sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Conduzir sob o efeito do álcool e as vitimas inocentes




Sabia que a condução sob o efeito de álcool e/ou outras drogas pode transformar a viatura numa arma letal com consequências trágicas e com vitimas inocentes.
Veja este video controverso, sobre um individuo que afirma ter morto uma pessoa enquanto conduzia o seu carro sob o efeito do álcool.
Noticias 2013
28/12/13 «428 pessoas detidas por excesso de alcool na época do natal.»
05/08/13 " Político responde por homicídio negligente e condução sob o efeito de álcool num acidente que causou a morte de um jovem de 19 anos"
06/08/13 "Mais de cem condutores com alcool a mais. A GNR deteve no domingo 136 condutores com excesso de alcool."
27/08/13 "68 condutores detidos com excesso de alcool. GNR deteve, no fim de semana, (...) 68 detenções a individuos que conduziam sob o efeito do alcool."
24/09/13 "1390 detenções na Operação Verão Seguro. (...) entre 15 de agosto e 15 de setembro, 620 das quais por excesso de álcool (...)."

Partilhe este video pelos seus contatos de forma a chegar ao maior numero de pessoas a fim de sensibilizar para este tipo de tragédia.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A resiliência é um escudo para as dependências



10 Dicas úteis sobre como promover a resiliência no desenvolvimento das crianças, por Margarita Tartkovsky (Leia o texto na integra).


1. Não proporcionar todos os recursos
Segundo a Dra. Lynn Lyons “ Sempre que tentamos proporcionar segurança e conforto, estamos a atrapalhar as crianças a fim de que elas consigam desenvolver as suas competências na resolução de problemas e na aquisição de perícias.” Proteger excessivamente as crianças somente irá aumentar a ansiedade delas.”
A Dra Lyons ilustrou este exemplo muito comum de uma forma dramática. “Às 15.30, a criança sai da escola e revela aos pais, que frequentemente fica preocupada porque não sabe se os seus pais a vão buscar a horas. Para tranquilizar a criança, os pais chegam à escola com uma hora de antecedência e “estacionam” á frente da janela da sala de aula, para que a criança os veja. Outro exemplo, “ Os pais permitem que o seu filho, de 7 anos, durma num colchão no quarto deles porque o filho se sente desconfortável em dormir no seu próprio quarto sozinho.”

2. Evite eliminar todos os riscos
Naturalmente, os pais procuram proporcionar segurança aos seus filhos. Mas eliminar todos os riscos retira-lhes a oportunidade de aprenderem sobre como ser resiliente. Numa família conhecida da Dra. Lyons, durante a ausência  e segundos os critérios dos pais , as crianças não atingiram ainda o nível de maturidade suficiente que lhes permita tomar as refeições em casa visto haver o receio de sufocarem com a comida, assim, segundo a Dra Lyons, também não estão habilitadas a permanecer em casa. Se as crianças já são crescidas o suficiente para estar em casa sozinhas, também são crescidas para se alimentarem.
O factor chave reside em permitir às crianças correr riscos apropriados à sua idade e ensinar algumas competências essenciais ao seu desenvolvimento. O adolescente que vai tirar a carta de condução, aos 5 anos de idade aprendeu a andar de bicicleta e que antes de atravessar a rua, precisava abrandar a velocidade, prestar atenção aos carros e olhar para o lado direito e para o lado esquerdo, Proporcionar às crianças, a liberdade apropriada à sua idade, ajuda-os a aprender a definir os seus próprios limites.


3. Ensine-os a resolver os seus próprios problemas
A criança está amedrontada por ir passar o fim-de-semana com os amigos, num campo de férias, longe de casa. Segundo a Dra Lyons, um progenitor ansioso afirmaria numa situação destas “Pronto, não há necessidade em ires ao campo de férias. Podes ficar em casa.”
Todavia, uma abordagem mais correcta consiste em estabilizar o estado de ansiedade da criança, ajudando-a a gerir as suas emoções em relação às saudades de casa. Nesse sentido, pode perguntar à criança o é que ela pode fazer a fim de se adaptar às saudades de casa.
Quando o filho da Dra Lyons ficava ansioso por causa do exame final, ela e ele faziam um brainstorm  sobre as possíveis estratégias para gerir melhor o tempo e o horário para estudar. Por outras palavras, ajuda-lo a acostumar-se a enfrentar os seus próprios desafios. Através da repetição, proporcionar-lhe oportunidades a fim de determinar aquilo que funciona e aquilo que não funciona.

