sexta-feira, 28 de março de 2008

Os Direitos da Criança


Os Direitos da Criança
1. Direito á igualdade, sem distinção de raça, credo ou nacionalidade.


2. Direito a uma protecção especial para o seu desenvolvimento físico, mental e social.


3. Direito a um nome e uma nacionalidade.


4. Direito à alimentação adequada e atenção médica para a Criança e a Mãe.


5. Direito a uma educação e cuidados especiais para a Criança física e mentalmente diminuída.


6. Direito à compreensão e amor por parte dos Pais e da Sociedade.


7. Direito a receber educação gratuita e a brincar.


8. Direito a ser a primeiro a receber ajuda em caso de desastre.


9. Direito a ser protegida contra o abandono e trabalho infantil.


10. Direito a desenvolver-se num espirito de solidariedade, compreensão e amizade e justiça entre os Povos.

(texto livre adaptado da Declaração dos Direitos da Criança)

Comentário: Nós, adultos, já fomos crianças. Sabemos o que é ser totalmente dependente de carinho, de segurança e de conforto, de afecto e nutrição, de educação e de amor dos nossos Modelos/Exemplos (pais e/ou pessoas significativas). Atravessamos todos a “estrada da vida” através de um processo de crescimento (exploração, auto-realização, espiritualidade, criatividade e conhecimento) e de aprendizagem (competências – ex. “ferramentas” emocionais, talentos, habilidades bem como defeitos de caracter).


Seremos adultos com sucesso se protegermos as crianças. Em cada adulto, existe uma “criança interior” que também precisa de segurança, carinho, de pertencer, de afecto e amor.


Proporcionar, às crianças as “ferramentas do sucesso”, como diz uma amiga, “não é dar-lhes o peixe, mas proporcionar-lhes a cana e ensiná-los a pescar.”


Na minha opinião, o mundo é um lugar feito à medida dos adultos, em que as crianças precisam de se adaptar, (em alguns casos, sobreviver) necessitando de crescer muito rápido, num lugar onde não é possível, infelismente - brincar e sonhar. Mais tarde, estas crianças iram tornar-se em adultos e pais.


Como seria, se uma parte do mundo fosse concebido à medida das crianças onde elas pudessem “governar”?


Seria um mundo melhor para todos? Existiriam menos desigualdades? Mais tolerância? Mais alegria? Menos doenças?

terça-feira, 25 de março de 2008

Dicas Saudaveis - Dra Madalena Munoz


Dicas Saudáveis,


Espero que tenha tido uma Páscoa calorosa e feliz! A minha foi especialmente animada e rica em calor humano de tanta família, tanto que, só depois quando cheguei a casa (com fome) pensei que devia ter comido mais de certas iguarias que estavam na mesa... grrrr! Nunca lhe aconteceu? :-)

Hoje ía falar-lhe de alfaces mas recebi este anexo que acho que vale a pena partilhar aqui nas Dicas Saudáveis.
Relembra a importância do nosso ambiente, de estarmos alertas às mais pequenas, e aparentemente inofensivas, alterações dos hábitos, rotinas e estilos de vida... Estamos a viver num ambiente obesogénico, atenção! "Grão a grão enche a galinha o papo"! Assim, encorajo-a/o de não quebrar a sua rotina saudável ou recomeçar, pé ante pé, a sua rotina de exercício físico.
Menos tempo a ver televisão ou outros comportamentos muito sedentários, melhorarão em muito a sua saúde física e mental (e a dos seus filhos!), e ajudarão a gerir o seu peso. Claro, não se esqueça de comer hortícolas diariamente (misturas de alfaces e não só)

Votos dum bom ambiente e boa saúde sem televisão!

