A impotência e a resignação generalizada
Continuamos a assistir impotentes perante a hipocrisia em relação às leis que regulam a publicidade de determinadas marcas de cerveja no desporto e nos festivais de música de verão. O álcool é uma droga amplamente consumida. Em Portugal e desde há décadas o alcoolismo é reconhecido publicamente como um problema de saúde pública que infelizmente continua a ser negado, com a tendência para permanecer activo e resistente através do surgimento de novos casos – alcoólicos/as - todos os anos. Para ilustrar na perfeição a negação, recordo este cenário hipotético, por ex. em nossa casa, vive um elefante cor-de-rosa, fazemos de conta que não existe; não o vemos, não o ouvimos e não temos emoções sobre a sua presença. Se nos perguntarem “Porque é que um elefante está em tua casa?”, afirmamos resignados “Não sei, porque sim. Ele já lá vive em casa há muitos anos mesmo antes de ter nascido…”
Durante os festivais de música de verão, a queima das fitas, eventos e certas modalidades desportivas mediáticas onde o publico é maioritariamente jovem (adolescentes e jovens adultos) a publicidade (marketing) a determinadas marcas de cerveja é desproporcionada e agressiva procurando apelar aos sentidos, evocando divertimento e camaradagem. Segundo um artigo de um jornal de 20/06/2009 vendem-se 600 milhões de litros de cerveja por ano, metade (300 milhões de litros) entre Junho e Setembro. Basta fazer as contas para se entender a “guerra” assumida entre marcas, os impostos pagos ao estado e finalmente as consequências deste negócio lucrativo nos jovens.
A lei actual revela-se permissiva visto permitir ser manipulada pela poderosa indústria do álcool com a conivência das pessoas (pais e mães) que executam este tipo de legislação. Sabendo que o alcoolismo é um problema grave, segundo estudos publicamente reconhecidos, porque não se mudam as atitudes e os comportamentos? Assim como as leis? Só me ocorre uma resposta - lucro e interesses.
A verdade escondida
Afinal que interesses existem por detrás destas parcerias?
Num artigo do Diário Económico de 9/06/2009 – “Patrocinar o futebol só tem retorno com publicidade - Patrocinar uma equipa de futebol ajuda a conquistar notoriedade mas pode fazer muito mais por uma marca, em especial junto de um “target” mais generalizado ou masculino. Isto porque a “colagem” ao mundo do futebol pode ajudar a construir associações de imagem úteis para criação do valor da marca.”
Concordo na íntegra, então quer dizer, que a indústria do álcool investe “fortemente” no desporto, mesmo que no referido “target” se inclua os jovens e que associado ao desporto, a tal “colagem”, vise somente aumentar as vendas de determinada bebida alcoólica com a conivência da lei, negligenciando os efeitos negativos associados ao álcool. Esta corrida desenfreada para aumentar as vendas proporciona uma exposição e “reputação” enorme, quer seja através do desporto ou de outros eventos onde o publico é maioritariamente jovem. Os jovens são emocionais e reagem a determinados estímulos.
Por ex. segundo uma fonte MyBrand Intelligence Unit de referência e publicada no mesmo jornal, no Top 10 das marcas mais associadas ao futebol surgem três marcas de cervejas – no primeiro, no sétimo e no décimo lugar.
Ficamos com vontade de alertar “as consciências” para este tipo de negócio complexo, poderoso e lucrativo que teima em dominar apesar das consequências negativas. Quantos jovens sofrem acidentes nas estradas associados ao álcool? Quantos jovens, depois de consumirem bebidas alcoólicas, provocam acidentes que envolvem outras pessoas inocentes? Quais os crimes associados ao álcool cometidos por jovens? Quantos jovens dão entrados nas urgências dos hospitais? Doenças sexualmente transmissíveis, por ex. HIV? Quantas famílias são afectadas por perdas devastadoras, de algum dos seus membros, como consequência associado ao abuso de bebidas alcoólicas? Esta realidade aparenta permanecer escondida do público. E o slogan hipócrita “Seja responsável; beba com moderação” não “cola.”
Se alguém responder honestamente a estas questões e a outras que possam existir mas que não constam aqui seria uma forma de ficarmos informados.
Prevenir o previsível
Embora a indústria do álcool apresente uma informação substancial ao público (imagem) reflectindo os seus contributos favoráveis a nível económico e social, todavia escusa-se a ser investigada por agentes externos sobre as suas estratégias (ex. marketing), políticas e “rede” intrincada de distribuição e venda.
Neste sentido, cabe a todos nós, pais, profissionais e outras pessoas atentas informar os nossos jovens das técnicas sofisticadas de marketing que são direccionadas a eles.
Gostaria de deixar aqui uma palavra de conforto e candura para aquelas famílias que já sofreram na “pele”, a perda dos filhos e filhas em acidentes, fatalidades, doenças, etc. das consequências negativas deste negócio poderoso e lucrativo.