4. Ensine aos seus filhos competências concretas
Quando a Dra Lyons, trabalha com crianças, ensina-lhes competências específicas a fim de eles aprenderem a gerir determinadas situações. Costuma questionar-se a si própria “Qual é o objectivo que pretendo atingir com esta situação? Qual é a competência que eles necessitam de aprender para atingir o objectivo?” Por exemplo, pode ensinar a criança a cumprimentar alguém e a iniciar uma conversa.

5. Evite a pergunta “Porquê?”
Segundo a Dra Lyons, o “Porquê?” não se revela eficiente na aquisição de competências para gerir os problemas. Por exemplo, se o seu filho deixa a bicicleta à chuva e você pergunta, “Porquê?” O que é que elas vão dizer? A resposta vai ser “Tenho 8 anos e sou uma criança descuidada.”
Faça perguntas utilizando o “Como”. “Olha lá, deixaste a bicicleta à chuva e a corrente ficou enferrujada. Como é que podes reparar essa situação?” Por exemplo, o seu filho pode ir fazer uma pesquisa à internet e descobrir como pode reparar a corrente enferrujada ou contribuir com o seu próprio dinheiro para uma corrente nova. A Dra Lyons também utiliza o “Como” para ensinar competências diferenciadas. “Como é que vais levantar da cama quando está acolhedor e os lençóis estão quentinhos?” ou “Como é que vais lidar, com os rapazes barulhentos da tua turma, quando eles começarem a incomodar?

6. Não lhes proporcione todas as respostas
A Dra. Lyons, afirma que, em vez de lhes dar todas as respostas, faça o seguinte, utilizando a frase “Não sei.” Assim está a proporcionar-lhes as competências necessárias para a gestão dos problemas. Utilizando esta frase, está a ensinar-lhes a tolerar a incerteza e a ajuda-los a pensar sobre as formas possíveis de enfrentar alguns desafios. Faça este exercício quando eles são crianças, e ao longo do seu crescimento, proporcionando-lhes pequenos desafios, está a prepara-los para desafios maiores e mais arriscados. Eles não vão gostar, mas com o tempo vão acostumar-se.
Por exemplo, quando você vai á consulta de rotina do médico do seu filho, e ele perguntar  “Ó mãe, vou apanhar uma pica?” em vez de o tranquilizar, diga “Não sei. É bem provável que leves uma pica, se acontecer, vamos ver como é que vais enfrentar a situação.” Outro exemplo semelhante, se o seu filho perguntar “Ó mãe hoje vou ficar doente?” Em vez de responder “Não, não penses nisso. Não vai acontecer nada.” responda “É provável, se acontecer vamos ver como lidas com isso.”
Se a criança estiver preocupada porque vai detestar a escola, em vez de dizer “Vais adorar, vais ver!” Você pode explicar que algumas crianças podem não gostar da escola, desta forma, você pode ajuda-lo a encontrar outras alternativas.

7. Evite o discurso utilizando termos catastróficos
Preste muita atenção aquilo que diz em frente aos seus filhos. Segundo a Dra Lyons, os pais ansiosos têm a tendência para utilizar termos catastróficos. Por exemplo, em vez de dizerem “É mesmo importante aprenderes a nadar,” dizem “É mesmo importante aprenderes a nadar porque seria devastador, para mim, se um dia tu te afogasses.”

8. Permita que os seus filhos cometam erros
De acordo com a Dra Lyons, cometer erros não significa que seja o fim do mundo. É esta a forma como adquirimos o discernimento, a fim de sabermos o que fazer a seguir e a resolver a situação. Para os pais, revela-se extremamente doloroso, permitirem a confusão e a desordem. Por outro lado, é desta maneira que as crianças aprendem a identificar e a corrigir equívocos, e para a próxima vez, aprendem a evitar cometer os mesmos erros. É típico dos pais ansioso e superprotectores, quando a criança possui uma determinada tarefa, fazem questão de que façam o trabalho o mais possível próximo da perfeição, mesmo que numa primeira abordagem a criança, não revele absolutamente interesse nenhum. Permita à criança identificar as consequências das suas acções. Outro exemplo semelhante, se o seu filho não quer ir à natação, permita que ele fique em casa, porque da próxima vez, quando ele se sentar no sofá poderá sentir-se desconfortável.

