quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Fenomeno Binge Drinking



Este video revela o Binge Drinking entre os jovens ingleses, todavia o fenomeno é identico em relação aos jovens em Portugal. 
Proporcione aos seus filhos uma educação realista sobre as consequencias negativas do consumo abusivo do alcool, por exemplo doenças sexualmente transmissiveis, gravidez indesejada, bullying, condução sob o efeito do alcool (crime), intoxicação aguda pelo alcool. 
Fenómeno Binge Drinking entre os jovens - Abuso no consumo de bebidas alcoólicas, num período reduzido de tempo, cuja principal intenção é a intoxicação (embriaguez).


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Políticos e a Prevenção das dependências



De acordo com os últimos dados do Instituto da Droga e Toxicodependência e do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência existe um numero significativo de crianças e adolescentes portugueses afectados pelas consequências negativas das substâncias lícitas, incluindo o álcool, e das substâncias ilícitas. Não é novidade, mas apesar das evidências continuamos sem uma política e uma cultura direccionada para a prevenção das dependências. Todavia, estes relatórios não fazem referencias outro tipo de doenças do foro mental, em muitos casos associados ao consumo de drogas, por exemplo, a depressão e o suicídio. De acordo com a minha experiencia profissional, os dados disponíveis estão subavaliados, isto é, sabemos apenas a ponta do “iceberg” e escondem a verdadeira dimensão do problema.

O consumo e o abuso de substâncias psicoactivas lícitas, incluindo o álcool, e as ilícitas entre os jovens, geram consequências graves a nível psicossocial e elevados custos económicos ao longo da vida. A acrescentar ao fenómeno preocupante e aos custos económicos, podemos também incluir os danos à família, na escola e na comunidade. Para além do elevado peso económico, o consumo e o abuso de substâncias psicoactivas lícitas, incluindo o álcool, e as ilícitas, também afecta as competências do desenvolvimento dos jovens, das quais destaco os relacionamentos interpessoais saudáveis, sucesso escolar e também a entrada no mercado do trabalho.  

Como é óbvio, alguns problemas de saúde mental estão ligados aos problemas de saúde física. Nesse sentido, podemos concluir: saúde mental saudável, melhoras na saúde física. Todavia, os políticos portugueses, apesar do seu conhecimento dos dados acima referidos, optam por negligenciar, e consequentemente, aguardar até que os problemas relacionados com as dependências, despontem, com consequências alarmantes e em alguns casos dramáticas, para depois procurarem as soluções “atabalhoadas”, e excessivamente dispendiosas, para os contribuintes portugueses e para a economia do país. As medidas atabalhoadas, servem somente para “desenrascar”  a situação em si, nunca o problema, na sua verdadeira dimensão.

Na minha opinião, actualmente não existe, e nunca existiu desde o 25 de Abril de 1974, (38 anos) uma vontade expressa e/ou um plano concertado entre os parceiros sociais, a investigação científica, os médicos, a comunidade escolar, os tribunais e a sociedade na área específica da prevenção das dependências. As drogas, o alcoolismo, o tráfico, o consumo aparenta fazer parte de uma estratégia de uma agenda política que visa, somente, angariar votos. Infelizmente, são casos de polícia e dos tribunais. Um número significativo de reclusos, são jovens, cujo delito está relacionado com drogas. Sabemos também que as prisões não reabilitam ninguém, pelo contrário. Em Portugal, não existe história, cultura e políticos que cumpram as suas promessas políticas, em prol dos direitos e das liberdades das crianças, provavelmente, por as crianças não terem “voto na matéria.”

Algumas áreas a necessitar de intervenção:
Prevenir a gravidez Indesejável e/ou em idade prematura.
Competências parentais /Planeamento familiar
Promover competências na escola contra o consumo de substâncias psicoactivas, a violência (bullying), e a educação sexual.
Prevenção das doenças do foro psicológico (depressão, suicídio, outras)
Prevenção da adversidade e gestão das emoções e conflitos (Separação, divorcio, dependências de substâncias dos pais, luto)
Promover comportamentos saudáveis junto de populações mais desfavorecidas
Em plena crise social e económica, a indústria poderosa e milionária das drogas e os seus parceiros, vai certamente proliferar. A oferta supera a procura.
Em plena crise social e económica, a indústria poderosa e milionária do álcool, vai certamente investir nas técnicas agressivas de marketing e de venda, visto a legislação permitir essa ilegalidade. Por exemplo, as bebidas alcoólicas e o desporto não se misturam.