Madalena Muñoz
Nutricionista
Site: http://www.madalenamunoz.com/Blog: http://consultoriodenutricao.blogs.sapo.pt/Mulher Sapo: http://mulher.sapo.pt/ Consultório: Rua Rodrigues de Freitas, n 3, 2º Esq., OeirasTelemóvel: +351 93 828 73 98Telefone e fax: +351 21 441 2913Consultas: http://www.madalenamunoz.com/layout.php?op=sop03

Clínica Internacional de Saúde:Rua João Infante, Lote, 1, r/c A.Alto das Flores/Bairro do Rosário, CascaisTelefone: 21 486 5946/7Terças feiras por marcação directamente com a Clínica

Clínica Médica Internacional de Lisboa (CMIL):Av. António Augusto Aguiar, 40, r/c Esq. LisboaTelefone: 21 351 3310Sextas feiras por marcação directamente com a Clínica
Comentario: Um grande bem haja à dra Madalena Munoz por colaborar connosco neste blogue.

sábado, 15 de março de 2008

Condução Sob o Efeito do Alcool Faz Mais Vitimas


Condutor entregou-se à PSP com taxa de alcoolemia de 0,92

Taxista atropela quatro crianças no Porto e foge sem prestar auxílio às vítimas

15.03.2008 - 19h19 Lusa
Quatro crianças foram atropeladas esta tarde numa passadeira da Praça das Flores, freguesia do Bonfim, no Porto, por um taxista que fugiu do local. O condutor acabou por se entregar numa esquadra da PSP, apresentando uma taxa de alcoolemia de 0,92.Às 15h50, uma menina de sete, outra de oito e duas de 12 anos foram atropeladas por um taxista de 44 anos quando atravessavam a passadeira. As quatro crianças foram transferidas para o Hospital de São José, onde se encontram três com ferimentos leves e uma das mais velhas com ferimentos graves. "A rapariga de 12 anos deverá ficar internada no hospital", disse à Lusa o oficial de dia da PSP do Porto. Mais de uma hora após o acidente, o taxista apresentou-se na esquadra e foi constituído arguido por atropelamento com fuga e omissão de auxílio, revelou a PSP. Além destes crimes, o condutor apresentava ainda uma taxa de alcoolemia de 0,92, quando o máximo permitido é 0,5 gramas por litro de sangue. "Presumivelmente, se ficasse no local teria uma taxa muito superior", admitiu o oficial de dia.


Comentario: Uma vez sofri um acidente ligeiro causado por um condutor de uma viatura que embateu contra o meu carro que estava sob o efeito do alcool. Não hesitei, chamei as autoridades e denunciei aquela pessoa. Após ter chamado os policias senti um enorme sentimento de culpa por estar a denunciar alguem que aparentava estar naquele momento, aos meus olhos de denunciante, fragil e doente, debilitado e "perdido".

Passados, 17 anos deste incidente, se voltasse a acontecer-me uma situação identica faria a mesma coisa - chamaria as autoridades. No meu caso foi "chapa batida", acabei por ser eu proprio a arcar com os prejuizos, mas ainda penso no seguinte: Se nao tivesse denunciado o tipo alcoolizado, ele teria continuado a conduzir o seu carro, e o que poderia acontecer 100 metros à frente, por ex. numa passadeira?!

quarta-feira, 12 de março de 2008

Efeitos do Alcool na Condução



È do conhecimento geral os efeitos de bebidas alcoólicas provocados nos indivíduos na condução de veículos.
Estas imagens (video) ilustram perfeitamente, através deste equipamento, utilizado pelas autoridades norte-americanas (óculos especiais – fatalvision goggles) a forma como os indivíduos ficam afectados sob o efeito do álcool.
A ingestão de álcool não moderada, para além das graves consequências que acarreta para a saúde, abrange também inúmeros problemas financeiros, familiares e sociais e o seu consumo, mesmo que não excessivo, é causa, directa ou indirecta, de inúmeros acidentes de viação de que resultam milhares de vítimas em Portugal.

Devido ao efeito que provocam em grande parte dos consumidores, as bebidas alcoólicas são muitas vezes tidas como estimulantes que activam os processos físicos e mentais. Mas a realidade é bem diferente: o álcool é, de facto, um depressor que prejudica as capacidades psicofisiológicas mesmo se ingerido em pequenas doses. Após a ingestão de algumas doses, o indivíduo inicia a condução da sua viatura e surge “o sindrome do maior piloto de corridas”.

Quando um individuo está sob o efeito de bebidas alcoólicas e tendo já ultrapassado o limite, se alguém lhe sugere: “ Oh, Xavier já estas com uns copos a mais, deixa lá que eu conduzo o carro ate casa... Pode ser?! A resposta do outro lado pode ser: “ Quem eu?!... Copos a mais...?! Agora não me digas que não consigo conduzir?!?! Só bebi uns copitos...anda lá...vais ver como consigo.”

