segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Algumas Dicas Sobre Como Lidar Com a Ansiedade


Alimento para o Pensamento...”


- Fazer pausas de 10 mtos, a cada 2 horas de trabalho, no máximo. Repetir essas pausas na vida diária, pensa em ti, analisando e avaliando as tuas atitudes.


- Aprende a dizer NÂO sem te sentires culpado ou achar que estas a magoar. Querer agradar a todos é um desgaste enorme.

- Planeia o dia, mas, deixa sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de ti.

- Concentra-te em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam os teus pensamentos (cenários mentais) e as tuas intenções, acabarás baralhado e confuso.

- Esquece de uma vez por todas que és imprescindível. No trabalho, em casa, no grupo de amigos. Por mais que isso te desagrade, tudo anda sem a tua actuação, a não ser a tua própria, claro.

- Abre a mão de ser responsável pelo prazer de todos. Não és a “fonte dos desejos”, e/ou o eterno “mestre de cerimonias.”

- Pede ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso em identificar as pessoas certas.

- Diferencia problemas reais dos problemas imaginários e elimina-os porque são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.

- Tenta descobrir o prazer de factos quotidianos, como dormir, passear, ouvir musica, relaxar, comer e tomar banho, sem também achar que é o máximo que se consegue da vida.

- Evita o envolvimento com a ansiedade e tensão alheias. Espera um pouco e depois retoma o dialogo; põe acção e entrega os resultados.

- A família não és só tu, está junto a ti, compõem o teu mundo, mas não são a tua própria identidade.

- Entende quais os princípios e convicções “rígidas” que podem ser um grande “peso”; “da trave mestra” do movimento (valores) e da busca espiritual.

- È preciso ter sempre alguém em quem se confiar e se consiga falar abertamente, a menos de um raio de 100 km. Não adianta estar mais longe.

- Sabe a hora certa de sair de cena, “retirar-se do palco” e “ deixar a roda andar”, se necessário a gravidade dá uma ajuda. Nunca percas o sentido subtil da importância de uma saída de cena discreta.

- Não queiras saber se falam mal de ti e não te atormentes com esse “lixo mental”; escuta se falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.

- Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois é óptimo...para quem quer ficar esgotado e perder o melhor da relação.

- “A rigidez é a obra na pedra”, não no homem. A ele cabe a integridade, que é muito diferente.

- Uma hora de intenso prazer substitui, com folga, 3 horas de sono perdido. O prazer recompõe mais que o sono, logo não percas a oportunidade de te divertires.

- Não abandones as tuas três grandes e inabaláveis amigas; a intuição, a inocência e a fé.

- Entende de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente “ Tu és aquilo que fazes...”


Coloca em pratica, e com determinação, estas dicas e verás resultados positivos no dia-a-dia.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

"10 Medidas de Prevenção Que Podem Salvar Vidas"


Join Together e os seus parceiros publicaram este trabalho de forma a fornecer algumas respostas quanto aquilo a que muitos se questionam: “ O que é feito actualmente quanto à prevenção e a reduzir os problemas associados ao álcool e/outras drogas?!”
“Este guia contempla dez medidas apresentadas por grupos de profissionais e representantes de varias comunidades. O guia é baseado num trabalho cientifico idóneo e conta com um vasto apoio, em termos, do publico em geral. Foram anunciadas medidas concisas, e convincentes que comprovam a sua eficácia.
Existem diferentes abordagens em prevenir o álcool e/ou outras drogas, em vez de se castigar e punir pessoas que são doentes. Espero que este guia sensibilize a nação quanto a desenvolverem medidas eficazes de prevenção do álcool e/ou outras drogas que possam salvar vidas e devolver a qualidade de vidas às famílias afectadas por este flagelo”
David L. Rosenbloom, Ph.D.
Director, Join Together


Outras organizações que aprovam estas medidas neste guia:
CADCA, NCADD, CSPI, The Marin Institute,
“10 Medidas de Prevenção Que Podem Salvar Vidas Em Relação ao Álcool e/ou Outras Drogas."

"Nos EUA, em 2002, os jovens foram mais sujeitos á publicidade sobre o consumo de bebidas alcoólicas comparativamente aos adultos especialmente em revistas.
Na EUA, 90% dos seus habitantes preocupa-se com os padrões actuais de consumo de bebidas alcoólicas entre os jovens.

