domingo, 24 de junho de 2012

Pedidos de Ajuda: Quebrar o estigma, a negação e a vergonha


Alguns pedidos de ajuda que recebo por email. Todos os dados das pessoas envolvidas, nestas histórias reais, foram modificados de forma a manter o sigilo completo. Respondo a todos os pedidos de ajuda.

1. “Boa tarde, chamo me T. Hoje durante a hora de almoço deparei-me com o seu blogue e gostaria de saber se pode prestar apoio.
 Resumindo, o meu filho, de 16 anos, por uma questão de alguma baixa estima (provocada por uma limitação física), talvez por não ter tido o acompanhamento paterno que deveria e talvez também por uma questão de fragilidade da própria personalidade, começou a consumir marijuana.
Sei que não é todos os dias, sei que não é em grandes quantidades, mas tem todos os indícios de já ter apanhado o vício. Tem um grupinho de colegas da escola que também fumam. Jura que nunca irá para as drogas mais fortes, mas a verdade, é que cada vez noto-o com mais necessidade de sair de casa, depois do jantar, para estar com o grupo de amigos. Já falei, montes de vezes, com ele, já o chamei à razão, ele diz-me que faz menos mal que o tabaco normal, e para eu estar descansada que ele sabe controlar-se.
Tentei proibi-lo de sair, mas ele ficou muito revoltado. Mais tarde, pediu desculpa, dizendo que não é o filho que eu gostava que ele fosse. Conheço bem o meu filho, é um miúdo sensível, muito amigo do seu amigo, e isso também o torna um bocado influenciável.
Não sei muito bem como atuar, sinto que tenho de manter um equilíbrio entre o coração e a razão, tenho tentado fazer isso, mas também penso que se o proibir de estar com os amigos, vou perder uma grande parte da sua confiança, até porque alguns deles são colegas de turma. Neste momento, fumar umas ganzas é tão natural, como na minha adolescência, fumar cigarros normais.
Gostaria de um conselho. Agradecida”

2. “Chamo me A. e o acaso quis que abrisse o seu blogue sobre a prevenção das dependências. Sou professora e a grande maioria dos meus alunos apresentam comportamentos desviantes tendo já um percurso de vida bastante atribulado, uns institucionalizados, outros com historiais de consumos e pequenos furtos, e claro, todos em situação de abandono escolar. Gostaria de saber qual a possibilidade e disponibilidade de uma intervenção sua junto das nossas turmas. Atenciosamente."

3. Chamo me P. e tenho um filho adicto que consome drogas desde os 12, actualmente tem 36 anos. Já fiz de tudo para o ajudar, mas ao fim de um determinado tempo, acaba por recair, e consequentemente, também sinto na “pele” as consequências negativas da sua adicção, visto ele viver comigo. Já estou cansada de abordar o assunto, onde ele, inclusive, já perdeu a família, incluindo três filhos, dos quais não pode contactar, por decisão judicial. Não sei mais o que fazer. Por favor ajude-me. Obrigada"

4. Olá meu nome é C. e há um mês descobri que meu filho, de 14 anos, está dependente de drogas. Foge de casa, quando regressa, é um farrapo. Chora imenso e pede ajuda para o problema das drogas, mas quando estamos dispostos a ajuda-lo, ele afirma que não quer ajuda. Como ele não tem recursos financeiros próprios, decidiu-se pelo tráfico para consumir, ou seja não sei mais o que faço. Devo coloca-lo num colégio interno para afastá-lo da droga? Uma vez que ele é menor de idade e não tem poder de decisão sobre si.
 Aguardo sua opinião, Obrigada”

5. “Chamo-me R. sou estudante de um curso de nível 4 na área das toxicodependências. Neste momento estou a fazer o estágio numa instituição que está interessada em participar na Acção Europeia sobre a Droga (EAD), nesse sentido, terei que propor um tema na área da prevenção. Andei a pesquisar na Internet e descobri o seu blogue, gostaria de saber se pode facultar informação específica sobre prevenção primária para escolas do 1º e 2ºciclo. Encontro imensa informação, mas como sabe, é excessiva e não é muito explícita. Se puder ajudar, agradecia imenso, visto este trabalho ter um significado muito importante, visto tratar-se do estágio curricular.
Obrigada pela atenção, com os melhores cumprimentos”