Enquanto os políticos optarem pelo silêncio, sobre a prevenção das dependências, estão a negligenciar e a consentir que algumas crianças e adolescentes, famílias e comunidades continuem a sofrer as consequências dramáticas, assim como a (des) responsabilização pelos custos económicos elevados, associados á dependência das substâncias lícitas, incluindo o álcool, e as substâncias ilícitas. O Mundo dos Adultos não é seguro para algumas crianças vulneráveis. Desde tempos remotos, nunca foi, chegou a altura de quebrar o silêncio.

Não será mais económico o investimento na prevenção dos problemas de saúde do indivíduo, da família e da comunidade (física e mental) em vez de o estado (contribuintes) suportar o peso elevadíssimo da factura na negação dos sintomas e consequências? Qual o resultado pratico da luta contra as drogas? Na minha perspectiva, não identifico um envolvimento e um compromisso na maioria dos políticos na luta contra a droga. Precisamos de líderes que saibam liderar e gerar confiança, precisamos de transparência nas políticas deste país. Como diz o ditado popular: “Mais vale prevenir do que remediar”





quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Mais vale prevenir do que remediar


Este post faz parte de um email enviado à Deco no seguimento de uma noticia de um jornal que referia a existência de associações de consumidores na Europa que estão a desenvolver campanhas que visam reduzir alguns produtos de elevado conteúdo de açúcar, álcool ou gorduras. O meu especial interesse é direccionado para o álcool, à publicidade e a técnicas agressivas de marketing visto em Portugal existir negligência por parte das autoridades competentes, da ordem dos médicos, ordem dos advogados, tribunais e sociedade em geral quanto às medidas preventivas junto da industria do álcool. A vida das crianças está acima dos lucros e dos interesses das empresas.  
Venho por este meio agradecer a resposta da Deco e aproveito para enaltecer o seu trabalho junto dos consumidores portugueses.


Assunto: Estudo sobre a publicidade ao álcool e os jovens

Exmos. Srs. 
Venho por este meio solicitar o seguinte. Sou vosso associado e um profissional que trabalha na área no tratamento e prevenção das dependências, refiro-me às substâncias psicoactivas lícitas, incluindo o álcool e as ilícitas (comportamentos adictivos).  

Há uns dias um jornal diário fazia referência à seguinte notícia "As agências de publicidade em Portugal não estão muito a par do que se 
está a passar na União Europeia. Muitas associações de consumidores querem reduzir alguns produtos com elevado conteúdo de açúcar, álcool ou gorduras. Em certas categorias de produtos querem eliminar as marcas porque acham que isso vai reduzir o consumo" Anthony Gibson, presidente do grupo Publicis. 

Gostaria de saber se têm conhecimento sobre as referidas associações europeias, e os respectivos contactos, envolvidas neste projecto que visa reduzir os produtos acima referidos (açúcar, álcool e alimentos altamente calóricos). Tenho especial interesse em ao relação ao álcool, visto não existir prevenção junto da sociedade (escolas, famílias, grupo de pares e comunidade) e o meu trabalho coincidir com a prevenção. Também gostaria de saber se a DECO já fez algum estudo sobre o impacto da publicidade e das técnicas agressivas de marketing, associado à Industria do álcool, em especial das cervejeiras, cujo target são os jovens. Caso tenha sido realizado solicitava o referido estudo. Caso não tenha feito, porquê?  

Factos sobre sociedade portuguesa:
Como sabem o alcoolismo é um problema de saúde pública em Portugal. O álcool é uma droga (substância psicoactiva altamente adictiva).  Vivemos numa "cultura que bebe." 