Os jovens que vivem nos estados que adoptaram a lei (graduate driver´s licence) conduzem, menos vezes, sob o efeito do álcool, do que aqueles que vivem estados que não escolheram esta lei.
http://www.dps.state.mn.us/dvs/DriverLicense/Graduated%20DL/grad_license.htm

Prevenir o Consumo de Álcool Entre Os Jovens.
1. Aumento nos custos de bebidas alcoólicas através de taxas, particularmente na cerveja. Os jovens consomem 20% das bebidas alcoólicas, no caso da cerveja, consumido nos EUA. Contudo, os jovens consomem menos cerveja se for mais cara. Nas idades, compreendidas entre os 15 e os 20 anos, os factores mais preocupantes relacionados os consumos de álcool, surgem os acidentes de viação, a causa numero um de morte entre os jovens, depois as lutas e as tentativas de suicídio. O objectivo em subir estas taxas nos custos da cerveja contempla a intenção em deter o consumo excessivo. Contudo, na realidade, estas taxas não acompanham os níveis de inflação e actualmente o preço da cerveja tem descido nos últimos 30 anos.

2. Restringir a publicidade e/as actividades promocionais, relacionadas com o álcool, em que o publico-alvo (target) sejam os jovens. Tal como a industria do tabaco, a industria do álcool apresentam o mesmo publico-alvo (target) – os jovens. Uma exposição prolongada à publicidade e actividades promocionais, de bebidas alcoólicas, aumentam a probabilidade de consumo entre os jovens. Tal como as crianças que assistem a estes anúncios também apresentam probabilidade significativas em consumir álcool. O publico em geral, reconhece estes factos e deseja impor limites e regras na publicidade às bebidas alcoólicas – um estudo efectuado em 2000, revela que mais de 60% dos Americanos apoia a redução dos anúncios na televisão, em placard / “outdoor” e/ou eventos desportivos.

3. Adopção de leis que previnam mortes e acidentes de viação entre os jovens. Implementar leis “Graduated Drivers License”, restrições em contextos de divertimento publico, por parte dos jovens, tais como; actividades supervisionais por agentes da autoridade (informação e educação), ex. utilização de aparelhos de detecção de níveis de álcool que infringem a lei e medidas semelhantes que alterem o contexto onde ocorre os consumos de álcool. Estas abordagens entre os jovens dos 15 aos 20 anos de idade revelaram que os níveis de acidentes fatais diminuíram.

Tratamento da Adicção
4.
Estipular e implementar a garantia do tratamento de pessoas com problemas de abuso de álcool e/ou outras drogas nas apólices de Seguro. Na maioria dos casos, estas apólices de seguros não cobrem o tratamento do alcoolismo e/ou outras drogas, assim como, os respectivos custos anuais destes planos de seguro de saúde são demasiado elevados, impossibilitando o acesso às famílias mais desfavorecidas. Os potenciais consumidores problemáticos não recebem a ajuda, na altura apropriada, de forma a evitar problemas de saúde e/ou sociais mais graves, recorrendo, mais tarde ao serviço publico, sobrecarregando os respectivos orçamentos do estado. Numerosos estudos revelam que o tratamento do alcoolismo e ou outras drogas é um investimento viável; uma medida de poupança nos recursos financeiros do estado e dos privados. O aumento no impacto total nos prémios nas seguradoras é menor do que 1%.

5. Apoiar o desenvolvimento e a pesquisa da medicação mais eficaz para o tratamento da adicção. A medicação existente, tal como; a buprenorphine, metadona, naltrexone e acamprosate são efectivamente um recurso no tratamento da adicção. Contudo, existem alguns obstáculos á sua divulgação e distribuição, por ex. companhias de seguros não cobrem os custos desta medicação e a criação de leis que limitam e proíbem abertura de novas clínicas que promovam este tipo de tratamento. A medicação é uma parte importante do tratamento, especialmente quando combinado com o aconselhamento, apoio social e o pós-tratamento.

6. Criação de clínicas/gabinetes de avaliação e diagnóstico a pessoas com problemas relacionados com o consumo de álcool e ou outras drogas, por ex. nas urgências dos hospitais e centros de saúde. Avaliar e diagnosticar pessoas com problemas de álcool e outras drogas, bem como, a comportamentos de risco fazendo o respectivo aconselhamento, e se necessário efectuar o encaminhamento para tratamento. Estas medidas são extremamente eficientes na redução de problemas com o álcool e outras drogas. Todavia, existem leis que permitem às seguradoras recusarem o pagamento dessas consultas, mesmo em casos onde o medico assistente identifique problemas associados ao consumo de álcool, em mais de 30 estados dos EUA . Além disso, os médicos não são pagos para efectuarem avaliações, diagnósticos e o respectivo aconselhamento da mesma forma que o fazem para outro tipo diferente de problemas ou doenças, tais como diabetes e a depressão, mesmo sabendo da existência de um potencial problema de álcool, todavia, escolhem não fazer o devido acompanhamento.