Participe e comente.
http://www.aacs.pt/legislacao/codigo_da_publicidade.htm
Continuamos a assistir impotentes perante a hipocrisia em relação às leis que regulam a publicidade de determinadas marcas de cerveja no desporto e nos festivais de música de verão. O álcool é uma droga amplamente consumida. Em Portugal e desde há décadas o alcoolismo é reconhecido publicamente como um problema de saúde pública que infelizmente continua a ser negado, com a tendência para permanecer activo e resistente através do surgimento de novos casos – alcoólicos/as - todos os anos. Para ilustrar na perfeição a negação, recordo este cenário hipotético, por ex. em nossa casa, vive um elefante cor-de-rosa, fazemos de conta que não existe; não o vemos, não o ouvimos e não temos emoções sobre a sua presença. Se nos perguntarem “Porque é que um elefante está em tua casa?”, afirmamos resignados “Não sei, porque sim. Ele já lá vive em casa há muitos anos mesmo antes de ter nascido…”
Durante os festivais de música de verão, a queima das fitas, eventos e certas modalidades desportivas mediáticas onde o publico é maioritariamente jovem (adolescentes e jovens adultos) a publicidade (marketing) a determinadas marcas de cerveja é desproporcionada e agressiva procurando apelar aos sentidos, evocando divertimento e camaradagem. Segundo um artigo de um jornal de 20/06/2009 vendem-se 600 milhões de litros de cerveja por ano, metade (300 milhões de litros) entre Junho e Setembro. Basta fazer as contas para se entender a “guerra” assumida entre marcas, os impostos pagos ao estado e finalmente as consequências deste negócio lucrativo nos jovens.
A lei actual revela-se permissiva visto permitir ser manipulada pela poderosa indústria do álcool com a conivência das pessoas (pais e mães) que executam este tipo de legislação. Sabendo que o alcoolismo é um problema grave, segundo estudos publicamente reconhecidos, porque não se mudam as atitudes e os comportamentos? Assim como as leis? Só me ocorre uma resposta - lucro e interesses.
A verdade escondida
Afinal que interesses existem por detrás destas parcerias?
Num artigo do Diário Económico de 9/06/2009 – “Patrocinar o futebol só tem retorno com publicidade - Patrocinar uma equipa de futebol ajuda a conquistar notoriedade mas pode fazer muito mais por uma marca, em especial junto de um “target” mais generalizado ou masculino. Isto porque a “colagem” ao mundo do futebol pode ajudar a construir associações de imagem úteis para criação do valor da marca.”
Concordo na íntegra, então quer dizer, que a indústria do álcool investe “fortemente” no desporto, mesmo que no referido “target” se inclua os jovens e que associado ao desporto, a tal “colagem”, vise somente aumentar as vendas de determinada bebida alcoólica com a conivência da lei, negligenciando os efeitos negativos associados ao álcool. Esta corrida desenfreada para aumentar as vendas proporciona uma exposição e “reputação” enorme, quer seja através do desporto ou de outros eventos onde o publico é maioritariamente jovem. Os jovens são emocionais e reagem a determinados estímulos.
Por ex. segundo uma fonte MyBrand Intelligence Unit de referência e publicada no mesmo jornal, no Top 10 das marcas mais associadas ao futebol surgem três marcas de cervejas – no primeiro, no sétimo e no décimo lugar.
Ficamos com vontade de alertar “as consciências” para este tipo de negócio complexo, poderoso e lucrativo que teima em dominar apesar das consequências negativas. Quantos jovens sofrem acidentes nas estradas associados ao álcool? Quantos jovens, depois de consumirem bebidas alcoólicas, provocam acidentes que envolvem outras pessoas inocentes? Quais os crimes associados ao álcool cometidos por jovens? Quantos jovens dão entrados nas urgências dos hospitais? Doenças sexualmente transmissíveis, por ex. HIV? Quantas famílias são afectadas por perdas devastadoras, de algum dos seus membros, como consequência associado ao abuso de bebidas alcoólicas? Esta realidade aparenta permanecer escondida do público. E o slogan hipócrita “Seja responsável; beba com moderação” não “cola.”
Se alguém responder honestamente a estas questões e a outras que possam existir mas que não constam aqui seria uma forma de ficarmos informados.
Prevenir o previsível
Embora a indústria do álcool apresente uma informação substancial ao público (imagem) reflectindo os seus contributos favoráveis a nível económico e social, todavia escusa-se a ser investigada por agentes externos sobre as suas estratégias (ex. marketing), políticas e “rede” intrincada de distribuição e venda.
Neste sentido, cabe a todos nós, pais, profissionais e outras pessoas atentas informar os nossos jovens das técnicas sofisticadas de marketing que são direccionadas a eles.
Gostaria de deixar aqui uma palavra de conforto e candura para aquelas famílias que já sofreram na “pele”, a perda dos filhos e filhas em acidentes, fatalidades, doenças, etc. das consequências negativas deste negócio poderoso e lucrativo.
Participe e comente.
http://www.aacs.pt/legislacao/codigo_da_publicidade.htm
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