Conheço um caso, entre muitos, de um pai cujo filho apresenta problemas em relação ao álcool e que quando confrontado com o seu problema (alcoolismo) perante a condução; rejeita e ignora qualquer comentário e desloca-se na sua viatura como se nada fosse e sob o efeito de bebidas alcoólicas.

A taxa de álcool no sangue (TAS - alcoolémia) afecta as capacidades físicas e psíquicas do condutor, por isso, quando se julga conhecer o ponto de "tolerância" ao álcool, a realidade demonstra que, em regra geral, quando finalmente se admite que se está a chegar ao "ponto fatal" há muito que este já foi ultrapassado e já não se está em condições de se efectuar a condução com segurança. A presença de álcool no sangue reduz a acuidade visual, quer para perto, quer para longe.

Nestas imagens, não se trata de condução, ocorrem durante um intervalo de um jogo de basquetebol (NBA) em Phoenix, EUA em que um convidado coloca uns “óculos” especiais (ver site falatalvision.com) que permitem e provocam sensações idênticas (deteriorização e dos perigos) de alguém que está sob o efeito do álcool.

Estas imagens ilustram na perfeição, palavras para quê?

http://www.fatalvision.com/fv/home.php

quinta-feira, 6 de março de 2008

Consumo de bebidas alcoolicas por crianças com idades abaixo do limite legal

“Consigo comprovar consequências sérias e graves na nossa comunidade pelo consumo de álcool por jovens com idades abaixo do limite imposto por lei.

Recentemente um jovem de apenas 13 anos, em conjunto com os amigos mais velhos, consumiu bebidas alcoólicas de forma a fazer parte do grupo de pares (pertencer/status).
Após a ingestão de álcool desmaiou, dois amigos mais velhos despiram-no, agrediram-no e após as agressões decidiram sodomiza-lo. Peço desculpa se para alguns esta descrição do incidente é demasiado gráfica, mas o consumo de bebidas alcoólicas é um problema grave.

Quando a minha filha de 15 anos foi à sua primeira festa com as amigas de forma a pertencer ao seu grupo de pares administraram-lhe GHB ( droga de abuso para a prática de crimes de violação sexual e furtos) e foi brutalmente violada por três rapazes, que fizeram uma gravação em vídeo e no dia a seguir a este incidente pressionaram a minha filha a assistir ao respectivo vídeo.

A partir daquele dia perdi a minha rica filhota, nunca mais foi a mesma; aquela rapariguinha “doce” que era antes. Começou a consumir drogas e álcool e a fugir de casa. Levei 2 anos a conseguir que ela finalmente me contasse esse incidente trágico e devastador.

Aos 17 anos encontrei-a quase morta no sofá de casa por causa de intoxicação pelo consumo de álcool.
Depois de ser admitida num centro de tratamento permaneceu sóbria durante 22 meses e participou em campanhas direccionadas para os jovens alertando para os perigos e as consequências de consumo de bebidas alcoólicas em idades não permitidas por lei.

Aos 19 anos, voltou a beber de forma a “refugiar-se” da dor do trauma sofrido aos 13 anos. Nesta altura alistou-se na tropa e regressou em Novembro de 2006 e foi preciso eu apanhar o avião até El Paso, Texas, porque ela tinha tentado o suicídio e estava sob rigorosas medidas de vigilância.
Os factos, por si só, revelam-se assustadores é urgente apelar aos pais para reforçar o limite legal - “ Não é permitido a venda e o consumo de bebidas alcoólicas a jovens com idade inferior a 21 ano”.

Não acredito que vocês (pais) não consigam invocar e implorar, junto da sociedade, governo e das nossas comunidades, com suficiente veemência sobre este assunto tão delicado e preocupante. È o meu objectivo pessoal (missão) ajudar todas a crianças na nossa comunidade. Não deveria ser o objectivo de todos ?
Obrigado
Lynea"

Comentário: Estas duas historias verdadeiras são demasiado dramáticas, mas realistas em que ambos os casos podem ser a historia de qualquer criança e/ou jovem português. Hoje em dia sabemos perfeitamente do perigo e as consequências do consumo de bebidas alcoólicas, especialmente no casos dos jovens. Agravado pela “tolerância”, apesar das evidencias, dos responsáveis em relação ás leis portuguesas.

