quinta-feira, 15 de março de 2012

Estilos parentais e as escolhas de sucesso para os filhos


Conclusão de um estudo efectuado pela Brigham Young  University sobre estilos parentais.
O estilo parental de educação indulgente caracterizado pelo louvor caloroso ausente de consequências significativas, quando as regras/limites são quebrados, apresenta um risco significativo quanto ao consumo excessivo de álcool durante a adolescência. Este estilo parental indulgente revela-se ineficaz porque “o tiro sai pela culatra”.

Por outro lado, um estilo parental de educação dominador e autoritário, aplicado com consequências extremas, e por vezes desproporcionadas, em relação ao comportamento problema (capaz de gerar um sentimento de injustiça no filho), também se revela ineficaz, quanto a desencorajar o adolescente no consumo excessivo de bebidas alcoólicas. 

No referido estudo, o estilo parental que se revelou mais eficiente, quanto à prevenção do consumo excessivo de álcool na adolescência, situa-se entre os dois estilos acima referidos (entre o estilo indulgente e o estilo dominador). O estilo parental mais eficiente, de forma a prevenir o consumo excessivo de álcool na adolescência, é adoptado por ambos progenitores quando incentivam e cultivam as decisões mais construtivas no seio familiar (por exemplo, os pais são modelos e referencia das decisões saudáveis para os seus filhos), promovem orientações específicas quando os filhos adoptam comportamentos susceptíveis de risco, acompanhados da monitorização e da respectiva aplicação de consequências significativas quanto as regras/limites são quebrados. O objectivo, na aplicação deste estilo parental, consiste em proporcionar a liberdade suficiente ao adolescente, a fim de tomar as suas próprias decisões, e assumir a devida responsabilidade das consequências, sejam elas positivas e/ou negativas, no rumo da sua vida. Baseia-se na liberdade de fazer escolhas, de preferência, as mais positivas possível.

É extremamente importante educar os jovens sobre os perigos do consumo do álcool, por exemplo, em relação ao fenómeno do binge drinking (consumo excessivo de álcool cujo intuito é a intoxicação e a embriaguez), em relação ao abuso do álcool, do alcoolismo e do abuso de drogas lícitas e/ou ilícitas. No entanto, este tipo de educação, por si só, revela-se insuficiente. É importante para os pais, em especial, e a família, em geral, ensinarem o adolescente a tomar decisões construtivas e saudáveis. Obviamente, que é mais fácil dizer do que fazer. Todavia, os progenitores devem estar disponíveis de forma a implementar e a experimentar diferentes estilos parentais cujo objectivo principal vise promover as decisões saudáveis, geradoras de qualidade de vida, e explorarem as oportunidades de sucesso ao longo do desenvolvimento dos seus filhos.

Comentário: Gostaria de salientar o papel importante sobre a educação (estilos parentais) dos filhos por ambos progenitores. O paradigma da educação dos filhos incidir sobre a “batuta” da mãe e o pai desempenhar o papel mais distante, e em alguns casos ausente, em relação aos afectos, creio estar desactualizado no mundo complexo de estímulos diversificados, das modas, de crises e mudanças. O papel da educação dos filhos deve ser, na minha opinião, desempenhado tanto pela mãe como pelo pai (à mesma “voz” e em uníssono, afinal ambos desejam o sucesso para o filho). Na educação dos filhos, as diferenças de género não significa incompatibilidade, pelo contrário, complementam-se. A mãe não pode correr o risco de assegurar a educação do filho ao seu estilo, assim como, o pai não pode ausentar-se sobre a importância dos afectos (necessidades emocionais). A educação do filho é um projecto da família, do qual podemos designar de trabalho de equipa.

Algumas afirmações, mais comuns, que revelam as incompatibilidades no estilo parental.
Afirmação do pai (autoritário) “A culpada de o filho ser assim, é da mãe. Faz-lhe as vontades todas e depois o miúdo faz aquilo que quer e lhe apetece. Comigo não é assim, eu é que mando lá em casa. ”

Afirmação da mãe (indulgente) “O meu filho tem medo do pai. Porque ele quando fala com o miúdo é agressivo ou prefere ignorar os problemas. Não gosta de ser incomodado. Eu não sou assim, custa-me imenso ver o meu filho a sofrer.”

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