sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Prepare O Seu Filho Para Entrar Num Mundo Cheio de Drogas


"Já alguma vez sentiu uma dessas incríveis experiências paternas quando, por um instante, viu claramente quanta alegria, encanto e amor o seu filho trouxe à sua vida? Tive um desses instantes, anos atrás. Quando era estudante da Universidade da Carolina do Norte e o meu filho Danny tinha apenas quatro anos. Numa manhã de Inverno, acordei cedo para acabar um trabalho de fim de período antes do barulho do dia começar.
De repente, Danny saiu correr do quarto, gritando: “Neve! Neve!.” Olhei pela janela da cozinha e vi que o solo estava coberto por um manto espesso de neve fresca. As mãos de Danny tremiam ao tentar calçar as botas e vestir o casaco em cima do pijama. Estava corado e os seus olhos brilhavam. Lá fora, no alpendre, Charlie, o cão, sentiu a excitação e saltava no ar, tentando espreitar para dentro da janela da porta da cozinha. Finalmente, vestido, Danny precipitou-se lá para fora, tropeçou no Charlie e saltou do alpendre, com o cão nos calcanhares. Danny rindo e o Charlie a ladrar, correram pela neve acabada de cair.

Afastei o trabalho para o lado e fiquei sentado à mesa da cozinha, sozinho aquela hora da manhã, e observei o meu filho a brincar. Para ele, era o momento de pura e perfeita alegria. Para mim, era um momento perfeito como pai. Então atras de mim, o radio-despertador começou a funcionar, programado para tocar as sete da manhã. O noticiário dizia que uma capsula espacial tripulada iria entrar de novo na atmosfera terrestre naquela manhã.

Estávamos a meio da década de sessenta e os voos espaciais pilotados já eram considerados perigosos ao entrar em orbita, mas a entrada na atmosfera terrestre ainda causava um período de grande preocupação. Durante este período, os astronautas tinham de sair da segurança em orbita e atravessar um espaço durante o qual não conseguiam comunicar com a terra e os riscos aumentavam.

Enquanto observava Dannny e ouvia a radio, senti um medo vago e frio subir dentro de mim. Depois, Danny riu outra vez e desapareceu da minha vista. Sabia o que me causara medo; vira, algures no meu espirito, a comparação entre Danny e os astronautas prestes a entrar na atmosfera terrestre.

Naquele momento, ele estava lá fora, correndo em círculos no pequeno e seguro jardim das traseiras. Estava em comunicação directa com a família. Estava em orbita, às voltas. São e salvo. Mas também ele, como os astronautas, teria em breve de entrar no mundo. A escola, o desporto, novos amigos e novas coisas a fazer tirá-lo-iam da segurança da sua orbita familiar. Também ele, teria de passar por um período perigoso e sem comunicação. E um dos maiores riscos que o meu filho teria de enfrentar seria a droga. Isso eu sabia, mas pouco mais do que isso. Não fazia a ideia de como o ajudar a preparar-se para isso.

Esta consciência que interrompera e terminara o meu momento perfeito como pai, dera-me uma visão apenas dos ricos que o meu filho teria de enfrentar, e não o que fazer em relação a esses riscos. Só anos mais tarde, depois de Danny ter entrado no mundo e se envolver com drogas, tomei conhecimento das coisas que os pais podem fazer para dar aos seus filhos o saber, a capacidade e a força de que precisam para entrar num mundo cheio de drogas e poderem ultrapassa-lo. Seguem-se quatro amaneiras de ajudar o seu filho durante o tempo em que entra na mundo.

Fale com o seu filho sobre a influencia das drogasFaça com que os seus filhos conheçam todas as influencias das drogas. Diga-lhes que os espera. Use a lista de influencias para dizer ao seus filho o que os outros jovens dirão sobre a droga e a sua utilização. Temos de dizer aos nossos filhos – antes de outros adolescentes lhes dizerem – que o álcool e as drogas podem faze-los sentirem-se bem temporariamente. Temos de permitir que os nossos filhos saibam – antecipadamente – que alguns dos seus amigos irão usar drogas e pressiona-los a usa-las também. Se os nosso filhos souberem o que os espera, isso ajudá-los-á a fazerem planos e a prepararem-se.

