Alguns pedidos de ajuda que recebo por email. Todos os dados das pessoas envolvidas, nestas histórias
reais, foram modificados de forma a manter o sigilo completo. Respondo a todos os
pedidos de ajuda.
1. “Boa tarde, chamo me T. Hoje durante a hora de almoço deparei-me
com o seu blogue e gostaria de saber se pode prestar apoio.
Resumindo, o meu filho, de 16 anos, por uma questão de
alguma baixa estima (provocada por uma limitação física), talvez por não ter
tido o acompanhamento paterno que deveria e talvez também por uma questão de
fragilidade da própria personalidade, começou a consumir marijuana.
Sei que não é todos os dias, sei que não é em grandes
quantidades, mas tem todos os indícios de já ter apanhado o vício. Tem um
grupinho de colegas da escola que também fumam. Jura que nunca irá para as drogas
mais fortes, mas a verdade, é que cada vez noto-o com mais necessidade de sair
de casa, depois do jantar, para estar com o grupo de amigos. Já falei, montes
de vezes, com ele, já o chamei à razão, ele diz-me que faz menos mal que o
tabaco normal, e para eu estar descansada que ele sabe controlar-se.
Tentei proibi-lo de sair, mas ele ficou muito
revoltado. Mais tarde, pediu desculpa, dizendo que não é o filho que eu gostava
que ele fosse. Conheço bem o meu filho, é um miúdo sensível, muito amigo do seu
amigo, e isso também o torna um bocado influenciável.
Não sei muito bem como atuar, sinto que tenho de manter um equilíbrio
entre o coração e a razão, tenho tentado fazer isso, mas também penso que se o
proibir de estar com os amigos, vou perder uma grande parte da sua confiança,
até porque alguns deles são colegas de turma. Neste momento, fumar umas ganzas
é tão natural, como na minha adolescência, fumar cigarros normais.
Gostaria de um conselho. Agradecida”
2. “Chamo me A. e o acaso quis que abrisse o seu blogue sobre a
prevenção das dependências. Sou professora e a grande maioria dos meus alunos apresentam
comportamentos desviantes tendo já um percurso de vida bastante atribulado, uns
institucionalizados, outros com historiais de consumos e pequenos furtos, e
claro, todos em situação de abandono escolar. Gostaria de saber qual a
possibilidade e disponibilidade de uma intervenção sua junto das nossas turmas.
Atenciosamente."
3. Chamo me P. e tenho um filho adicto que consome drogas desde
os 12, actualmente tem 36 anos. Já fiz de tudo para o ajudar, mas ao fim de um
determinado tempo, acaba por recair, e consequentemente, também sinto na “pele”
as consequências negativas da sua adicção, visto ele viver comigo. Já estou
cansada de abordar o assunto, onde ele, inclusive, já perdeu a família,
incluindo três filhos, dos quais não pode contactar, por decisão judicial. Não
sei mais o que fazer. Por favor ajude-me. Obrigada"
4. Olá meu nome é C. e há um mês descobri que meu filho, de 14
anos, está dependente de drogas. Foge de casa, quando regressa, é um farrapo. Chora
imenso e pede ajuda para o problema das drogas, mas quando estamos dispostos a
ajuda-lo, ele afirma que não quer ajuda. Como ele não tem recursos financeiros
próprios, decidiu-se pelo tráfico para consumir, ou seja não sei mais o que faço.
Devo coloca-lo num colégio interno para afastá-lo da droga? Uma vez que ele é
menor de idade e não tem poder de decisão sobre si.
Aguardo sua opinião, Obrigada”
5. “Chamo-me R. sou estudante de um curso de nível 4 na área
das toxicodependências. Neste momento estou a fazer o estágio numa instituição
que está interessada em participar na Acção Europeia sobre a Droga (EAD), nesse
sentido, terei que propor um tema na área da prevenção. Andei a pesquisar na Internet
e descobri o seu blogue, gostaria de saber se pode facultar informação específica
sobre prevenção primária para escolas do 1º e 2ºciclo. Encontro imensa
informação, mas como sabe, é excessiva e não é muito explícita. Se puder
ajudar, agradecia imenso, visto este trabalho ter um significado muito
importante, visto tratar-se do estágio curricular.
Obrigada pela atenção, com os melhores cumprimentos”
Obrigada pela atenção, com os melhores cumprimentos”
Comentário: O motivo da publicação, deste pedidos de ajuda,
no blogue é unicamente, quebrar o estigma, a negação e a vergonha associados às
dependências de substâncias psicoactivas lícitas, incluindo o álcool, e/ou
ilícitas. Portugal precisa, urgentemente, de uma cultura, ativa e diferente,
que previna as dependências, atualmente, não existe prevenção.
Gostaria de alertar para a cultura que bebe, que reforça e
promove o consumo de bebidas alcoólicas entre jovens menores de idade. Por
exemplo, até à data deste post,
Portugal é o único país da União Europeia, onde é permitido a venda e o consumo
de bebidas alcoólicas a menores de idade. Sabia que o abuso do álcool e o alcoolismo
são um problema de saúde pública? Sabia que o álcool é
a substâncias psicoactiva mais perigosa?
Você tem filhos? Já falou com eles sobre o consumo de
bebidas alcoólicas? Já abordou o tema das drogas ilícitas? Já abordou os riscos
do abuso (binge drinking – consumo excessivo
de bebidas alcoólicas cujo intuito é a intoxicação /embriaguez) e do
alcoolismo. Se você não o fizer outras pessoas fazem por si. Você tem alguém na
sua família com problemas associados ao abuso do álcool e/ou do alcoolismo ou
drogas ilícitas? Se a resposta for sim, mais uma razão forte para abordar o
assunto em família, incluindo os jovens. Promova a comunicação, na família, que
ajude a quebrar os tabu e os mitos
associados às drogas lícitas e/ou ilícitas.
Importante: Caso você esteja interessada/o em ver esclarecido
algumas questão em relação à prevenção das dependências envie um email. Todos os dados pessoais
confidenciais
Caso esteja interessado sobre a realidade Portuguesa e as drogas.
Caso esteja interessado sobre a realidade Portuguesa e as drogas.
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