9. Ajude o seu filho a gerir as emoções
A Dra Lyons, afirma que a gestão das emoções é o factor principal para a resiliência. Ensine o seu filho a aceitar as emoções, como algo perfeitamente legítimo. É normal sentir raiva quando ele ou ela perde o jogo ou se alguém lhe come o gelado todo. Depois das emoções atribuladas, eles precisam de pensar sobre aquilo que vão fazer de seguida. Rapidamente, as crianças também aprendem a distinguir e a relacionar as suas emoções poderosas e aquilo que eles querem. Os pais também precisam de aprender como lidar com suas emoções. Como progenitor, você poderá dizer “Compreendo que te sintas frustrado e zangado. Se estivesse no teu lugar, também me sentia da mesma maneira. Entretanto, precisas de aprender a identificar qual é próximo passo e qual o comportamento mais apropriado.” Se o seu filho fizer uma grande gritaria, ficará bem claro qual o tipo de comportamento que é apropriado ou não. Você dirá “Desculpa, mas não vou buscar outro gelado, porque esse tipo de comportamento é inapropriado e inaceitável.

10. Resiliência
É óbvio que as crianças aprendem observando o comportamento dos progenitores. Segundo a Dra Lyons, sugere “Seja consistente e tenha calma. Você, como progenitor, não pode pedir aos seus filhos para controlarem as emoções, se você não consegue controlar as suas. Na verdade, nós baralhamos tudo e como sabemos a educação exige muita pratica.” Quando você, como progenitor, cometer um erro, admita-o e diga “Desculpa filho, realmente estraguei tudo. Não consegui gerir a situação com calma. Vamos falar e descobrir outra forma diferente de lidar com a situação no futuro.”

É desde criança e ao longo da adolescência que a resiliência proporciona orientação e competências através de caminhos, conquistas e adversidades, por si só, inevitáveis e complexas, mas que fazem parte integrante do próprio desenvolvimento. Crianças resilientes, mais tarde, tornam-se adultos resilientes, capazes de sobreviver e prosperar expostos aos mais diversos tipos de adversidade.
Saiba mais sobre a Dra Lynn Lyons 

 Comentário: Como adultos sabemos o quão importante são os valores e as competências que nos foram incutidos pelos pais ou pessoas significativas, pela família em geral, pela escola e pela sociedade ao longo do nosso desenvolvimento. Da mesma forma, também sabemos o quão importante foram, e ainda continuam a ser, os erros que todos nós cometemos. É nesta dança entre a aquisição de competências e a aprendizagem dos erros, relação causa e efeito, que a prevenção das dependências ocorre desde o nascimento e ao longo da vida.
A prevenção das dependências, direccionada para as crianças, só é possível se TODOS estivermos envolvidos e assumirmos esse compromisso – causa. Por outras palavras, se sabemos que as crianças adquirem grande parte das suas competências observando os adultos; nós como adultos, responsáveis e com mais experiencia de vida, precisamos de ser um exemplo a seguir.
A sociedade somos todos nós. Estaremos a proporcionar às nossas crianças um leque de oportunidades que elas precisam para explorar o mundo? Será que estamos a incutir nas crianças um espirito que as motive a explorar o seu próprio potencial, a prosperarem e a oferecer-lhes alternativas para enfrentarem as adversidades? As drogas, incluindo o álcool, estão disponíveis para aqueles jovens que não exploraram, desenvolvem e prosperaram ao longo do seu desenvolvimento e servem, na perfeição, como uma almofada para atenuar a dor e o trauma, a frustração, a vergonha, a rejeição, a culpa. 



sábado, 13 de julho de 2013

"A minha declaração de compromisso para com as minhas crianças"