Portugal é o único país da EU em que a idade legal para consumo (e abuso) é a partir dos 16 anos. O lema "Seja responsável beba com moderação" é desactualizado, ineficaz e responsabiliza o indivíduo que consome. Desresponsabiliza a indústria do álcool. O álcool é uma droga que gera dependência (doença crónica).  

Estima-se que existam 800.000 alcoólicos e 1.000.000 bebedores problemáticos. Quantas famílias portuguesas, 
incluindo as crianças, são afectadas pelo alcoolismo, ao longo de varias gerações?  

A mortalidade associada ao álcool estima-se como a 4ª causa de morte  (cirrose hepática, neoplasias das vias respiratórias, do aparelho digestivo superior, colo-rectais, fígado, hipertensão arterial, pancreatite crónica, AVC hemorrágicos)  

A violência doméstica está associada ao álcool. Podemos também acrescentar os acidentes viação, as taxas de suicídio, acidentes de 
trabalho, absentismo laboral e escolar, internamentos em hospitais psiquiátricos.

Os contratos milionários na publicidade ao álcool no desporto (ex.  futebol). A legislação existente em Portugal, é permissiva permitindo assim este fenómeno. O álcool e o desporto não se misturam.  

Qual o impacto económico, associado ao álcool, na sociedade portuguesa?  

De acordo com vários estudos, nos EUA e em Inglaterra, a indústria poderosa e milionária do álcool tem vindo a aperfeiçoar as suas 
técnicas agressivas de marketing direccionadas ao público jovem. Estas 
técnicas de marketing, em Portugal, não são supervisionadas pelas entidades responsáveis. Procuram fidelizar este tipo de target às suas marcas para o resto da vida. Existe uma relação entre a publicidade (marketing) e o consumo (por ex. binge drinking - beber álcool cujo intuito é a intoxicação pelos jovens). Aparentemente, não existe vontade política para alterar o rumo deste tipo actuação negligente.  Isto é, o lucro está acima dos interesses e da saúde dos jovens. A vida das nossas crianças é demasiado valiosa para que possa ser negligenciada 

Desde já convido-os a visitar os meus blogues, em especial o da prevenção das dependências, onde podem encontrar mais informação sobre este assunto.  

Aguardo uma resposta, tão breve quanto possível.  

Atenciosamente 
João Alexandre Rodrigues 
Conselheiro em Comportamentos Adictivos 
Addiction Counselor (Art of Counseling) 

Resposta da Deco
Exmo. Senhor,

Acusamos a recepção do seu e-mail, que agradecemos.

A redução dos teores de vários nutrientes, nomeadamente açúcar, sal e gordura tem sido uma preocupação das diferentes organizações de consumidores, nomeadamente das europeias. No entanto, desconhecemos o projecto específico que refere na sua comunicação e consequentemente quais as associações que estão envolvidas.

O nosso trabalho relacionado com os consumos abusivos do álcool e alcoolismo é um assunto que tem merecido a nossa atenção e sobre o qual temos vindo a desenvolver, já há vários anos, um trabalho a vários níveis:

- Junto dos consumidores, através dos conteúdos nas nossas publicações e no site (artigos em anexo sobre “ Venda de álcool a menores e “Hábitos de consumo de bebidas alcoólicas)
- Junto das autoridades e agentes do mercado, nomeadamente através da nossa participação no Fórum Álcool e Saúde, que decorre do Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool.

O mesmo se passa em relação à  redução dos teores de açúcares, gorduras e sal. Para além dos vários artigos que temos vindo a publicar sobre estas temáticas e nos quais apelamos sempre para uma redução dos teores destes nutrientes, participamos na “Plataforma contra a obesidade”.


Sem outro assunto de momento,  enviamos os melhores cumprimentos.


Atentamente

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Menos Medicação


Menos Medicação - Mais Amor, Menos Doença: A Esperança da Criança.