7. Proporcionar maiores apoios financeiros a aquelas instituições que obtêm melhores resultados nos tratamentos. O sistema de tratamento publico e privado deverá ser revisto e avaliado, assim como, os respectivos apoios financeiros, tendo em conta, os resultados a longo-termo com vista a melhorar a qualidade do sistema no tratamento. Aquelas instituições que obtêm melhores resultados devem receber mais apoios financeiros; aquelas instituições que não obtêm melhores resultados não receberão quaisquer apoios. Os legisladores devem trabalhar em conjunto com as instituições de forma a identificar e a monitorizar os resultados.

Prevenção e Redução de Actividades Ligadas ao Crime
8. Estipular um programa de tratamento eficaz e continuado, sujeito a supervisão, em programas de pós-tratamento, para indivíduos prevaricadores e condenados por crimes não-violentos, relacionados com álcool e/ou outras drogas. Mais do que metade dos indivíduos, envolvidos no sistema criminal, que completam programas de tratamento e de pós-tratamento não voltam a cometer novos crimes. A maioria dos prisioneiros que são obrigados a cumprir penas, mas que não frequentam programas de tratamento voltam a reincidir em novos crimes e recaem nas suas adicções após serem libertados das prisões. Aqueles Indivíduos que Conduzem Sob a Influencia do Álcool, condenados a uma pena também necessitam de tratamento e de acompanhamento no pós-tratamento, mesmo tendo sido só aplicada uma única condenação pelo tribunal.

9. Revogar medidas que impeçam os ex. condenados em se inserirem numa participação activa na sociedade. È extremamente injusto, para um indivíduo, ser punido repetidamente pela mesma ofensa e/ou crime. Na realidade, é aquilo que acontece com aqueles que apresentam crimes relacionados com álcool e/ou outras drogas. Leis federais e de estado de apoio aos estudantes impõem proibições demasiado prolongadas, na assistência na gestão dos recursos financeiros, tickets de alimentação, subsídios e alguns empregos. Estes restrições não são medidas preventivas quanto aos consumos de substancias, são impeditivas de recuperação da adicção.

10. Desenvolver apoios e incentivos ao trabalho comunitário. Aquelas comunidades que apresentam estratégias, cujo objectivos são reduzir o álcool e/ou outras drogas demonstram nos seus relatórios níveis significativos de participação dos seus cidadãos , políticas publicas mais eficientes na promoção da mudança de atitudes e comportamentos, melhores acessos a tratamento e o aumento nos recursos financeiros. Coligações entre parceiros que promovam o apoio sustentado na comunidade desenvolvem melhores programas na redução do consumo de substancias a nível local.

Comentário: Gostaria de deixar um pequeno comentário em relação a este guia. Em 2000, estive nos EUA a fazer um estagio profissional que me proporcionou uma experiência "in loco" maravilhosa nesta área. A minha intenção é salientar a importância da criação de sinergias em estudos científicos e idoneos (entre profissionais e os representantes das comunidades) neste assunto tão delicado e actual. Todos em conjunto tomam parte activa neste processo porque existe um objectivo comum - encontrar soluções para pessoas que sofrem de uma doença que ultrapassa o conhecimento e a experiencia empírica. Depois não se pode comparar e realidade portuguesa à realidade americana, contudo acredito que podemos sempre aprender, ser humildes, com a experiência de países que investem milhões de dólares na prevenção e tratamento do álcool e/ou outras drogas. Andam uns anos à nossa frente...

Há umas semanas atrás assisti, a uma reportagem no telejornal de uma estação privada de TV sobre os eventuais prejuízos que as cervejeiras estão a atravessar por causa da ausência do calor durante o verão. Surpreendido, exclamei, "Quais serão os reais interesses por detrás desta reportagem, que ainda durou uns longos minutos?" Pessoalmente, acho que foi publicidade. Gostaria também de criticar seriamente a publicidade a bebidas alcoólicas nos eventos desportivos e espectáculos musicais. Quais as instituições que regularizam as leis neste sector? Quais as estratégias dos lobbies da industria do álcool, na nossa sociedade, e quem mede as consequências? Como profissional e pai, acredito, que a vida de um jovem é demasiado preciosa e não aceito que outros valores (financeiros) se sobreponham e justifiquem os seus fins.