Ambas as historias descrevem o caso dramático e traumático de dois jovens. Mas quantas famílias (adultos e crianças) sofrem as consequências deste flagelo social, que é o consumo excessivo e do alcoolismo, por ex. violência domestica, violações, doenças, acidentes de viação, intoxicações e nalguns casos morte só para enumerar alguns. Refiro-me somente aos adultos. E nos casos dos jovens, e em alguns casos em crianças, por ex. violação, doenças, gravidez indesejada, violência e agressões, acidentes?

Em Portugal, o consumo é permitido por jovens com idade acima dos 16 anos. Somos o único país da EU em que é permitido esta situação. Todavia a industria do álcool, descarta a sua responsabilidade moral e ética, advertindo o consumo responsável e moderado de bebidas alcoólicas, apelando para a responsabilização individual, mas quanto a publicidade é altamente agressiva e apelativa por ex. nos espectáculos de musica de verão, onde a maioria dos espectadores são jovens. È preciso não esquecer que o álcool é uma droga.

Por outro lado, nunca nos passa pela cabeça que uma destas situações acima referidas possa acontecer com os nossos filhos. Só acontecem aos filhos dos outros.
Mais vale prevenir do que remediar

sábado, 23 de fevereiro de 2008

A Prevenção das Dependências é à Hora das Refeições



“Quando diariamente muita coisa se afirma e se escreve sobre a Prevenção das Toxicodependências em relação às crianças e aos adolescentes, na realidade, este trabalho é uma operação a ser conduzida pelos próprios pais e mães.
Os pais não podem delegar a responsabilidade desta operação aos agentes da lei, às instituições de saúde publicas, nas escolas e professores, etc. A responsabilidade destas instituições e organizações são colossais e muitos significativas mas na realidade são secundarias.
Enquanto permanecer inalterável e incólume a questão central do combate à disponibilidade das drogas sejam legais e/ou ilegais entre as crianças e os jovens deste país, em conjunto com campanhas publicas, a realidade revela-nos que tais substancias e prescrições normais de medicação e outro tipo de drogas, tais como os produtos do lar, os aerossóis e outros inalantes – permaneceram sempre ao alcance daquelas crianças e jovens que tenham o desejo de ficarem “pedrados”. Estes factos reforçam a importância, cada vez maior, em investir nas crianças, sobre a sua aptidões e competências de forma a dizerem NÂO, e os pais são aqueles que reúnem as melhores condições para que os seus filhos consigam isso.

O poder e a influencia parental são os recursos mais potentes e eficazes nesta matéria, todavia os menos apreciados e menos utilizados como fonte de recursos disponíveis na educação dos seus filhos no combate a uma vida livre de drogas e abuso de álcool e/ou adicção (dependência). Quando pais e mães apreciam e reforçam este potencial ilimitado de forma a influenciar positivamente os seus filhos – e utiliza-lo de uma forma convicta e compassivo - conseguiremos dar um passo (salto) gigantesco em banir esta destruição que tanto afecta as crianças e causa sofrimento a tantas famílias e amigos. A linha da frente no combate ao problemas das drogas na América não reside nas salas das audiências legislativas ou nas salas dos tribunais conduzidos por políticos e juizes.
Reside principalmente, na sala de jantar às refeições, na mesa da cozinha, na sala de estar da casa dos pais e mães e suas famílias.” Livro “High Societyde Joseph A. Califano, Jr

Comentário: Provavelmente em Portugal nunca ouviremos nenhum tipo de afirmações semelhantes de alguém como este Sr. Este homem é o Presidente e um dos fundadores do National Center on Addiction and Substance Abuse (CASA).
Como pai, considero que educar uma criança e colaborar activamente no seu “curriculum” de vida, de forma a potenciar as suas competências como ser humano é um dos desafios mais estimulantese recompensador na vida dos pais. Nós pais (adultos) temos a experiência e o conhecimento que pode ser partilhado e enriquecido pelos nossos filhos.

Recordo-me um pai, de um filho que tem problemas com drogas, que há bem pouco tempo afirmou numa sessão de terapia.“ Nunca irei desistir de ajudar o meu filho. Não permito que ele se destrua. Não tolero que ele destrua a nossa família e o nosso património familiar.”