Ouça o seu filho
È importante conversar com os nossos filhos sobre o álcool e outras drogas. Mas também precisamos de os ouvir.
Faça algumas perguntas para que eles se abram:
- O que é que pensas das drogas?
- O que mais te preocupa?
- O que estas a aprender sobre a droga?
- Há drogas na tua escola?
Depois ouça. Não debata nem discuta. Ouça apenas.

Ajude o seu filho a preparar-se para dizer «não» às drogas.
Podemos ajudar os nossos filhos a prepararem-se para dizer «não» às drogas, fazendo uma espécie de jogo. Nós assumimos o papel de um amigo ou de outra pessoa qualquer que lhes oferece álcool ou drogas, e deixamos que os nossos filhos se treinem connosco a dizer «não».
Também podemos ajudar os nossos filhos a prepararem-se para se livrarem de situações de consumo de drogas, ajudando-os a planear desculpas para sair dessa situação. Diga-lhes que qualquer desculpa serve, e que esta será confirmada por si. Eles podem dizer, por exemplo, que têm de ir ao dentista, ou que estão á espera deles em casa para limpar a garagem. Diga-lhes para dizer tudo o que for necessário e depois que lhe telefonem. Diga-lhes que irá busca-los a qualquer sitio, em qualquer altura.

Dê amor e apoio
Dizer «não» ás drogas pode fazer com que os adolescentes se sintam perdidos e infelizes. Os velhos amigos vão-se embora, e é difícil arranjar outros. Por vezes, dizer «não» pode causar solidão.
Durante estes momentos dolorosos, o amor e o apoio em casa pode tornar-se vital. Não minimize nem negue a dor do seu filho; dê-lhe apoio, dizendo: “ Eu sei que esta é uma altura difícil para ti. Sei que estás magoado. Quero que saibas que eu apoio a tua decisão de não ingerires drogas, e que gosto muito de ti.”

O amor é muito importante para ajudar os seus filhos a dizerem «não». Infelizmente, quando os adolescentes se envolvem com as drogas, o amor não conquista tudo. Por toda a América do Norte, há milhares de pais cheios de amor que podem dizer isto por experiência própria. Os pais também precisam de ser firmes."

“Os Nossos Filhos Livres da Droga” William Mack Perkins e Nancy Mcmurtie-Perkins


Comentário: Na minha opinião faz imenso sentido um pai/mãe ou pessoa significativa partilhar as suas experiência de sucessos e falhanços em relação à educação dos seus filhos. “Estamos todos no mesmo barco”. Revela o nosso lado humano (todos cometemos erros na educação dos nosso filhos e não somos pais perfeitos, isso não existe. Como não existem filhos perfeitos). Por outro lado, podemos sempre aprender com os erros dos outros e assim criar sinergias duradouras e saudáveis .Tal como este pai, podemos investir na prevenção. È um erro pensarmos que o nosso filho/a estará sempre em segurança (debaixo da alçada da família) em relação ao riscos de exposição e ou consumos de drogas. Hoje em dia as drogas, incluindo o álcool, encontram disponíveis em locais e pessoas que nunca imaginaríamos ser possível. Se não falarmos com sobre este assunto com os nosso filhos alguém poderá faze-lo, mais tarde, com o risco de a fonte dessa informação ser incorrecta, duvidosa e ou confusa.


[1] Algumas razões pelas quais nossos os jovens se envolvem nas drogas: “Todos os meus amigos bebem”; “Não pensei que me acontecesse a mim ter um problema com drogas”; “As pessoas que mais admiro bebem e tomam drogas”; “È proibido e perigoso” ;Televisão, cinema e musica; “Queria ser alguém”; “Está na moda ”; “È ser diferente

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