Acredito que todos precisamos de estar atentos a preocuparmo-nos com os nosso jovens e não fechar os olhos. Recordo-me desta expressão "É tão fácil ser um idiota..."


Referencias:
1. Institute of Medicine. Reducing Underage Drinking: A Collective Responsibility. National Academies Press, 2003.
2. Center for Science in the Public Interest. Factbook on State Beer Taxes. July 2004.
3. Chaloupka FJ, Grossman M, and Saffer H. “The effects of price on alcohol consumption and alcohol-related
problems.” Alcohol Research and Health 26(1): 22-34, 2002.
4. American Medical Association. “Americans overwhelmingly support increase in state alcohol taxes.” May 4, 2004.
5. Center on Alcohol Marketing and Youth. Youth Exposure to Alcohol Ads on Television, 2002. April 21, 2004.
6. Snyder LB. “A national study of the effects of alcohol advertising on youth drinking over time.” Presentation to the
Research Society on Alcoholism, June 27, 2004.
7. Wagenaar AC, Harwood EM, Toomey TL, Denk CE, and Zander KM. “Public opinion on alcohol policies in the United
States: results from a national survey.” J Public Health Policy 21(3): 303-327, 2000.
8. Jernigan DH, Ostroff J, Ross C, and O’Hara JA. “Sex differences in adolescent exposure to alcohol advertising in
magazines.” Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine 158(7): 629-634, 2004.
9. Substance Abuse and Mental Health Services Administration. Graduated Driver Licensing and Drinking among
Young Drivers, April 30, 2004.
10. Faces & Voices of Recovery. “Poll finds alcohol and drug addiction has impacted the lives of 63 percent of
Americans.” May 14, 2004.
11. Substance Abuse and Mental Health Services Administration. Results from the 2002 National Survey on Drug Use
and Health: National Findings, 2003.
12. Substance Abuse and Mental Health Services Administration. The Costs and Effects of Parity for Mental Health and
Substance Abuse Insurance Benefits, 1998.
13. National Institute on Drug Abuse. Principles of Drug Addiction Treatment: A Research-Based Guide, 1999.
14. Join Together. Ending Discrimination Against People with Alcohol and Drug Problems: Recommendations from a
National Policy Panel, 2003.
15. U.S. Preventive Services Task Force. “Screening and behavioral counseling interventions in primary care to reduce
alcohol misuse: recommendation statement.” Annals Internal Med 140: 555-7, 2004.
16. Fleming MF, Mundt MP, French MT, Manwell LB, Stauffacher EA, and Barry KL. “Brief physician advice for problem
drinkers: long-term efficacy and benefit-cost analysis.” Alcohol Clinical Experience Research 26(1): 36-43, 2002.
17. National Center on Addiction and Substance Abuse. Missed Opportunity: National Survey of Primary Care
Physicians and Patients on Substance Abuse, 2000.
18. Institute of Medicine. Crossing the Quality Chasm. National Academies Press, 2001.
19. Join Together. Rewarding Results: Improving the Quality of Treatment for People with Alcohol and Drug Problems—
Recommendations from a National Policy Panel, 2003.
20. Substance Abuse and Mental Health Services Administration. National Treatment Improvement Evaluation Study, 1997.
21. Caulkins JP, Rydell CP, Schwabe W, and Chiesa JR. Mandatory Minimum Drug Sentences: Throwing Away the Key or
Taxpayers’ Money? The RAND Corporation, 1997.
22. National Institute on Drug Abuse. Preventing Drug Use Among Children and Adolescents: A Research-Based
Guide, 2003.
23. Join Together. Promising Strategies: Results of the Fourth National Survey on Community Efforts to Reduce
Substance Abuse and Gun Violence, 1999.

sábado, 8 de setembro de 2007

A Prevenção Continua Depois do Nascimento


Sabemos que se uma mãe consumir substancias alteradoras do humor durante o período da gravidez afecta o seu filho/a. Defeitos e deformações de nascença podem ser atribuídas ao uso de álcool e outras drogas pelos pais antes e durante a gravidez. O Dr. Carlton Fredericks diz” “Inúmeras drogas atravessam a barreira da placenta e muitas delas podem ser prejudiciais.”