“Um infinito ardor
Quase triste os veste,
Semelhante ao sabor
Quen tem à noite o vento leste.
Bailam na doçura amarga
Da tarde brilhante e densa
Tem a morte em si suspensa.”  Sophia de Mello B. Andressen


Foi numa manhã fria, com a neve que rodeava o hospital, fazendo das suas paredes brancas a continuação do nada que se sentia lá fora. Logo de manhã, no hospital de pedopsiquiatria estava a equipa à espera das novas listas de pacientes, sem os conhecermos demos-lhe um rumo. A Maria pertence ao sector da Via Emocional, o Pedro ao sector da Via de Condutas de Comportamento e a João à Via do Neurodesenvolvimento.

Foi-me entregue o João, aquele que eu vou delinear um rumo, mas que não escolheu o seu destino e nunca cheguei a ver a sua cara. No relatório clínico especifica que é muito activo, com problemas de concentração e hostil para com os seus colegas. Parece mais um caso a juntar a muitos outros. Mas quem é ele? Como será a sua cara? Qual è a sua história que nem ele provavelmente pode fazer senso de sonhos perdidos, idealizações que cairam aos pés dele como areia que se escapa por entre os dedos, como foi forçado a não amar aquilo que sente?
Tais questões não são práticas, só possuímos cinco a sete minutos para decidir o que vai acontecer ao João, como, possivelmente, o iremos tratar e uma agenda de 20 minutos para escolher a medicação certa, diz então assim o Pedopsiquiatra.
Decidi ir à escola do João, que tem cinco anos de idade. Falei com a professora e ela disse-me que realmente algo se passa de errado com ele pois é quase ímpossivel de o ter na aula, distrai os alunos, e sai do seu lugar constantemente, distraindo assim, os colegas e é muito difícil de controlar. Agradeci-lhe o seu tempo e pedi para ver o João.

Apresentei-me ao João e perguntei-lhe se queria brincar por um bocado. Ele perguntou-me “Brincar? Porquê?” eu respondi-lhe que era para o conhecer melhor. Não houve resposta.  Gostaria de acrescentar que uma criança que não tem prazer em brincar, e que por espontaneidade vontade, não sente o benefício do que é fazer um elo/vínculo para com outra pessoa que manifesta interesse em si, essa criança perde a sua essência.

Mas será ele próprio que não tem interesse em brincar, ou será que lhe retiraram a capacidade de se vincular com alguem, até mesmo dentro de um sitio onde ele se sente seguro em termos físicos, por ex a escola?
Tentei então falar com ele, mas ele limitava-se a responder “Não sei…”.

Qualquer bebé de quatro meses, com um desenvolvimento normal, começa a compreender que o seio da mãe que o alimenta lhe proporciona segurança, que lhe promete uma vida com amor, consegue conceptualizar que esse mesmo seio, é aquele que lhe dá frustração, aquele seio que nem sempre pode estar presente quando ele quer, que projecta nesse seio o mau que há no mundo, e é nesse periodo, em que a frustração é regulada por uma mãe atenta, e assim, começa a ter noção que o seio bom é ao mesmo tempo o seio mau, que a qualidade e a percepção do que é o amor se transforma no psiquismo do bébé, e a ambivalência, se for bem regulada pela mãe, se transforma pouco a pouco em paciência, e o amor, acima de tudo, prevalece.

No caso do João, diagnosticado com Problemas de Comportamento com comorbilidade com Hiperactividade, fica um recluso, um problema, mais um alvo de um plano de comportamento do qual fico responsável por delinear. Ou seja, estamos a ser reactivos ao problema, ao invés de elaborar estratégias práticas de prevenção. Num modo existencial, somos iguais ao João no modo de reagimos.
Se analisarmos a história do João, há sonhos perdidos, amores paternais não correspondidos por idealização e narcisismo paternal, mas no final, o doente é o Joao...

Agora, que a sua coerência cerebral já foi mudelada para a reactividade com poucas possibilidades de apaziguamento cortical, cabe-nos a nós profissionais, transformar um cérebro de uma criança, em que a memória de todo o trauma que não é visto a olho nu, já se estende pelo seu sistema periférico, gravado nas suas celulas, com uma expectativa de perigo séria instalada. 

