quarta-feira, 18 de abril de 2012

terça-feira, 3 de abril de 2012

A família: grupo de pessoas que não escolhemos, mas que herdamos.


A família estruturada: é uma questão de sorte ou são os genes que determinam a sentença final?
Algumas considerações observadas ao longo da minha experiência profissional.


Segundo a Dra Claudia Black "A família é um organismo complexo composto por diversas partes que compõem o todo”

- Como você sabe, este todo complexo, funciona quando as partes estão sintonizadas (equilíbrio). Nos comportamentos adictivos activos, a dor aguda e prolongada, exige modificações e adaptações. Em muitas situações radicais o equilíbrio da relações é sacrificado.

- Apesar da dor, é normal entre o sistema de relacionamentos da família haver crises ou separações. Caso você esteja numa crise encontre um sentido para a sua dor. Não fique destroçado/a sem um propósito. Aprenda com o acontecimento e procure apoio nas pessoas significativas e disponíveis. Se encontrar um propósito para o sofrimento está a valorizar as suas competências e os seus recursos através da adversidade.

- No sistema de relacionamentos da família a comunicação honesta é vital para o equilíbrio. Seja honesto/a e fomente um ambiente de abertura e flexibilidade. A melhor maneira de o conseguir é simplesmente parar de falar e começar a ouvir. Não tolere violência física, agressões verbais, humilhações ou qualquer outro tipo de maus tratos.

- Apesar de parecer confuso, é normal entre o sistema de relacionamentos da família haver crises. Diferenças de ideias e carácter, diferenças de crenças, diferentes pontos de vista, diferenças de experiências. Na família, a questão a ter em conta não é saber o que é que pode despoletar uma crise, a questão importante é; quando vai ocorrer. Por muito boa que seja a relação, um dia há de deparar-se com uma crise e isso há de ter impacto na sua vida. Pânico? Invista num plano de gestão, consciente e delineado. Trabalhe em equipa.

- Não existem pessoas perfeitas nem famílias perfeitas, todavia existem valores morais que promovem a comunicação honesta, a liberdade de expressão e de escolha, o respeito mutuo, a interajuda com limites ao longo da vida.

- Ao longo da educação das crianças existem ocasiões, de curta duração, onde a intervenção honesta e genuína do adulto resiliente, abnegado e comprometido com uma causa social, se reveste de uma aprendizagem recheada de conteúdo e potencial ao longo da vida, podemos acrescentar, de Propósito e Significado.

- Quando os pais se divorciam as crianças sofrem. Quando os pais querem proteger os filhos da dor (normal) podem interferir negativamente no processo de adaptação à nova realidade. A investigação revela que a resiliência, nas crianças, protege-as, principalmente quando o pai/mãe não as colocam no meio da hostilidade/conflito entre eles.

- Sabia que as crianças filhas/os de pais alcoólicos e/ou dependentes de substâncias psicoactivas ilícitas, vulgo drogas, "carregam" para o resto das suas vidas adultas as consequências da adicção? São adultos que receiam a intimidade, são adultos que negligenciam as suas necessidades básicas (amar e ser amado), apresentam níveis baixos auto estima, não existe limites nos relacionamentos, desenvolvem relacionamento de intimidade disfuncional, ex. codependência.

- Imensas famílias sofrem horrores (dramas e tragédias humanas) porque não se conseguem libertar da constante necessidade de controlo. O sofrimento é familiar, desenvolvem uma tolerância (controlo) elevada ao sofrimento. Não concebem o recuar, o desapego, o largar, a entrega. Ex. codependencia.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Bullying - o bully e a vítima.

O bully (aquele que pratica a agressão) pode já ter sido vitima de bullying. O fenómeno do bullying entre os jovens. Os pais, as escolas e as comunidades precisam de unir esforços e competências para lidarem com este fenómeno que pode causar trauma para toda a vida.
Siga o link
http://www.youtube.com/watch?v=__IjcLVBBYc&feature=related

segunda-feira, 19 de março de 2012

Debate sobre a guerra contra as drogas


Sabia que a guerra contra as drogas foi iniciada com o presidente americano Richard Nixon? Veja o video e faça os seus comentários sobre este fenómeno global que afecta países, sociedades, comunidades, famílias, incluindo as crianças, e milhões de indivíduos em todo o mundo. Este debate tem a presença de Richard Branson.
Você já foi afectado, directa ou indirectamente, sobre este flagelo? Responda a esta questão, construtivamente. Bem haja.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Estilos parentais e as escolhas de sucesso para os filhos


Conclusão de um estudo efectuado pela Brigham Young  University sobre estilos parentais.
O estilo parental de educação indulgente caracterizado pelo louvor caloroso ausente de consequências significativas, quando as regras/limites são quebrados, apresenta um risco significativo quanto ao consumo excessivo de álcool durante a adolescência. Este estilo parental indulgente revela-se ineficaz porque “o tiro sai pela culatra”.