Tradução: A minha declaração de compromisso para com as minhas crianças.
Enquanto eu estiver vivo irei sempre ser, em primeiro lugar o/a teu pai/tua mãe, e em segundo lugar, serei teu amigo/a. Porque te amo, irei ser o teu amparo, irei reagir às tuas investidas contra certas regras, irei dar conselhos e lições de moral, irei deixar- te cheio de raiva, irei ser o teu pior pesadelo e irei à tua procura como um cão de caça. Quando realmente perceberes que o meu papel é este, nessa altura, vou aceitar que já és um adulto responsável. Ao longo da tua vida, não irás encontrar ninguém que te ame, apoie, reze e se preocupe contigo, mais do que eu. O meu trabalho como progenitor/a, para contigo, nunca estará completo se tu, pelo menos uma vez, não resmungares, “Eu odeio-te”, em toda a tua vida.  

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Autor Anónimo

terça-feira, 25 de junho de 2013

Recomendações urgentes ao nível da oferta do alcool


Segundo uma notícia no Jornal de Noticias, de 22/06/13, “Defendendo aumento do preço do álcool. O Conselho Nacional de Saúde recomenda ao Governo que aumente o preço do álcool e restrinja a disponibilidade das bebidas alcoólicas como medida para reduzir os efeitos da crise na saúde.” Gostaria de referir que esta notícia, no JN, surge sem o destaque que merece, pelo contrário, é publicada nas notícias “Breves”. Pessoalmente, não chego a entender o papel de serviço publico e de investigação dos média, porque ninguém fala do assunto com honestidade; todos sabemos que o problema é grave, mas ninguém se atreve a abordar e aprofundar o tema sempre actual e preocupante.

Tal como já aqui foi afirmado o abuso de álcool e o alcoolismo representa um problema grave de saúde pública, todavia, os líderes políticos, negligenciam, o fenómeno exponencial associado ao abuso do álcool e do alcoolismo, agravado, tal como o Conselho Nacional de Saúde, vem alertar através da sua recomendação, para os efeitos do álcool em indivíduos vulneráveis à crise: por exemplo, aumento do desemprego, situações trágicas de famílias, questões financeiras e económicas precárias (dívidas), pobreza, doença mental (aumento dos casos de depressão e ansiedade), etc.
O Conselho Nacional da Saúde é um órgão de consulta do Ministério da Saúde que tem por missão emitir pareceres e recomendações sobre questões relativas à realização dos objectivos de política de saúde e propor medidas que julgue necessárias ao seu desenvolvimento, por solicitação do membro do Governo responsável pela área da Saúde.Saiba mais sobre as políticas de saúde

Sabia que a Industria do álcool, promove um vasto leque de oferta de bebidas alcoólicas a preços irrisórios, a fim de aumentar a procura. Se o álcool está disponível, a procura tende a aumentar. O álcool é mais barato que a água. Se não existe leis que regulem a oferta do álcool, obviamente que a Industria do álcool aproveita a lacuna, alegando interesses económicos.

Quando é que o Governo, os líderes políticos, segue esta recomendação? Para quando os tribunais (juízes e advogados) e a legislação contemplam os efeitos negativos na saúde pública do abuso do álcool e do alcoolismo, incluindo os jovens de menores de idade, os adolescentes e os adultos em idade sénior?


Será que existem lóbis, junto dos políticos, que impedem que se adoptem medidas justas e honestas em relação ao problema de saúde publica, associado ao abuso do álcool e do alcoolismo? Se a resposta é sim, então o caso ainda é mais grave e preocupante. O poder económico não pode estar acima dos interesses e da saúde publica. 

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Evidência cientifica reforça a necessidade de medidas preventivas



De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) 25 e 50% das pessoas podem ter sido abusadas fisicamente durante a sua infância. Uma experiência definida como o uso da força física que prejudica a saúde da criança, a sobrevivência, o seu desenvolvimento ou dignidade. Maus tratos na infância não se restringem somente ao abuso físico, as crianças também podem ser emocional ou sexualmente abusadas ou negligenciadas e essas experiências podem ter implicações serias e duradouras para a saúde do adulto.
A associação entre o abuso sexual infantil e problemas de saúde psicológica na vida adulta actualmente já estão documentadas e confirmadas. No entanto, os resultados na saúde da criança sobre o impacto da exposição aos maus tratos, não sexuais (abuso físico, emocional e negligência), a longo prazo, não têm sido sistematicamente examinados.