Segundo o manual Merck: Saúde para a Família “A maioria das mulheres grávidas faz uso de algum tipo de droga (medicamento ou drogas lícitas ou ilícitas). O Centers for Disease Control and Prevention e a Organização Mundial da Saúde estimam que mais de 90% das mulheres grávidas fazem uso de medicamentos controlados ou de venda livre, drogas sociais (por ex., tabaco e álcool) ou drogas ilícitas.
Os medicamentos e as drogas são responsáveis por 2 a 3% de todos os defeitos congénitos. A maioria dos outros defeitos congénitos tem causa hereditária, ambiental ou desconhecida. As drogas passam da mãe para o feto sobretudo basicamente através da placenta, a mesma via utilizada percorrida pelos nutrientes para o crescimento e desenvolvimento do feto.
Na placenta, as drogas e os nutrientes presentes no sangue da mãe atravessam uma membrana fina, a qual separa o sangue da mãe do sangue do feto. As drogas que uma mulher utiliza durante a gravidez podem afectar o feto de várias maneiras: • Actuando directamente sobre o feto, causando lesão, desenvolvimento anormal ou morte • Alterando a função da placenta, geralmente contraindo os vasos sanguíneos e reduzindo a troca de oxigénio e nutrientes entre o feto e a mãe • Causando contracção forçada da musculatura uterina, lesando indirectamente o feto através da redução de seu suprimento sanguíneo.

Como as Drogas Atravessam a Placenta
Na placenta, o sangue materno passa pelo espaço (espaço interviloso) que envolve os vilos (projecções diminutas) que contêm os vasos sanguíneos do feto. O sangue materno que se encontra no espaço interviloso é separado do sangue do feto que se encontra nos vilos pela membrana placentária (uma membrana fina). As drogas presentes no sangue da mãe podem atravessar essa membrana, passando para os vasos sanguíneos dos vilos e passam através do cordão umbilical até o feto”

Relato de uma mãe
“Pouco depois dos meus filhos nascerem, comecei a medica-los com todo o tipo de drogas. Eu era, no verdadeiro sentido da palavra, uma instigadora da droga. Dava aos meus filhos fenobarbital para as cólicas, medicamentos para os problemas de dentição, aspirina efervescente para a febre, descongestionantes paras as constipações e xaropes para a tosse. Os meus filhos cresceram sabendo que quando tivessem uma dor de cabeça, uma dor de barriga, tosse ou febre, eu tentaria resolver o problema com uma droga qualquer.

Durante esse tempo, os meus filhos também me viram comprar, regularmente, medicamentos com e sem receita medica. Passei-lhes uma mensagem muito clara; se sentirem mal, física ou emocionalmente, tomem um medicamento. Sentir-se-ão melhor. Achava que estava a fazer coisa certa, pensei que estava a ajudar. Agora sei que muitos dos medicamentos que dei aos filhos continham cafeína ou álcool – eram produtos químicos alteradores do comportamento!
Existem medicamentos que não contem álcool nem cafeína. Como todos os anos são lançados no mercado, medicamentos novos, e cada criança pode reagir de maneira diferente a cada droga, os pais devem consultar o seu medico antes de medicar os seus filhos.

Dar atenção antes de medicar
Não devemos medicar imediatamente os nossos filhos. Quando eles se queixam de uma dor física ou emocional, passe algum tempo com eles antes de se dirigir ao armário dos medicamentos, dê-lhes atenção antes de os medicar. Se tiverem dores de cabeça ou febre, aconselhamos que os deite num local sossegado e lhes ponha uma toalha fresca sobre a testa. Dê-lhes agua ou sumo. Enquanto esta sentada com eles faça algumas perguntas sobre o que passa na vida deles.
Quando os meus filhos se queixavam de dores físicas, estas estavam muitas vezes ligadas a determinada crise nas suas vidas. Tinham problemas com os amigos, com a escola, com os professores ou comigo. Descobri que a dor emocional das crianças pode transformar-se em dor física por causa da dificuldade que eles têm em exprimir os seus pensamentos e sentimentos.
Se o seu filho continuar a queixar-se depois destes cuidados, consulte um medico. nunca medique por iniciativa própria, pois isso pode disfarçar sintomas de um problema de saúde grave.
Sugerimos as seguintes normas em relação a medicamentos:

Pergunte ao seu medico como tratar o seu filho sem usar medicamentos; pergunte o que pode fazer a respeito de dietas, vaporizadores, massagens, etc.

Não deixe de informar o medico de todos os medicamentos que o seu filho estiver a tomar na altura. Alguns medicamentos podem ser perigosos quando tomados juntamente com outros.

Não dê ao seu filho medicamentos receitados por outra pessoa.

Procure uma farmácia de confiança para aviar os medicamentos.

