Durante dez meses vivi um grande
desafio e uma grande aventura. Estou no último ano do curso de Animador
Sociocultural, desenvolvi um projecto final de curso ao qual dei nome “De Que É Que Dependes?”.
Este projecto enquadra-se no tema das
dependências químicas e não químicas (uso excessivo de álcool ou drogas e uso
excessivo das novas tecnologias), quis trabalhar junto de duas turmas da minha
escola, alunos do 1.º ano/10.º ano com idades compreendidas entre os 14 e os 25
anos, de forma a sensibilizá-los e preveni-los para esta problemática social
que tanto afecta os jovens de hoje.
Escolhi a temática das dependências
por considerar ser um assunto interessante e que gostaria de abordar de um modo
mais aprofundado. O facto de ser um problema social que atinge as camadas da população mais jovem e as
futuras gerações, devemos
adoptar medidas mais práticas e que mostrem realmente as consequências do uso
das dependências químicas e não químicas (uso excessivo de álcool e
drogas e uso excessivo das novas tecnologias). Gostava, assim, de intervir nesta problemática através da
Animação.
Acima de tudo quis arriscar. Porque não intervir, como
Animadora, num problema social dos dias de hoje? Se um Animador é como um
interveniente, porque não? Para mim, a Animação consegue minimizar ou até mesmo
resolver uma necessidade, neste caso, alertar para os comportamentos de risco
na juventude.
Realizei actividades no âmbito do
debate, troca de conhecimentos e experiências como por exemplo o “Chapéu dos Medos”
ou “Diz o que pensas sobre… As dependências!”, experiencias, expressão
artística e também duas palestras que esclareceram os alunos e alertaram para
os dois tipos de dependência. Porquê duas turmas? Antes de tudo tive que fazer
um diagnóstico das necessidades e para isso apliquei inquéritos onde verifiquei
que não só haviam mais dúvidas relativamente a esta temática, como também foi
possível identificar algum tipo de consumo.
Trabalhar
em conjunto com jovens e acerca das dependências químicas e não químicas foi
relativamente interessante e bastante exigente. Não foi um projecto entediante,
nem desinteressante e muito menos pouco relevante. A meu ver as duas turmas com
que trabalhei, ao realizar quatro actividades, também não o acharam, todas elas
não mostraram desinteresse, pelo contrário, mostraram-se disponíveis, activas e
abertas ao que iria advir.
A
meu ver, este contributo foi importante para a sensibilização desta temática
apesar de considerar que seriam necessárias mais actividades para que o
resultado se prolongasse no tempo, ou seja, que os alunos continuassem
alertados para esta problemática. Seria necessário mais actividades que
envolvessem dinâmicas de grupo, debate e expressão artística, aspectos que verifiquei
serem relevantes para os alunos no decorrer das actividades realizadas. Não só
seria uma mais-valia para os alunos, mas também para a escola porque iria, sem
dúvida, torná-la mais dinâmica e prevenir e sensibilizar cada vez mais a
comunidade escolar para os problemas que poderão vir a prejudicar as suas vidas
futuras.
A
elaboração deste trabalho final de curso foi bastante importante. Mudou a minha
maneira de pensar relativamente aos actos que cometemos e que podem vir a mudar
a nossa vida. Mudou a minha maneira de agir com o público-alvo juvenil visto
que me tornei próxima do mesmo e passei a conhecer um grupo com que antes nunca
tinha trabalhado, por fim, mudou a minha maneira de trabalhar pois passei a ser
uma estudante muito mais produtiva, dedicada e empenhada. Em cinco actividades
realizadas, penso ter respondido aos objectivos inicialmente traçados:
Sensibilizar, Alertar, Intervir.
Foi
muito gratificante ter trabalhado a temática das dependências junto dos jovens
e não mudaria nada.
Autora:
Ana Neves
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