No ano passado, uma revisão sistemática e meta-análise publicada na PLoS Medicine (Norman e colegas, 2012) facultou um melhor entendimento sobre a associação entre a exposição ao abuso físico, abuso emocional e negligência na infância, os resultados de saúde física e mental mais tarde na vida adulta.

Abuso físico, abuso emocional e negligência são normalmente ligados a efeitos na saúde física e mental
Crianças emocionalmente abusadas apresentaram um risco três vezes maior de desenvolver doença mental – depressão e ansiedade. Efeitos idênticas de maus tratos à criança (não-sexuais) apresentam um risco significativo de desenvolverem perturbações do comportamentos alimentar, uso de drogas e álcool e comportamento suicida.

O único resultado, na saúde física, para o qual existe uma forte evidência de uma associação aos maus tratos (não sexuais) à criança é o das doenças sexualmente transmissíveis e/ ou comportamentos de risco associado ao sexo. Estes resultados foram cerca de 1,7 vezes mais prováveis em pessoas com uma história de abuso.
A evidência para uma associação com doenças crónicas, como o acidente vascular cerebral, a obesidade, a artrite e dor de cabeça / enxaqueca era fraco e inconsistente.

Norman RE, Byambaa M, De R, Butchart A, Scott J, et al. (2012) The Long-Term Health Consequences of Child Physical Abuse, Emotional Abuse, and Neglect: A Systematic Review and Meta-Analysis. PLoS Med 9(11): e1001349. doi:10.1371/journal.pmed.1001349
Andrews et al (2004) Child sexual abuse. In Comparative quantification of health risks: global and regional burden of disease attributable to selected major risk factors (PDF) (Ezzati et al, editors). WHO, Geneva; pp 1851-1940

Comentário: De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde sobre o numero sobre as crianças abusadas e negligenciadas, são preocupantes visto representarem um custo muito elevado (Estado) e perda da qualidade de vida (doença, crise, acidentes, dor e sofrimento etc). Apesar de, em Portugal  o numero de jovens que consomem e  abusam de drogas, incluindo o álcool, ao longo das suas vidas, não ser generalizado, isso não significa que não seja prioritário um plano nacional de prevenção das dependências;  nicotina, canábis,  álcool (qualquer bebida com teor alcoólico). De acordo com o ultimo inquérito (2007) o alto grau de dependência afeta 10% dos fumadores, sendo a motivação para parar de fumar reduzida  (85,5% dos fumadores). Por outro lado, assistimos impotentes ao aparecimento de novas drogas, senão vejamos, após o recente decreto que proíbe a venda de drogas nas smartshops já surgiram seis novas substâncias psicoativas. O cánabis é a drogas mais consumida entre os jovens. Nos últimos anos têm surgido mais pedidos de ajuda a jovens que desenvolvem comportamentos problemáticos associados ao consumo excessivo de cánabis (psicoses, abstenção e redução do aproveitamento escolar, impulsividade, depressão, perda da memoria e concentração). 
Apesar de o estudo realizado pela CESNOVA (Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa) revelar que o consumo generalizado, sobre a prevalência de embriaguez ter caído, é do conhecimento geral, que os jovens, alguns menores de idade, desenvolvem uma cultura de divertimento muito forte associada ao abuso do alcool (Binge Drinking) cujo intuito é a embriaguez; por exemplo as queimas, os espectáculos de musica e as saídas à noite. 
Podemos concluir, depois do estudo da OMS, que as crianças que tenham sofrido qualquer tipo de abuso (emocional, físico e sexual) e negligência parental estão em risco de desenvolverem comportamentos de alto risco associado ao álcool e/outras drogas e perturbação do comportamento alimentar.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Publicidade? "Quanto baste"


Como é que a publicidade influencia os jovens?
Apesar deste video reportar-se à realidade americana, este fenómeno das técnicas agressivas de marketing, que geram pressão social e psicológica,  também  afecta negativamente as jovens portuguesas. Todos os dias, 365 dias por ano, estamos sujeitos aos mais diversos estímulos  cujo objectivo é simplesmente o  lucro das grandes multinacionais e das modas. 
Não vá em modas disfuncionais; pelo contrário faça questão de as quebrar: Seja você mesmo, ser único/a e criativo/a.
Siga o link e veja o video Causa e efeito.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Onde é que ficamos? Qual é afinal a realidade? Decida você



