“A actual estratégia internacional de controlo das drogas,
cujo objetivo central visa um mundo livre de drogas, tem sido implementada no
terreno, quase exclusivamente, através do recurso a ações policiais e a sanções
criminais. Todavia, através de estudos recentes, revelam, que esta estratégia
falhou nos seus intentos. Embora o efeito nocivo das drogas, nas vidas das
pessoas e na sociedade, esta estratégia revela-se, excessivamente punitiva e
não foi alcançada, em termos dos objetivos da saúde pública e tem contribuído
para inúmeras violações dos diretos humanos.”
- Anand Grover, comissario das Nações Unidas para os direitos humanos
Sabia que a declaração da “Guerra contra as Drogas” foi
anunciada pelo Presidente norte-americano Richard Nixon, em 1971? Passado 41
anos ainda não prevê um fim para a dita “Guerra contra as drogas”, pelo
contrário, é um fenómeno universal que veio para ficar, do qual, todos nós,
teremos que repensar sobre uma diferente estratégia.
O problema das drogas lícitas, incluindo o alcool e os
fármacos, e ilícitas é um problema transversal na sociedade portuguesa. Na
minha opinião, Portugal não possui um enquadramento, a convicção e o
compromisso politico, cívico, jurídico e da saúde pública capaz de promover uma
estratégia, de forma a lidar com os efeitos negativos das drogas lícitas e/ou
ilícitas, assim como ser capaz de potenciar um reflexão publica profunda sobre
as medidas que pretendemos adotar para o nosso país. Pelo contrário, existe um
certo marasmo generalizado. Por exemplo, em relação ao abuso do álcool e do
alcoolismo, em pleno seculo XXI, num artigo do Diário de Noticias, de 30/6/12,
referia que 70% da população de Barcelos, com idade inferior a 50 anos, é
afetada pelo alcoolismo. Considero que os jovens e as famílias portuguesas
precisam, urgentemente, de um sistema político com o qual depositem confiança e
esperança na luta contra este tipo de epidemia: O problema das drogas licitas,
incluindo o álcool, e/ou ilícitas não acontece só aos outros.
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