Por outro lado, um estilo parental de educação dominador e autoritário, aplicado com consequências extremas, e por vezes desproporcionadas, em relação ao comportamento problema (capaz de gerar um sentimento de injustiça no filho), também se revela ineficaz, quanto a desencorajar o adolescente no consumo excessivo de bebidas alcoólicas. 

No referido estudo, o estilo parental que se revelou mais eficiente, quanto à prevenção do consumo excessivo de álcool na adolescência, situa-se entre os dois estilos acima referidos (entre o estilo indulgente e o estilo dominador). O estilo parental mais eficiente, de forma a prevenir o consumo excessivo de álcool na adolescência, é adoptado por ambos progenitores quando incentivam e cultivam as decisões mais construtivas no seio familiar (por exemplo, os pais são modelos e referencia das decisões saudáveis para os seus filhos), promovem orientações específicas quando os filhos adoptam comportamentos susceptíveis de risco, acompanhados da monitorização e da respectiva aplicação de consequências significativas quanto as regras/limites são quebrados. O objectivo, na aplicação deste estilo parental, consiste em proporcionar a liberdade suficiente ao adolescente, a fim de tomar as suas próprias decisões, e assumir a devida responsabilidade das consequências, sejam elas positivas e/ou negativas, no rumo da sua vida. Baseia-se na liberdade de fazer escolhas, de preferência, as mais positivas possível.

É extremamente importante educar os jovens sobre os perigos do consumo do álcool, por exemplo, em relação ao fenómeno do binge drinking (consumo excessivo de álcool cujo intuito é a intoxicação e a embriaguez), em relação ao abuso do álcool, do alcoolismo e do abuso de drogas lícitas e/ou ilícitas. No entanto, este tipo de educação, por si só, revela-se insuficiente. É importante para os pais, em especial, e a família, em geral, ensinarem o adolescente a tomar decisões construtivas e saudáveis. Obviamente, que é mais fácil dizer do que fazer. Todavia, os progenitores devem estar disponíveis de forma a implementar e a experimentar diferentes estilos parentais cujo objectivo principal vise promover as decisões saudáveis, geradoras de qualidade de vida, e explorarem as oportunidades de sucesso ao longo do desenvolvimento dos seus filhos.

Comentário: Gostaria de salientar o papel importante sobre a educação (estilos parentais) dos filhos por ambos progenitores. O paradigma da educação dos filhos incidir sobre a “batuta” da mãe e o pai desempenhar o papel mais distante, e em alguns casos ausente, em relação aos afectos, creio estar desactualizado no mundo complexo de estímulos diversificados, das modas, de crises e mudanças. O papel da educação dos filhos deve ser, na minha opinião, desempenhado tanto pela mãe como pelo pai (à mesma “voz” e em uníssono, afinal ambos desejam o sucesso para o filho). Na educação dos filhos, as diferenças de género não significa incompatibilidade, pelo contrário, complementam-se. A mãe não pode correr o risco de assegurar a educação do filho ao seu estilo, assim como, o pai não pode ausentar-se sobre a importância dos afectos (necessidades emocionais). A educação do filho é um projecto da família, do qual podemos designar de trabalho de equipa.

Algumas afirmações, mais comuns, que revelam as incompatibilidades no estilo parental.
Afirmação do pai (autoritário) “A culpada de o filho ser assim, é da mãe. Faz-lhe as vontades todas e depois o miúdo faz aquilo que quer e lhe apetece. Comigo não é assim, eu é que mando lá em casa. ”

Afirmação da mãe (indulgente) “O meu filho tem medo do pai. Porque ele quando fala com o miúdo é agressivo ou prefere ignorar os problemas. Não gosta de ser incomodado. Eu não sou assim, custa-me imenso ver o meu filho a sofrer.”

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Fenomeno Binge Drinking



Este video revela o Binge Drinking entre os jovens ingleses, todavia o fenomeno é identico em relação aos jovens em Portugal. 
Proporcione aos seus filhos uma educação realista sobre as consequencias negativas do consumo abusivo do alcool, por exemplo doenças sexualmente transmissiveis, gravidez indesejada, bullying, condução sob o efeito do alcool (crime), intoxicação aguda pelo alcool. 
Fenómeno Binge Drinking entre os jovens - Abuso no consumo de bebidas alcoólicas, num período reduzido de tempo, cuja principal intenção é a intoxicação (embriaguez).