“Governo recua e distingue vinho e cerveja das bebidas espirituosas. Nova lei proíbe álcool de teor elevado a menores mas mantém os 16 anos para bebidas “leves”. Associação de bebidas e peritos falam em cedência a lóbis. A diferenciação dos limites etários – 16 e 18 anos- consoante o teor de álcool, definida no novo diploma, aprovado, no dia 21/2/13, pelo Conselho de Ministros, veio defraudar entidades ouvidas durante a elaboração da lei para o consumo do álcool. É conhecida a posição de Pires de Lima contra a proposta da proibição alargada aos 18 anos. Pires de Lima é o presidente da Associação de Produtores de Cerveja e também presidente da mesa do conselho nacional do CDS-PP.  ” Lê se na notícia do Jornal de Notícias de 22/2/13. Podemos acrescentar na mesma notícia, segundo o secretário de Estado adjunto da Saúde “(…) a medida tenciona sobretudo impedir a embriaguez dos jovens” Jornal de Noticias, 22/2/13. Esta é a versão dos políticos, dos interesses da Industria do Álcool (lobbies) e que contam com a conivência dos órgãos da comunicação social, sobre o problema de saúde pública relacionado com o álcool. 

Repito mais uma vez, visto ter publicado já este facto no blogue, você sabia que existem um milhão e meio de pessoas que bebe em excesso e metade delas é alcoólica, em Portugal? No artigo do JN, para espanto de todos aqueles que trabalham nesta área e ou das famílias, incluindo as crianças afectadas pelo álcool, o jornalista ainda refere na notícia, “bebidas leves.” Apesar dos média teimarem em confundir a opinião publica e alimentar mitos, não existe este conceito “bebidas leves” quando sabemos o álcool é uma droga psicoactiva.

Reacções à Nova Lei
  • “Há três, quatro meses, a proposta à qual tivemos acesso, o limite de 18 anos aplicava-se a todo o tipo de álcool. Esta proposta não é consistente, o elemento álcool está presente em todas. Não podemos diferenciar o bom álcool do mau álcool. Tínhamos ficado satisfeitos para a subida de idade mínima dos 16 para os 18 anos. A lei parece ceder a pressões de vários grupos. O álcool é sempre prejudicial aos jovens. Na cerveja há também vários graus” George Sandeman, presidente da Associação de Comerciantes e Industriais de Bebidas Espirituosas e Vinhos
  • “Uma cedência total aos lobbies. Esta lei serve a estratégia de fidelizar os jovens para o consumo de álcool – beber desde cedo, para criar hábito. É uma cedência total aos lobbies das grandes empresas e das multinacionais. Estamos a mascarar o problema. O álcool é álcool. É uma medida trágica.” João Manuel Ramos, responsável pela Associação de Cidadãos Auto Mobilizados
  • “A medida fica coxa, é uma medida a medo. Quem trabalha nesta área sabe que se está diante do efeito de pressões. A lei é confusa criando uma mensagem difícil de explicar aos mais novos” Rui Tato Marinho, medico e coordenador de hepatologia da Ordem dos Médicos
Depois de sabermos a opinião dos políticos e da Industria do Alcool, também iremos saber algumas reacções de entidades e os seus representantes, agora vamos abordar o lado realista e negro do fenómeno do alcool e as suas vitimas  Senão vejamos, "Coma alcoólico leva direcção do Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA) a suspender praxe. Foram ultrapassados os limites para além do tolerável, João Carvalho presidente do IPCA, em Barcelos, ao comentar o incidente, dentro do campus da instituição, que levou três alunos, em coma alcoólico, ao Hospital de Barcelos após o Rali das Tascas organizado pela Tuna do IPCA, em parceria com a Comissão de Praxe. (…) Os alunos hospitalizados, duas raparigas de 19 anos e um rapaz de 18, já tiveram alta. O caso mais grave saiu apenas na madrugada de ontem” Noticia do JN de 21/2/13

