sábado, 27 de outubro de 2007

Quais os primeiros sinais de risco relacionados com o abuso de drogas?



“Alguns comportamentos de risco podem ser observados nas crianças. Traços de personalidade e/ou temperamento podem contribuir para comportamentos de risco relacionado com o abuso de drogas. Rapazes agressivos exibem comportamentos problemáticos com as suas famílias, com grupo de pares e relações com outras pessoas. Existem fortes probabilidades, se o comportamento problemático persistir nas suas vidas, de se envolverem em situações de risco. Por ex. falhanço no rendimento escolar, rejeição prematura do seu grupo de pares e associação com grupos de pares que exibem comportamentos de risco, subsequentemente, associados ao abuso de drogas na adolescência. Alguns estudos revelam que crianças entre os 7 e os 9 anos de idade que exibem falhanço no rendimento escolar e comportamentos sociais inapropriados estão em risco de se envolverem no abuso de drogas aos entre os 14 ou 15 anos.

Família:
As primeiras interacções na vida de uma criança ocorrem no contexto familiar que podem ser negativas ou positivas. Por esta razão, os factores que afectam as dinâmicas no seio familiar são os mais significativos. As crianças encontram-se expostas a um maior risco quando existe:
Ausência de vínculos mútuos e afecto ( por ex. amor, confiança, encorajamento e segurança) pelos pais e/ou pessoas significativas.

Apoio parental ineficaz.

Ambiente familiar caótico.

Ausência de relacionamento significativo com um adulto (amor) e

Existência de um familiar e/ou pessoa significativa que abuse de substancias, doença mental e/ou associado a actividades ilícitas (por ex. crime).

Especialmente, o abuso de drogas e/ou outras substancias pelos pais e/ou pessoas significativas interferem negativamente nos vínculos e laços construtivos e saudáveis no seio familiar, representando uma seria ameaça aos sentimentos de segurança e protecção que as crianças necessitam para um desenvolvimento saudável. Por outro lado, as famílias constituem um factor de protecção quando:

Existe envolvimento emocional mutuo entre as crianças e as suas famílias.

Envolvimento dos pais na vida activa das crianças.

Apoio parental que satisfaça as necessidades da família ao nível económico, emocional, cognitivo e social.

Definir limites claros e um controle disciplinar consistente.

Finalmente, períodos críticos e/ou sensíveis no desenvolvimento da família podem intensificar os factores de risco ou de protecção. Por ex. os vínculos e laços familiares mútuos e fortes entre crianças e pais ocorrem durante a infância e a pre-adolescencia. Se existir negligencia durante as fases de desenvolvimento da criança, é pouco provável, que mais tarde estas consigam desenvolver vínculos fortes e positivos com outras pessoas ao longo da sua vida .

Fora do contexto familiar
Existem factores de risco fora do contexto familiar, por ex. escola, grupo de pares, professores e comunidade. Neste sentido, o aparecimento de problemas de comportamento pode comprometer seriamente o desenvolvimento emocional, cognitivo e social da criança. Alguns factores de risco, por ex.:

Falhanço no rendimento escolar.

Associação a grupos de pares que também apresentem problemas de comportamento, por ex. abuso de drogas e

Percepção deturpada da amplitude (por ex. tolerância) e aceitação de comportamentos associados a drogas na escola, nos grupos de pares e na vizinhança (comunidade).

A exposição de adolescentes à delinquência e abuso de drogas constitui uma associação imediata a grupos de pares que abusem de drogas. Entretanto, a ciência revela que as intervenções de prevenção que abordam estes comportamentos problemáticos, tais como a delinquência e abuso de drogas pode constituir um desafio e um compromisso enorme. Por ex. um estudo recente (Dishion et al. 2002) revela que envolver jovens com comportamentos de alto risco, num contexto de intervenção de grupo os resultados são negativos. Actualmente, a ciência procura estudar e explorar o papel dos adultos e de grupos de pares positivos de forma a evitar resultados negativas, em futuras intervenções, nesta área.

Outros factores de risco, tais como, a disponibilidade, o trafico e crenças relacionadas com drogas reforçam e toleram o abuso de drogas influenciando os jovens a iniciarem o abuso de drogas.
A família desempenha um papel significativo na protecção das crianças, principalmente quando elas se envolvem em actividades fora do seio familiar. Os factores de protecção mais expressivos são:

Monitorização dos pais do comportamento social das crianças quanto às diferenças de idades , estabelecendo limites, visionando as actividades fora de casa, ter conhecimento do circulo de amigos/as e reforçar as regras de casa.

Sucesso escolar e envolvimento em actividades extracurriculares.

Envolvimento com instituições de cariz social, ex. escolas, instituições religiosas e

Aceitação de normas convencionais contra o abuso de drogas.”

National Institute on Drug Abuse (NIDA) – Prevenir o Uso de Drogas entre Crianças e Adolescentes
Comentario: A familia desempenha um papel importante e central na prevenção das dependencias. Nos dias de hoje, como pais, somos confrontados no dia-a-dia, por inumeras situações e problemas que podem contribuir, conscientemente e/ou inconscientemente para o "afastamento" da vida activa dos nossos filhos. Por vezes pode parecer impossivel por falta de energia, falta de tempo, de disponibilidade emocional, de coragem estar presente na educação e desenvolvimento dos nossos filhos. Não somos perfeitos, mas podemos fazer um pequeno esforço, porque provavelmente esse esforço "especial" podera um dia mais tarde compensar. Vale a pena arriscar porque as vidas deles (crianças) são demasiado preciosas.

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