Faça perguntas sobre o medicamento receitado. Pergunte como deve ser tomado (a que horas, com ou sem alimentos) durante quanto tempo e se produz efeitos secundários.

Siga com rigor as doses prescritas.

Se o seu medico receitar ao seu filho um medicamento que possa alterar o comportamento ou causar dependência, peça-lhe que mude a medicação, se possível. Se o medico se recusar fazê-lo, procure uma segunda opinião.

Os pais de jovens em recuperação da dependência de drogas devem estar especialmente alerta em relação aos medicamentos que os seus filhos estão a tomar. Medicamentos receitados que possam alterar o comportamento podem levar a uma recaída.

A prevenção inclui evitar outras substancias químicas que alterem o comportamento.
A cafeína e a nicotina, embora não sejam geralmente considerados como tal, são alteradoras do comportamento. Agem como estimulantes dos sistema nervoso central e alteram as funções químicas do organismo. Adultos e pais que usem nicotina ou cafeína podem sentir ansiedade, comportamento hiperactivo e ou outras alterações emocionais.

Visitamos uma família na Geórgia, EUA, cujo filho de uma ano andou toda a noite com um biberão na mão, cheio de Coca-Cola com cafeína. A criança corria pela sala, puxava pela roupa da mãe, gritava para chamar a atenção, atirava brinquedos e jornais pelo ar e batia nos moveis como biberão.
A mãe virou-se para nós e disse:
- Já não sei o que fazer com ele, porta-se cada vez pior, e ultimamente não dorme.

Perguntamos-lhe:
- Não acha que a cafeína na Coca-Cola pode estar a causar-lhe esta hiperactividade?
A mãe respondeu imediatamente, quase em pânico:
- Não, não pode ser isso!
A sua reacção era compreensível. Se ela reconhecesse que era a cafeína na Coca-Cola do filho que causava o seu comportamento hiperactivo, teria de retirar a Coca-Cola, e isso causaria toda uma serie de problemas.

A cafeína e a nicotina causam dependencia. Estudos recentes mostram que as pessoas que deixam de usar estas substancias apresentam sintomas de abstinência psicológicos e físicos; incluindo dores de cabeça, tonturas, fadiga, náuseas, irritabilidade e ânsias. Vários adolescentes disseram-nos que bebiam seis ou mais latas de Coca-Cola por dia. Cada lata de três decilitros e meio contém de trinta e dois a trinta e oito miligramas de cafeína. Para muitos destes adolescentes, esta quantidade de cafeína era o principio da dependência a produtos químicos alteradores do comportamento.


O açúcar pode ser uma substancia alteradora do comportamento.
Ouvimos por todo o país opiniões controversas sobre os efeitos dos alimentos dos aditivos, conservastes e outras substancias adicionadas aos alimentos. Há uma substancia , porém sobre a qual muitos concordam que causa um vasto leque de problemas, particularmente entre os nossos filhos. Essa substancia é o açúcar.
Seguem-se excertos de uma artigo publicado no jornal Dallas Times Herald. Este artigo reflecte as crenças e as opiniões de muitos pais e profissionais com quem falamos.

“Escola faz uma estudo importante sobre os efeitos do açúcar
Um rapaz do nono ano tinha excesso de peso, problemas de comportamento nas aulas e mau aproveitamento escolar.
Numa reunião com os pais, o director começou a fazer perguntas sobre a sua alimentação. Quando lhe disseram que comia muitos doces, o director , calmamente, chamou a atenção para o facto de que a alimentação de uma criança pode afectar o seu comportamento.
O açúcar, em especial pode contribuir para um comportamento hiperactivo e graves alterações de humor."
Alexander Schauss, director do Instituto Americano de pesquisa Biossocial acredita que muitos adolescentes e pre-adolescentes viram-se para a droga e para o álcool para se sentirem melhor, visto a sua alimentação deficiente os fazer sentir mal.
“Quando uma quantidade de açúcar nos refrigerantes e adicionada aos cereais adocicados, aos rebuçados, ao açúcar do ketchup, dos alimentos enlatados e processados, é normal as crianças consumirem o equivalente a cinquenta ou noventa colheres de açúcar por dia.
Isto faz com que o nível do sangue suba e desça, á medida que o organismo tenta queimar o excesso de sangue. Estas “subidas e descidas” podem causar alterações de comportamento, de uma sensação de euforia para uma sensação de cansaço e depressão."
“E uma realidade cientificamente conhecida que os hidratos de carbono, tais como o açúcar refinado, esgotam o nível de vitamina B-1, uma vitamina essencial para manter a integridade do sistema nervoso central” diz Schauss.
“Não é de admirar que uma alimentação altamente rica em hidratos de carbono propicie agressão, hostilidade, irritabilidade, incapacidade de controlar as emoções e a violência”.