Por quanto tempo vamos ser reactivos e não estabelecer estratégias familiares de prevenção? Quem mais tarde vai suportar e pagar estas consequências é a sociedade. Por ex. hospitalizações, instituições, consultas, etc.

A minha preocupação, além da infelicidade da criança, é o modo estas crianças são encaradas perante uma sociedade negligente, visto não possuir conhecimento actualizado, e respostas concretas, sobre o problema destas crianças, assim como recursos necessários. Pensarmos que basta arranjar uma vinculação segura (instituição e/ou família), tudo o resto irá correr bem, assim fala a arrogância da ignorância.

Muitos dos casos podem ser resolvidos nos primeiros dois anos de vida, mas quem pensa “Ah, estes problemas de comportamento são normais da idade.” acaba por “assassinar” o desenvolvimento saudável da criança. A criança precisa de acreditar que no futuro consegue ser feliz, que consegue ter relações de qualidade, que aprende a perdoar, e muito mais importante, e o cerne de tudo, consegue amar aquilo que realmente sente. 

E depois negamos toda essa responsabilidade com medicação, não para resolver o problema mas sim para o adormecer e nao nos aborrecer muito.
Mas, e a felicidade da criança?

Dr. Miguel Estrada 
Extracto e traduzido do artigo “What about me?” publicado em 2009 na CAMHS (Child and Adolescente Mental Heath Service), Inglaterra.

Comentario: Os meus agradecimentos ao Dr Miguel Estrada pela sua colaboração no "Mais Vale Prevenir Do Que Remediar". Na minha opinião, a sociedade portuguesa ainda não presta os devidos cuidados às crianças. Algumas crianças vulneráveis são negligenciadas, com a conivência de alguns adultos.  Arrisco a afirmar que, provavelmente, se elas votassem e tivessem participação civica e jurídica nos tribunais, por exemplo se houvesse um tribunal para julgar adultos, a realidade seria diferente. Uma noticia no JN, de 20/10/2011, referia, segundo o presidente do grupo Psiscolas, a orientação do Ministério da Educação, para este anos lectivo quanto à contratação de psicólogos para as escolas, possa significar que um psicólogo tenha de prestar serviço em dois ou três agrupamentos escolares, um rácio de "um técnico para mais de cinco mil alunos". Caso se venha a concretizar esta situação preocupante, recordo a frase do dr Miguel Estrada "Mas, e a felicidade da criança?"


domingo, 16 de outubro de 2011

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

ComSUMOS ACADÉMICOS

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

É tudo urgente?


Se é tudo urgente, qual o tempo disponível que dispomos para relaxar, divertir e recuperar as energias positivas? Qual é o modelo de gestão que adoptamos que nos permite usufruir da companhia da família (momentos de intimidade), incluindo os filhos, dos amigos, lazer? Sorrir, conviver com a família e filhos, amigos, ter um sono reparador, ir ao cinema, dar um passeio, alimentação diversificada e saudável, exercício físico.
Hoje o stress é um assunto actual e em destaque, nem é preciso pensar muito sobre isso, basta ligar a televisão e ou comprar o jornal e ficamos em stress, por exemplo o desemprego aumenta, o aumento dos impostos, dos preços das coisas essenciais, da incompetência de alguns políticos dos quais depositamos a confiança para a gestão do país, da falta de oportunidade de realização das ambições pessoais, das dívidas etc.

 Não ter tempo para nada, segundo as nossas expectativas, gera stress. Facilmente, caímos na armadilha de andar a lamentar (queixas) e descontentes pela falta de tempo, do emprego que não satisfaz, do carro, da 2ª feira, do ordenado, da conta bancária, do corpo, do patrão, dos colegas, da crise, da mulher/marido, dos filhos, da conta bancária, da chuva/sol, mas quando estamos de fim-de-semana e ou de férias queixamo-nos porque não temos nada para fazer.