Preservar a união familiar (soma das partes), enquanto um dos membros se encontra irracional e disfuncional, è um desafio com avanços (esperança) e recuos (raiva e ressentimentos). A solução para o problema desta família existe dentro das dinâmicas e papeis familiares – na própria casa.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A Industria do Alcool e os Jovens



A Industria do Álcool

Artigo sobre “A Industria do Álcool” realizado pela American Medical Association - Office of Alcohol and Other Drug Abuse por um grupo dedicado de médicos que zelam por uma América saudável procurando assim, dar o seu contributo moral e ético, para a redução do consumo do álcool por jovens.

» Alguns pontos “chave” (específicos e sensíveis) sobre - A Industria do Álcool

* È uma industria complexa, distinta e reconhecida em todo o mundo.

* Politicamente influente e poderosa. Capaz de influenciar políticas/medidas nacionais, regionais e locais relacionadas com o álcool.

* Capaz de influenciar eficazmente as pessoas (cargos de relevo em instituições publicas e privadas) que tomam decisões, ao nível dos Média; sobre o álcool, o consumo de bebidas alcoólicas e problemas relacionados com o álcool.


* Inflexível e implacável nas suas medidas e políticas - estratégias de marketing e de informação que reforçam - beber é um acto / escolha individual e que os problemas relacionados com o álcool são causados por pessoas irresponsáveis (a maioria das pessoas que bebem são responsáveis) e também controlam as leis e regulamentos que visam punir, unicamente os indivíduos “irresponsáveis” que causam problemas com a bebida – mais ninguém será responsabilizado.

Este artigo permite uma perspectiva diferente sobre A Industria do Álcool. Na sua constante e convincente procura, por parte desta industria, em influenciar a normalização do consumo de bebidas alcoólicas, bem como, a sua oposição às medidas e programas de prevenção que sejam interpretados como uma ameaça às suas campanhas que fomentam o consumo de bebidas alcoólicas. Este artigo é uma publicação da Associação Medica Americana (AMA) Office of Alcohol and Other Drugs, de Janeiro de 2004 subordinado ao tema sempre actual - “Industria do Álcool: Um Parceiro Social ou um Inimigo Social?”

Tal como a industria do tabaco, a industria do álcool produz uma droga legal e largamente consumida; dominada por um conjunto restrito de produtores de bebidas alcoólicas que investe e emprega uma combinação poderosa de dólares e publicidade, visa estratégias de marketing eficaz e complexo, contribuições em campanhas políticas e tácticas sofisticadas na criação de parceiros (lobbies) que permitam desenvolver e manter os seus interesses económicos e políticos a um nível regular e lucrativo.

Exige um novo e constante aliciamento de jovens consumidores (target) de forma a manter e aumentar a sua base de clientes “fieis”. Mmantem a recusa e o afastamento, da investigação cientifica, tanto quanto possível, que comprove que o álcool é uma droga adictiva, embora seja legal, com consequências negativas a nível da saúde física, mental e da própria comunidade.

Embora a industria do álcool apresente uma informação substancial ao publico (imagem) reflectindo os seus contributos favoráveis a nível económico e social, todavia escusa-se a ser investigada por agentes externos sobre as suas estratégias, políticas e a sua implementação no terreno.

A industria do álcool é amplamente visível, pelo publico em geral, como produtora de bebidas, pela publicidade (ex. meios de comunicação social, outdoors, etc.) e apoia grupos dentro da comunidade, incluindo, por ex. prevenção rodoviária. Raramente é reconhecida como um sistema complexo e poderoso que influencia a política, a cultura de um país e a forma como interpretamos e vivemos no dia-a-dia com os problemas relacionados com o álcool.

A industria do álcool, tem representado eficazmente, em termos da sua imagem publica, mantendo o foco (prioridade) no consumidor, em vez de nos seus vendedores, nos seus produtores e promotores e dos seus produtos. O álcool é uma substancia química que afecta seriamente o corpo e a mente, é uma droga poderosa que provoca um numero significativo de mortes prematuras entre outras doenças mais do que todas as outras drogas ilícitas juntas. Apesar destes factos, a industria do álcool tem influenciado a opinião publica e forçado governos de forma a que o álcool, não seja encarado como uma droga, mas como um artefacto cultural, um valioso artigo de comercio, semelhante a um alimento, quase necessário á vida.