“Os Nosso Filhos Livres da Droga” de William Perkins e Nancy Perkins

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Estar Só


"Sobre estar sozinho; e às vezes com tanta gente por perto ....

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milénio. As relações afectivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor. O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar. A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século.

O amor romântico parte da premissa de que somos uma fracção e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.
Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projecto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma ideia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.

A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente. Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fracção, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fracção. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem. O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou.

Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral. A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa à aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afectiva.

A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afectivas são óptimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único.
Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gémea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.

Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.

O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado. Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...

A pior solidão é aquela que se sente quando acompanhado."

Flávio Gikovate,
médico psicoterapeuta.



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quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Onze Coisas Que Pode Fazer Para Que O Seu Filho Seja Um Adicto/a


1. Ser o advogado do seu filho/a. Defende-lo sempre não importa o quê nem como.

2. Ser o banqueiro/a do seu filho/a. Dar todo o dinheiro que ele peça, mesmo que para isso tenha de pedir emprestado. A criança aprende que não precisa de se preocupar sobre a importância do dinheiro

3. Ser a companhia de seguros do seu filho/a. Assumir total responsabilidade por tudo que ele/a fizer.

4. Ser o agente do seu filho/a. Não permitir que ele/a conquiste coisas. Por ex. Se o seu filho/a faz parte de uma equipa de futebol, mas que você repara que ele não joga, durante dois jogos seguidos, imediatamente dirige-se ao treinador e pressionando-o fazendo com que o seu filho jogue nos próximos jogos. Intercede por ele/a. Aprende que alguém há-de resolver os seus problemas.

5. Ser o “mecânico” do seu filho/a. Consertar tudo aquilo que ele/a fizer de errado, permitindo assim, que ele/a nunca se preocupe em resolver os seus próprios problemas que surjam como consequência dos seus comportamentos. Mesmo na idade adulta iram procura-lo para resolver os seus próprios problemas.

6. Ser o/a assistente administrativo do seu filho/a. Relembrar-lhe sempre os horários e tarefas importantes antecipadamente; fazer com que ele/a esteja a horas onde é necessário , por ex., horas de acordar, chegar a horas à escola, chegar a horas à actividade desportiva e deixar sempre mensagens “post-it”. Um dia mais tarde o seu filho/a será um presidente de uma empresa e precisa de saber como gerir os seus assistentes, por isso porque não permitir que ele/a pratique consigo em criança?!

7. Ser o empregado/a do seu filho/a. Toda gente precisa de ter o seu quarto e a casa limpa, assim como as refeições a seu belo prazer. Um dia o seu filho/a será rico em adulto e necessita de saber como tratar dos seus empregados.

8. Justificar os comportamentos do seu filho/a, bem como, ser o seu “protector”. Quando eles fizerem algo embaraçoso e desconfortável, imediatamente você assume isso como culpa sua e de seguida justifica aquilo que ele/a fez.

9. Ser o “tapete” onde os seus filhos “limpam os pés”. Permitir que eles despejem em si todas as frustrações e agressividade. Você torna-se o “alvo” preferido. Se algo lhes corre mal é você é o responsável. Não existem regras nem limites.

10. Ser zelador e facilitador. Reparar todas as coisas negativas. Se eles não têm dinheiro você faz um “numero de magia” e o dinheiro aparece. Se ele danifica o carro você faz mais uma “numero de magia” e o carro aparece reparado. Os seus filhos aprendem que não precisam de se responsabilizar pelos seus comportamentos e que existem coisas que é importante que sejam eles a resolver, mesmo que para isso eles precisem, por vezes, fazer sacrifícios.

11. Não partilhar os valores morais da família e os seus valores pessoais com o seu filho/a. Se eles não possuírem valores pessoais não iram saber quais os parâmetros e/ou os limites, bem como, reconhecerem que tipo de comportamento não são aceitáveis. È importante que eles saibam quais são as expectativas e as crenças dos pais quanto ao uso de drogas e álcool. Os seus filhos precisam de um sistema de valores e crenças.

Se você, como pai ou mãe e/ou pessoa significativa num relacionemente com uma criança ou crianças, se revê em varios items desta lista procure apoio; "Mais Vale Prevenir Do Que Que Remediar".

A vida de uma criança é demasiado preciosa para se "perder".