Stress e as Relações. Se é TUDO urgente quando é que estamos disponíveis para amar e ser amados? Sim, porque sendo assim, tudo urgente, um dia até podemos estar disponíveis para amar, mas a/a nossa/o parceiro/a pode não estar porque para ele/a, naquela altura, é TUDO urgente. Adquirimos o sentimento de que somos mal amados. Qual o timming para amar numa relação entre duas pessoas, quando tudo à volta é urgente?

Considero que, na maioria dos casos, adoptamos a máxima do stress “É tudo urgente…” sofremos as consequências ao nível da saúde física, mental e emocional/espiritual, parece que, para sermos indivíduos precisamos de sofrer, todavia, se o sofrimento não possuir um propósito e um sentido construtivo, resiliente e saudável, não se aprende nada. Nada muda, com a agravante de a tolerância ao sofrimento aumentar. Ficamos cristalizados na autopiedade, na vitimização, “mártir”. Evocam-se causas nobres para sofrer, mas na realidade nada muda, na infelicidade, na frustração e o no isolamento. Com tendência para piorar. É tudo urgente, gera mais stress.

Se é tudo urgente, revelamos uma necessidade exagerada em projectar, no futuro, as nossas desilusões, falhanços e desenvolvemos preconceitos e estereótipos em relação aquelas pessoas que pensam e agem de maneira diferente por exemplo marido/mulher, filhos, colega de trabalho, amigos/as. Consequentemente, iremos ficar paralisados e incapazes de criar soluções construtivas, comunicar as nossas necessidades e estar atentas às necessidades dos outros, estabelecer relacionamentos de intimidade com as pessoas significativas, incluindo os nossos filhos. Enquanto permanecermos ansiosos, projectando cenários catastróficos nas nossas mentes, será difícil sentir confiança, auto estima, capacidade crítica e motivação, porque é tudo urgente.

Segundo um estudo publicado na revista Psychological Science, quando as pessoas se sentem mal em relação a elas mesmo, ficam predispostas para criticar e desenvolver preconceitos em relação às pessoas que são distintas. Esta é uma das razões, mais remotas, pela qual criticamos e julgamos (preconceitos e estereótipos) as outras pessoas.

Adopte um modelo de gestão do stress que realmente funcione e seja saudável.
Dicas:
Faça um serio investimento no tempo e energia que dedica ao sono. Durma oito horas e recarregue as baterias positivas e assim contribui para um melhor desempenho da memória, da concentração, da gestão das emoções e gestão dos conflitos.

Faça uma actualização pormenorizada aos seus critérios se pensar que dormir é perda de tempo. Identifica sentimentos de culpa ou embaraço por dormir uma sesta? Se pensar que dormir é sinónimo de preguiça, essas atitudes estão desactualizadas.

Faça exercício físico com regularidade, de preferência integrado num grupo de pessoas. Convide familiares e ou amigos para caminharem.

Alguns factores que só servem para desmotivar. Falta de confiança, falta de ambição, andar sempre a lamentar e descontente daquilo que não tem, não consegue e não faz. Definir objectivos ambíguos e irreais, falta de reconhecimento, não participar no processo de mudança com acções construtivas e responsáveis.

Cultive o hábito de avaliar os seus sentimentos, principalmente, o medo, a raiva e o ressentimento, o sentimento de culpa. Reduza o seu investimento (prioridade) na avaliação dos sentimentos dos outros em detrimento dos seus. Não coloque rótulos em si, em função daquilo que sente Aprenda a distinguir aquilo que são os seus sentimentos daquilo que você é realmente. Não somos aquilo que sentimos, mas aquilo que fazemos com os sentimentos.

Nas situações de stress aprenda a inspirar e a expirar (respirar). Assim estará a fornecer oxigénio ao cérebro, em vez de se privar dele (apneia). Nestas alturas de tensão/esgotamento diga a si mesmo mensagens que auxiliem o relaxamento (mantras) “Calma…vou relaxar”, uma oração e ou outras.

Na prevenção das dependências, não é tudo urgente, antecipasse o imprevisto e o indesejável através de planos concretos, objectivos realistas, competências individuais e sociais (pessoas). Os nossos filhos merecem esse investimento e como pais crescemos junto com eles, em vez de cristalizarmos.