Enquanto negocio, a industria do álcool, tem encoberto essa sua vertente através de informação constante e generalizada, perante a opinião publica, cuja única ambição e objectivo é ser um agente social somente interessado na segurança e no bem-estar dos seus clientes.

De forma encorajar uma maior discussão e conhecimento sobre a industria do álcool, este conjunto de artigos abrangem:

Diversidade e estrutura (formação)

Sistemas de produção e distribuição

Estratégias de marketing e de promoção

Campanhas de marketing que promovem políticas saudáveis sobre consumo de bebidas alcoólicas

Tácticas e campanhas centralizadas em lobbies poderosos que visam influenciar, derrubar e anular regulamentos e políticas que possam afectar, restringir ou anular a operacionalidade desta industria – negocio.

O aprofundar cuidadoso e detalhado dos tópicos, acima referidos, poderá desfazer os mitos, falsas crenças, criados ao longo dos tempos, sobre o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, cujo ênfase se centra somente no resultado de uma escolha individual, acabando assim, por negligenciar a responsabilidade da industria do álcool na contribuição de fatalidades, no risco para a saúde, na violência e outro tipo de problemas associados ao consumo de bebidas alcoólicas por jovens entre outras situações de alto risco.»

Comentário: Ao ler este artigo dei por mim a pensar seriamente sobre o negocio do álcool em Portugal e nos nossos jovens. Sobre a publicidade “agressiva” direccionada aos jovens em relação ao álcool? E a publicidade de bebidas alcoólicas e o desporto? Recordo-me de uma reportagem na televisão, no telejornal das 20 horas cuja peça teve direito a um tempo significativo de antena ,que assisti incrédulo, fazia referencia às baixas temperaturas no verão passado e como consequência, houve um declínio de consumo de bebidas alcoólicas fazendo com que a industria do álcool sofresse prejuízos de não sei quantos milhares de euros. Não percebi a importancia de tal reportagem, e pensei será publicidade? No artigo referia que nos EUA a industria do álcool contribui para prevenção rodoviária. Será que a industria do álcool, em Portugal, contribui para alguma causa humanitária e/ou social? Caso afirmativo, gostaria de saber qual.
Outra questão que gostaria de dar especial destaque tem a ver com o target (alvo) desta industria – negocio. Refiro-me aos jovens. È do senso comum que o álcool, apesar de legal, é uma droga. Para mim é extremamente difícil aceitar que existam campanhas, estratégias, que seja gasto imenso dinheiro, que existam pessoas adultas e responsáveis que estejam, directa e indirectamente, envolvidas e cujo objectivo e ambição é aumentarem os lucros com o recrutamento de mais jovens consumidores desta droga.

Quantos destes jovens sofrem acidentes nas estradas depois de consumirem bebidas alcoólicas? Quantos destes jovens, depois de consumirem bebidas alcoólicas, provocam acidentes que envolvem outras pessoas inocentes? Quantos jovens e outras pessoas inocentes são vitimas de violência? Quantos crimes são cometidos por jovens depois de consumirem bebidas alcoólicas? Quantos jovens dão entrada nas urgências dos hospitais como consequência do consumo do álcool? Quantas jovens, depois de consumirem bebidas alcoólicas, adoptam comportamentos de risco, por ex. sexo desprotegido, com o alto risco de contagio de doenças, por ex HIV . Quantos jovens morrem? Quantas famílias são devastadas por perdas avassaladoras, de algum dos seus membros, como consequência do consumo de bebidas alcoólicas?
Neste sentido, cabe a todos nós, pais, profissionais e outras pessoas interessadas nesta matéria informar os nossos jovens dos estímulos (ex. publicidade) que são submetidos e dos riscos que correm.


Por outro lado, se alguém pudesse responder honestamente a estas questões e a outras que possam existir mas que não constam aqui seria uma forma de ficarmos informados.


Gostaria de deixar aqui uma palavra, um “gesto” de conforto e candura para aquelas famílias que já sofreram na “pele” (acidentes, fatalidades, etc) as consequências negativas deste negocio poderoso e lucrativo de alguns.

http://www.aacs.pt/legislacao/codigo_da_publicidade.htm