Excertos de uma reportagem publicada no suplemento que faz parte da edição do Correio da Manhã. “Noite de copos. Consumo de álcool por adolescentes em Portugal aumentou. Não há lei que trave.  No grupo de Alberto (nome fictício) já não há menores de idade. O mais novo dos seis rapazes, Paulo (nome fictício), celebrava nessa noite 18 anos. Pelo menos, foi o que disseram. Um afirma que começou a sair à noite aos 14 anos e já apanhou “algumas bebedeiras. O acesso às bebidas, mesmo brancas, nunca foi problema, Nem vai mudar com a lei. Os comerciantes querem é fazer dinheiro e fecham os olhos às idades. E se não for assim, leva-se uma fotocópia do BI falsa, garante Alberto”
“Até dá dó. Às vezes, é preciso sair do carro para tocar às campainhas e pô-los dentro do prédio para chegarem a casa. No outro dia era uma miúda que estava estendida no largo, completamente inconsciente. A que estava com ela só olhava. Ainda saí do carro e fui lá, mas outro colega já tinha chamado uma ambulância” taxista na zona de Santos.
Segundo João Goulão, o presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência, “(…) diz nada ter a acrescentar, depois de reconhecer, no ano passado, que o consumo de bebidas alcoólicas aumentou entre os jovens, mas que estes apanham “menos bebedeiras” e bebem” cada vez mais cerveja” num consumo regular.
  • “Álcool é sempre álcool e quando se faz a avaliação de um doente conta apenas o número de unidades que bebe e não o tipo de bebida. Todas são igualmente perigosas” Francisco Henriques, da Unidade de Alcoologia de Lisboa.
  • “Esta lei é cínica e desrespeita o plano que fizemos com o Ministério da Saúde” Albino Almeida, presidente da Confederação das Associações de Pais
  • “Está provado que não se deveria beber antes dos 18 anos por causa do desenvolvimento cerebral” Luís Patrício, psiquiatra
Comentário: O fenómeno do Binge Drinking, que consiste no abuso de bebidas alcoólicas (período reduzido de tempo) cujo objectivo é a intoxicação/embriaguez é um problema que afecta crianças e jovens de todo o Mundo. Alguns países afirmam impotentes; ensinar as crianças a beber moderadamente não funciona, tal a pressão social, cultura que bebe, e as técnicas de marketing agressivas da indústria do álcool com a conivência dos políticos, da ordem dos médicos e advogados, tribunais e dos média. Infelizmente, Portugal inclui-se também nesta lista de países, com tendência para o fenómeno aumentar. Saiba mais sobre o que o Sr. secretário de Estado adjunto da Saúde afirmou recentemente sobre a prevenção e o serviço nacional de saúde sobre o álcool. 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Bullying - "Até hoje"





Até hoje!
"Eles estavam enganados..."
As consequências do bullying podem permanecer para o resto da vida: "Mais Vale Prevenir Do Que Remediar"
Veja o vídeo


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Vale a pena mudar ou permanecer cristalizados e impotentes?


Noticia no Jornal de Noticias de 30/12/12:  “Portugueses devem prevenir doenças para ajudar SNS”
O atual Secretario do Estado da Saúde considera que “ os portugueses têm a obrigação de contribuir para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde prevenindo doenças e recorrendo menos aos serviços.” Ainda na mesma notícia referia, e é esta a parte que mais interessa, visto contemplar a questão da prevenção das dependências, “Os problemas ligados ao tabaco, ao álcool e à diabetes tipo 2 (que é prevenível) representam um encargo para o Estado de cerca de 800 milhões de euros. O tabaco custa 500 milhões, o álcool 200 milhões e a diabetes 100 milhões, só em medicamentos. Na prevenção, os ministérios da Saúde e da Educação vão promover um campanha nacional nas escolas para alertar para os malefícios do tabaco, álcool e novas drogas. Em relação ao álcool, o Governo prepara-se para apresentar legislação que limita a venda de bebidas alcoólicas a maiores de 18 anos e que restringe a sua comercialização em bombas de gasolina ou lojas de conveniência durante o período noturno.”

