quinta-feira, 26 de julho de 2007

A Prevenção da Violência


A dificuldade quanto a implementar um sistema efectivo, na prevenção da violência, é definir um limite (politica) – estabelecer uma linha clara e consensual. Isto significa identificar o ponto (comportamento construtivo vs. comportamento problemático) da violência em que é necessário agir e avançar com um plano em acção de forma a eliminar o comportamento problema. Todavia determinar essa linha (ponto) não é tarefa fácil.

Dependendo da forma como a violência é manifestada, actos de violência podem dividir-se em duas categorias primárias: física e verbal. Por exemplo; uma rapariga, que cerra os dentes, arregala os olhos e começa a berrar com o dedo indicador, em riste, intimidando um colega de turma estará a praticar um acto de violência? E se ela atacar um colega com uma faca? Certamente, estes dois cenários, diferem no grau de gravidade, mas classificar violento o uso de uma faca e uma atitude com gestos intimidadores um acto não violento, será sempre um equivoco quanto à interpretação da natureza da violência.

È verdade, quando afirmamos que a maioria dos casos de manifestações de violência não são de natureza física. De qualquer maneira, é completamente impossível eliminar a violência física enquanto se tolerar o abuso da violência verbal.

A violência verbal pode revelar-se em expressões de raiva, aversão e ódio, através de palavras, gestos, linguagem corporal e comportamentos sociais que são desrespeitadores, intimidadores, humilhantes. Uma critica destrutiva, boatos maliciosos, olhar intimidador, simular com um gesto que se magoa ou se mata alguém são todos formas de violência porque são uma transgressão; uma violação evidente e enérgica para com a outra pessoa com a intenção clara em magoar ou insinuar o medo.

Por vezes, a violência física enquanto expressão mais facilmente identificada, pode ser mais dificilmente de detectada. Esmurrar alguém, é sem duvida alguma uma expressão de violência. E o mero toque físico? Em todo o caso, a coisa mais importante a reter nestas situações é conseguir discernir, se um/a jovem que provoca o contacto físico pretende impor qualquer coisa ou forçar alguém. Se a/o jovem for tocado contra a sua vontade o acto pode ser considerado demolidor e desrespeitador dos seus direitos como individuo.

Negligenciar intencionalmente alguém ou a sua propriedade é considerado uma manifestação de violência. Por exemplo, o individuo sabendo que é portador de uma doença que contagia outra pessoa ou um adolescente que provoca um colega de turma atirando para o chão os livros da escola; ambos cometeram um acto de violência.

Enquanto o tipo de violência verbal é muito mais frequente que o tipo violência físico, é mais difícil de provocar uma reacção enérgica na outra pessoa, queixando-se de uma maneira clara e especifica, porque esta forma de violência pode ser feita de maneiras muito subtis. Um olhar sarcástico e ou intimidador, um empurrão em alguém numa sala cheia de pessoas, desconversar, humilhar, cortar a palavra a alguém que fala são tudo formas de violência que são muitas vezes toleradas ou que simplesmente as pessoas não a identificam como tal.

De preferencia, ao procurar traçar a linha entre expressões de raiva violentas e não violentas devem ser conseguidas num ambiente seguro e seguindo uma abordagem baseada no raciocínio lógico e compreensivo. Actuando com base na prevenção, evitando assim a ocorrência de qualquer manifestação de violência. Na realidade, só se consegue traçar essa linha, no início de um tipo de comportamento violento, depois de ter sido identificado. A partir desse momento existe um dilema em se conseguir um numero razoável de pessoas que estejam de acordo quanto ao tipo de comportamento que é aceitável e qual o tipo de comportamento que não é aceitável e que é necessário modificar.

Todas estas questões são conclusivas quanto à questão central de se procurar delinear limites (linha) sobre os vários tipos de violência. È de facto um desafio. È importante que esta linha seja identificada de forma a que se consiga implementar programas de prevenção de qualquer tipo de violência, por exemplo, no meio escolar.

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