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Políticos e a Prevenção das dependências



De acordo com os últimos dados do Instituto da Droga e Toxicodependência e do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência existe um numero significativo de crianças e adolescentes portugueses afectados pelas consequências negativas das substâncias lícitas, incluindo o álcool, e das substâncias ilícitas. Não é novidade, mas apesar das evidências continuamos sem uma política e uma cultura direccionada para a prevenção das dependências. Todavia, estes relatórios não fazem referencias outro tipo de doenças do foro mental, em muitos casos associados ao consumo de drogas, por exemplo, a depressão e o suicídio. De acordo com a minha experiencia profissional, os dados disponíveis estão subavaliados, isto é, sabemos apenas a ponta do “iceberg” e escondem a verdadeira dimensão do problema.

O consumo e o abuso de substâncias psicoactivas lícitas, incluindo o álcool, e as ilícitas entre os jovens, geram consequências graves a nível psicossocial e elevados custos económicos ao longo da vida. A acrescentar ao fenómeno preocupante e aos custos económicos, podemos também incluir os danos à família, na escola e na comunidade. Para além do elevado peso económico, o consumo e o abuso de substâncias psicoactivas lícitas, incluindo o álcool, e as ilícitas, também afecta as competências do desenvolvimento dos jovens, das quais destaco os relacionamentos interpessoais saudáveis, sucesso escolar e também a entrada no mercado do trabalho.  

Como é óbvio, alguns problemas de saúde mental estão ligados aos problemas de saúde física. Nesse sentido, podemos concluir: saúde mental saudável, melhoras na saúde física. Todavia, os políticos portugueses, apesar do seu conhecimento dos dados acima referidos, optam por negligenciar, e consequentemente, aguardar até que os problemas relacionados com as dependências, despontem, com consequências alarmantes e em alguns casos dramáticas, para depois procurarem as soluções “atabalhoadas”, e excessivamente dispendiosas, para os contribuintes portugueses e para a economia do país. As medidas atabalhoadas, servem somente para “desenrascar”  a situação em si, nunca o problema, na sua verdadeira dimensão.

Na minha opinião, actualmente não existe, e nunca existiu desde o 25 de Abril de 1974, (38 anos) uma vontade expressa e/ou um plano concertado entre os parceiros sociais, a investigação científica, os médicos, a comunidade escolar, os tribunais e a sociedade na área específica da prevenção das dependências. As drogas, o alcoolismo, o tráfico, o consumo aparenta fazer parte de uma estratégia de uma agenda política que visa, somente, angariar votos. Infelizmente, são casos de polícia e dos tribunais. Um número significativo de reclusos, são jovens, cujo delito está relacionado com drogas. Sabemos também que as prisões não reabilitam ninguém, pelo contrário. Em Portugal, não existe história, cultura e políticos que cumpram as suas promessas políticas, em prol dos direitos e das liberdades das crianças, provavelmente, por as crianças não terem “voto na matéria.”

Algumas áreas a necessitar de intervenção:
Prevenir a gravidez Indesejável e/ou em idade prematura.
Competências parentais /Planeamento familiar
Promover competências na escola contra o consumo de substâncias psicoactivas, a violência (bullying), e a educação sexual.
Prevenção das doenças do foro psicológico (depressão, suicídio, outras)
Prevenção da adversidade e gestão das emoções e conflitos (Separação, divorcio, dependências de substâncias dos pais, luto)
Promover comportamentos saudáveis junto de populações mais desfavorecidas
Em plena crise social e económica, a indústria poderosa e milionária das drogas e os seus parceiros, vai certamente proliferar. A oferta supera a procura.
Em plena crise social e económica, a indústria poderosa e milionária do álcool, vai certamente investir nas técnicas agressivas de marketing e de venda, visto a legislação permitir essa ilegalidade. Por exemplo, as bebidas alcoólicas e o desporto não se misturam.

Enquanto os políticos optarem pelo silêncio, sobre a prevenção das dependências, estão a negligenciar e a consentir que algumas crianças e adolescentes, famílias e comunidades continuem a sofrer as consequências dramáticas, assim como a (des) responsabilização pelos custos económicos elevados, associados á dependência das substâncias lícitas, incluindo o álcool, e as substâncias ilícitas. O Mundo dos Adultos não é seguro para algumas crianças vulneráveis. Desde tempos remotos, nunca foi, chegou a altura de quebrar o silêncio.

Não será mais económico o investimento na prevenção dos problemas de saúde do indivíduo, da família e da comunidade (física e mental) em vez de o estado (contribuintes) suportar o peso elevadíssimo da factura na negação dos sintomas e consequências? Qual o resultado pratico da luta contra as drogas? Na minha perspectiva, não identifico um envolvimento e um compromisso na maioria dos políticos na luta contra a droga. Precisamos de líderes que saibam liderar e gerar confiança, precisamos de transparência nas políticas deste país. Como diz o ditado popular: “Mais vale prevenir do que remediar”