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Os Pais São Os Modelos dos Seus Filhos

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

A Prevenção das Dependências no Meio Escolar




Uma novo ano escolar aproxima-se, assim gostaria de abordar este tema.

A Prevenção das Dependências no Meio Escolar pode adquirir um estatuto de uma elevada importância na formação pedagógica dos alunos/jovens, professores e pais na nossa sociedade. Numa fase do seu desenvolvimento, os jovens fazem parte de uma população de risco sendo o objectivo central na implementação de programas de prevenção eficientes. Em muitos casos, a escola funciona como mediadora na discussão da temática da prevenção das toxicodependências entre pais e filhos.

Contudo, gostaria de salientar um episódio caricato. Em conjunto, com o conselho executivo foi implementado um programa de prevenção numa escola do Norte. Todos manifestaram um contentamento enorme, quase uma sensação de um alívio, visto a zona da escola ser um local de risco e existirem suspeitas de consumos por parte de alguns alunos. Depois de se iniciar o projecto com os alunos, professores e pessoal não docente, onde todos se mostraram interessados, chegou a altura de envolver os pais, nesta temática. Foram enviados mil convites aos pais para participação no modulo de Prevenção, aproximadamente. Quando chegou o dia da reunião de trabalho apareceram somente seis pais, que por sinal, já tinham participado nos modulos anteriores que estavam direcionados para os professores.

Na minha opinião, aparenta existir uma atitude passiva e permissiva - de negação quanto a enfrentar este problema preocupante, na nossa sociedade. Parece que, só de se falar sobre drogas, as pessoas evitam aparecer ou participar. Aparenta existir a ilusão de que os problemas só acontecem aos outros. Delega-se nos profissionais a responsabilidade de encontrarem soluções “radicais e milagrosas”. O risco das drogas não pode ser encarado como se de “um vírus” se tratasse. Onde o objectivo se centra no seu isolamento e na sua erradicação total. Este tipo de atitude reforça o estigma e a discriminação (negação), associados aos consumos de drogas e alcool e à impotência dos familiares (isolamento, culpa e vergonha), e os resultados são inúteis e infrutíferos.

Só uma presença continuada e consistente de programas de prevenção dentro da escola pode valorizar perfis e atitudes de autonomia em relação à experiência do consumo de drogas e alcool e desenvolver programas que visem reforçar factores protectores. Torna-se assim, indispensável um novo desenho da responsabilidade, do relacionamento e da articulação da escola, da comunidade educativa, dos serviços públicos de prevenção e tratamento das dependências. Devem ainda encontrar-se novos meios de informação acessíveis aos pais, de formação dos educadores e professores e novos conteúdos adaptados aos grupos etários do pré-escolar, do ensino básico, do secundário, ensino profissional e universitário. A multidisciplinaridade, os espaços informais, o recurso aos pares e a atenção especial ao abandono escolar precoce e agressividade (ex. bullying) são igualmente matérias obrigatórias de actuação conexa com a escola e a família.

Cada vez mais, os professores adquirem um papel importante na educação dos alunos. Na sociedade competitiva e consumista em que vivemos, é exigido aos pais um compromisso profissional e individual, que em muitos dos casos, se sobrepõe ao seu papel de educador (modelo) atento e disponível, incapacitando assim o apoio necessário aos seus filhos. Antes, eram os avós que desempenhavam este papel, mas os tempos mudaram.

Durante o meu envolvimento com este realidade sinto que os pais se tornaram mais exigentes, em relação ao papel da escola na educação dos seus filhos, visto estes passarem grande parte do seu tempo nos estabelecimentos de ensino. Neste sentido, a escola adquire um estatuto não só de competências do conhecimento, mas também onde o jovem pode desenvolver competências na sua vertente humana (individual), social e espiritual. Contudo a realidade é diferente. Na minha opinião, o papel da escola centra-se no desenvolvimento de competências intelectuais e morais do aluno, no compromisso com a cultura e integração na sociedade, da formação do cidadão onde permanecem os valores sociais acumulados pelos antepassados, um pouco desactualizados e separados da realidade da sociedade de hoje. Penso que este papel da escola poderia centrar-se também nas competências do ser, na formação das atitudes, das preocupações nos relacionamentos humanos, refiro-me ao papel das emoções e sentimentos (laços e afectos), da auto realização e do insight. Proporcionar um clima favorável à mudança do aluno/indivíduo onde a tendência se concentra no desenvolvimento das relações interpessoais, da comunicação e da espiritualidade.