Evitando entrar nas questões políticas e dos partidos, mas aproveitando o discurso do senhor secretário do estado, aproveito para abordar, mais uma vez, a inexistência de políticas nacionais que contemplam a Prevenção das Dependências. Segundo os números avançados pelo senhor secretário do estado, em relação aos custos para o Estado, quanto ao tabaco (500 milhões), álcool (200 milhões) onde não faz qualquer referência dos encargos relacionados com as drogas ilícitas, por exemplo as drogas ditas “leves”, posso concluir, mais uma vez pelas palavras do senhor secretario do estado que todos os esforços em relação à politica nacional da prevenção das dependências em Portugal ou são inexistentes visto não haver uma avaliação concreta ou não estão a dar resultados ou mais preocupante não existe. Esta realidade já é uma herança amarga de dezenas de anos, visto não haver vontade politica para mudar; a prevenção nunca funcionou e não funciona com campanhas nas escolas. A prevenção faz-se antes, durante, após o nascimento e ao longo da vida, como sabemos ninguém nasce com um manual de “boas praticas”, neste mundo em constante “alvoroço” e perigoso para algumas crianças vulneráveis.

De acordo com estudos, nos EUA, cada dólar investido na prevenção poupa-se sete dólares no tratamento e vinte e um dólares em serviços sociais. Então se poupa com a prevenção do que é que estamos à espera?

Na minha deslocação pelas escolas e famílias sobre a prevenção todos são unanimes em afirmar que é preciso fazer qualquer coisa porque o fenómeno já se transformou num flagelo, mas depois, quando é necessário elaborar programas e objetivos, assumir compromissos e envolver a investigação e a experiencia o resultado é nulo, porque não existem pessoas que assumam verdadeiramente a causa, com compromisso pela missão.

Por exemplo, quanto à afirmação do senhor secretario do estado sobre a alteração da legislação que limita a venda de bebidas alcoólicas a maiores de 18 anos, na minha opinião, a alteração já peca por tardia, visto haver noticias e a investigação realçar o surgimento do fenómeno denominado Binge Drinking entre adolescentes, e em alguns casos entre  jovens com 12 e 13 anos. Acredito que exista vontade política em mudar as mentalidades, mas na prática, é só um plano de intenções, porque nada muda. Esta “promessa” dos políticos e dos partidos, sobre a legislação que limita a venda de bebidas alcoólicas a maiores de 18 é difundida há vários anos, diria pelo menos há uma década, e permanece na secretaria dos ministros, visto não ser urgente e eventualmente, haver lobbies, da industria do álcool, que pretendam que as coisas permaneçam como estão, porque os nossos jovens, menores de idade, continuam a representar uma fonte de receita devido ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Se é assim com o álcool, como será com a legalização do cannabis? Não basta legalizar, e depois quais são as estruturas e políticas existentes para a prevenção? E para o tratamento?

De acordo com uma notícia do JN, em 2010, os hospitais portugueses registaram 28 óbitos por uso de álcool ou drogas. Neste mesmo ano, segundo dados da Direção Geral de Saúde (DGS) 3000 doentes foram assistidos por estes motivos, consumos de álcool ou drogas. Convém salientar que o álcool também é uma droga psicoativa e a mais perigosa. No mesmo relatório da DGS sobre a morbilidade hospitalar no Serviço Nacional de Saúde, 2010, houve 3197 doentes a receber alta dos hospitais por uso de álcool e ou outras drogas e perturbações mentais induzidas por estas substancias. Estes doentes representam quase 40 mil dias de internamento durante um ano. Em relação a 2009 registaram-se 31 óbitos por consumo de álcool ou droga, mais 4000 dias de internamento e mais 200 doentes observados por esta causa.

Definitivamente, “mais vale prevenir do que remediar”. A saúde e a qualidade de vida das nossas crianças, tem estar acima dos interesses económicos e dos lobbies. É preciso que os decisores políticos, em conjunto com a sociedade civil, assumam a negligência e mudem os paradigmas disfuncionais que reforçam o consumo, o abuso e as dependências de substâncias psicoativas lícitas, incluindo o álcool e as ilícitas, para depois não virem dizer que o Estado gasta não sei quanto milhões de euros. Em relação ao assunto das dependências, se nada muda, a tendência é para agravar.