e actualizados ao nível da prevenção são indiscutivelmente uma fonte de poder muito valioso. Na posse de informação sobre factos, relacionados com o uso de bebidas alcoólicas pelas crianças, pode-se fazer prevenção na família.
Eis algumas questões importantes a serem contempladas pelos pais:

* Consumir bebidas alcoólicas no período da pre-adolescencia constitui um serio problema.

* Sinais de perigo ajudam os pais a identificar um potencial problema.

* Pais activos na prevenção fazem a diferença nas vidas dos seus filhos hoje e no futuro.

O álcool causa um impacto negativo na saúde das crianças. O álcool afecta alguns órgãos do corpo humano incluindo o desenvolvimento do cérebro da criança. Tem impacto na coordenação motora, no controle de impulsos, na memória e no discernimento. Para além do impacto negativo na saúde o consumo de álcool também está relacionado com a violência, comportamentos de risco relacionado com o sexo, reduzido rendimento escolar, acidentes de viação relacionados com a ingestão de bebidas alcoólicas e outros tipos de comportamento de risco e problemático entre os jovens (ex. consumo de drogas psico-activas geradoras de dependência, e perturbações mentais). O uso do álcool também se encontra relacionado com acidentes fatais, ex. suicídio. O álcool é a droga de escolha de eleição (numero 1) para as crianças e adolescentes.

Os números contam?
Podemos constatar a seriedade deste facto através de alguns números de estatísticas:
* As crianças que iniciam os consumos de álcool antes dos 15 anos, correm 5 vezes mais risco de poderem desenvolver um problema de abuso de álcool na idade adulta do aqueles que só consomem depois dos 21 anos de idade. Paradoxalmente, Portugal é o único pais da EU onde a idade limite de consumo de bebidas é de 16 anos e o sexto maior consumidor de bebidas alcoólicas da UE, com 12 litros per capita por ano. Enquanto em quase todos os países a idade é de 18 anos e na Suécia e Islândia é 20 anos.

* Quase todos os estudantes de 15-16 anos (>90%) beberam álcool em algum momento da sua vida, começando em média aos 12 ½ anos de idade, e embriagando-se pela primeira vez aos 14 anos. A quantidade média bebida numa única ocasião por jovens de 15-16 anos é acima de 60g de álcool, e chega a quase 40g no Sul da Europa. Mais de 1 em 8 (13%) dos jovens entre 15-16 anos embriagaram-se mais de 20 vezes na sua vida, e mais de 1 em 6 (18%) fizeram “binge” (5 ou mais bebidas numa única ocasião) três ou mais vezes no último mês. Os rapazes continuam a beber mais e a embriagar-se mais frequentemente do que as raparigas, com uma redução pequena na diferença absoluta entre eles. A maior parte dos países mostram uma subida no “binge-drinking” para os rapazes desde 1995/9 a 2003, e quase todos os países mostram isto para as raparigas (resultados semelhantes são encontrados para países sem pesquisa ESPAD e usando outros dados). Por detrás desta tendência global, podemos ver uma subida no “binge-drinking” e na embriaguez na maioria da UE de 1995 a1999, seguidos por uma tendência muito mais ambivalente desde então (1999-2003).

* Portugal é um dos países onde aumentou o consumo excessivo de bebidas - chamado binge drinking, o que geralmente é medido pela ingestão de cinco ou mais bebidas alcoólicas em um dia, o que pode levar à embriaguez ou à intoxicação."Há cada vez mais relatos do uso do álcool entre os jovens em países que não estavam habituados a este problema. Tal inclui o aumento do beber exageradamente em Portugal ou do consumo fora das refeições em Itália".

Sinais de perigo ajudam os pais a identificar um potencial problema
Certo tipo de comportamento pode indiciar um problema relacionado com o álcool, especialmente se for imprevisto e/ou parecer grave. A preocupação parental deve ser ainda maior se surgirem, ao mesmo tempo, vários sinais de perigo.
Sinais a estar atento:

* Mudanças repentinas

* Lapsos de memória

* Problemas de concentração

* Alterações de comportamento
* Problemas na escola

* Absentismo e baixo rendimento escolar (ex. notas baixas e acções disciplinares)

* Rebelião contra as regras de casa e família.

* Alteração do ciclo de amigos , revelando relutância quando convidado a apresentar aos pais esses novos amigos.

* Aparência física desleixada

* Perda de interesse em actividades criativas

* Alterações emocionais
* Alteração do humor repentinas

* Reacções violentas, irritabilidade e atitudes defensivas

*Atitude “nada interessa...”

*Alterações físicas
*Perda de energia

*Olhos exagradamente "vermelhos"

*Falta de coordenação

* Discurso vago

Os pais implementam um plano de acção
Infelizmente, as crianças são constantemente “bombardeadas” por publicidade que estimula o consumo de bebidas alcoólicas. Também pode acontecer sofrerem alguma pressão por parte do grupo de pares para que consumam álcool. De qualquer forma, tanto o pai ou mãe e/ou ambos influenciam seguramente as decisões e escolhas que os filhos fazem nas suas vidas.

Faça alguma coisa:
Se descobrir garrafas que contenham álcool no quarto e/ou no caixote do lixo ou que ele cheire a álcool, não ignore estes sinais.

A melhor ferramenta para trabalhar na prevenção com o seu filho é através da comunicação. Eis uma lista de procedimentos que os pais podem ter:
- Informar-se acerca dos danos provocados (mente, corpo e as emoções) pelo uso de bebidas alcoólicas nas crianças.

- Comece a comunicar, o mais cedo e frequentemente possível com o seu filho/a. Explique quais são as suas expectativas quanto ao consumo de alcoólicas (ex. festas onde bebidas alcoólicas estão disponíveis)

- Envolve-se nas actividades dos seus filhos/as. Encoraje o seu filho/a a participar em, actividades divertidas, que promovam competências saudáveis e que sejam isentas de bebidas alcoólicas.

- Seja um bom “modelo”. Pense que tipo de comportamentos a adoptar em frente ao seu filho.
Encoraje o seu filho/a a fazer amizades e como estabelecer relacionamentos positivos.

Definir a regra – não achincalhar ninguém que tenha bebido álcool. Informe-os de entrarem em contacto consigo se um dia se virem numa situação dessas (por ex. sob o efeito do álcool) e estará disponível para os ir buscar ou providenciar uma forma segura de chegarem a casa.

Relembre as regras da família e as consequências se forem quebradas.

Lembre-se, quanto mais cedo tiver conversas construtivas com o seu filho /a sobre os consumos de bebidas alcoólicas, poderá ser uma influencia positiva nos valores e decisões deles. Conversas breves e regulares são mais produtivas do que longos sermões e “palestras”. E relembre-os de quanto orgulhoso, como pai, se sente pelas decisões dos seus filhos/as."
National Institute on Drug Abuse (NIDA) – Prevenir o Uso de Drogas entre Crianças e Adolescentes




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