Se é tudo urgente, qual o tempo disponível que dispomos para relaxar, divertir e recuperar as energias positivas? Qual é o modelo de gestão que adoptamos que nos permite usufruir da companhia da família (momentos de intimidade), incluindo os filhos, dos amigos, lazer? Sorrir, conviver com a família e filhos, amigos, ter um sono reparador, ir ao cinema, dar um passeio, alimentação diversificada e saudável, exercício físico.
Considero
que, na maioria dos casos, adoptamos a máxima do stress “É tudo urgente…”
sofremos as consequências ao nível da saúde física, mental e
emocional/espiritual, parece que, para sermos indivíduos precisamos de sofrer,
todavia, se o sofrimento não possuir um propósito e um sentido construtivo,
resiliente e saudável, não se aprende nada. Nada muda, com a agravante de a
tolerância ao sofrimento aumentar. Ficamos cristalizados na autopiedade, na
vitimização, “mártir”. Evocam-se causas nobres para sofrer, mas na realidade
nada muda, na infelicidade, na frustração e o no isolamento. Com tendência para
piorar. É tudo urgente, gera mais stress.
Se é tudo
urgente, revelamos uma necessidade exagerada em projectar, no futuro, as nossas
desilusões, falhanços e desenvolvemos preconceitos e estereótipos em relação aquelas
pessoas que pensam e agem de maneira diferente por exemplo marido/mulher,
filhos, colega de trabalho, amigos/as. Consequentemente, iremos ficar
paralisados e incapazes de criar soluções construtivas, comunicar as nossas
necessidades e estar atentas às necessidades dos outros, estabelecer
relacionamentos de intimidade com as pessoas significativas, incluindo os
nossos filhos. Enquanto permanecermos ansiosos, projectando cenários
catastróficos nas nossas mentes, será difícil sentir confiança, auto estima,
capacidade crítica e motivação, porque é tudo urgente.
Segundo um
estudo publicado na revista Psychological
Science, quando as pessoas se sentem mal em relação a elas mesmo, ficam
predispostas para criticar e desenvolver preconceitos em relação às pessoas que
são distintas. Esta é uma das razões, mais remotas, pela qual criticamos e
julgamos (preconceitos e estereótipos) as outras pessoas.
Adopte um
modelo de gestão do stress que realmente funcione e seja saudável.
Dicas:
Faça um serio
investimento no tempo e energia que dedica ao sono. Durma oito horas e
recarregue as baterias positivas e assim contribui para um melhor desempenho da
memória, da concentração, da gestão das emoções e gestão dos conflitos.
Faça
uma actualização pormenorizada aos seus critérios se pensar que dormir é perda
de tempo. Identifica sentimentos de culpa ou embaraço por dormir uma sesta? Se
pensar que dormir é sinónimo de preguiça, essas atitudes estão desactualizadas.
Faça exercício
físico com regularidade, de preferência integrado num grupo de pessoas. Convide
familiares e ou amigos para caminharem.
Alguns factores que só servem para desmotivar. Falta de confiança,
falta de ambição, andar sempre a lamentar e descontente daquilo que não tem,
não consegue e não faz. Definir objectivos ambíguos e irreais, falta de
reconhecimento, não participar no processo de mudança com acções construtivas e
responsáveis.
Cultive o hábito de avaliar os seus sentimentos, principalmente, o
medo, a raiva e o ressentimento, o sentimento de culpa. Reduza o seu
investimento (prioridade) na avaliação dos sentimentos dos outros em detrimento
dos seus. Não coloque rótulos em si, em função daquilo que sente Aprenda a
distinguir aquilo que são os seus sentimentos daquilo que você é realmente. Não
somos aquilo que sentimos, mas aquilo que fazemos com os sentimentos.
Nas situações de stress aprenda a inspirar e a expirar (respirar).
Assim estará a fornecer oxigénio ao cérebro, em vez de se privar dele (apneia).
Nestas alturas de tensão/esgotamento diga a si mesmo mensagens que auxiliem o
relaxamento (mantras) “Calma…vou
relaxar”, uma oração e ou outras.
Na prevenção das dependências, não é tudo urgente, antecipasse o
imprevisto e o indesejável através de planos concretos, objectivos realistas, competências
individuais e sociais (pessoas). Os nossos filhos merecem esse investimento e
como pais crescemos junto com eles, em vez de cristalizarmos.