Comentário: O motivo da publicação, deste pedidos de ajuda, no blogue é unicamente, quebrar o estigma, a negação e a vergonha associados às dependências de substâncias psicoactivas lícitas, incluindo o álcool, e/ou ilícitas. Portugal precisa, urgentemente, de uma cultura, ativa e diferente, que previna as dependências, atualmente, não existe prevenção.
Gostaria de alertar para a cultura que bebe, que reforça e promove o consumo de bebidas alcoólicas entre jovens menores de idade. Por exemplo, até à data deste post, Portugal é o único país da União Europeia, onde é permitido a venda e o consumo de bebidas alcoólicas a menores de idade. Sabia que o abuso do álcool e o alcoolismo são um problema de saúde pública? Sabia que o álcool é a substâncias psicoactiva mais perigosa?
Você tem filhos? Já falou com eles sobre o consumo de bebidas alcoólicas? Já abordou o tema das drogas ilícitas? Já abordou os riscos do abuso (binge drinking – consumo excessivo de bebidas alcoólicas cujo intuito é a intoxicação /embriaguez) e do alcoolismo. Se você não o fizer outras pessoas fazem por si. Você tem alguém na sua família com problemas associados ao abuso do álcool e/ou do alcoolismo ou drogas ilícitas? Se a resposta for sim, mais uma razão forte para abordar o assunto em família, incluindo os jovens. Promova a comunicação, na família, que ajude a quebrar os tabu e  os mitos associados às drogas lícitas e/ou ilícitas.
Importante: Caso você esteja interessada/o em ver esclarecido algumas questão em relação à prevenção das dependências envie um email. Todos os dados pessoais confidenciais
Caso esteja interessado sobre a realidade Portuguesa e as drogas.


quarta-feira, 16 de maio de 2012

Uma cultura que não previne


Depois de ver o vídeo: Magazine da RTP - Sociedade Civil (i) atrevo-me a confirmar, aquilo que venho a afirmar desde a existência deste blogue (2007), que não existe uma cultura de Prevenção das Dependências em Portugal. Quando se abordam "os consumos de álcool e outras dependências juvenis", nos meios de comunicação social, aborda-se o assunto de uma forma muito superficial, diria resignada e cordial entre as partes envolvidas, numa atitude de negação para com a verdadeira dimensão do problema. Alguns factos: 1. Facto: Somos uma cultura que bebe; que promove e incentiva o consumo e o abuso do alcool de jovens a menores de idade. Pessoalmente, fico preocupado quando imagino equipas de indivíduos adultos, à volta de uma mesa, a discutir técnicas agressivas de marketing cujo alvo são jovens de 16 anos e o consumo de bebidas alcoolicas. 2. Facto: O álcool é uma droga. O abuso de álcool e o alcoolismo são um problema de saúde publica. Questão da qual não conheço a resposta: Quantos portugueses, refiro-me aos indivíduos, às suas famílias, incluindo as crianças, são afectados pelo abuso do álcool e do alcoolismo?
Nota: Sem esquecer as outras substâncias psicoactivas lícitas, medicação receitada pelo medico (auto medicação), e as ilícitas.
O problema serio dos "consumos do álcool e outras dependências juvenis" persiste, intocavel e negligenciado, e assim é porque não existe vontade politica, legislação e investigação que considere a prevenção das dependências uma prioridade (plano nacional de saúde); o investimento financeiro na prevenção e na saúde das crianças e jovens, compensa, a médio e a longo prazo.

Infelizmente neste programa/magazine da RTP não abordou o fenómeno, relativamente recente, preocupante e investigado nos EUA e no Reino Unido, também varias vezes referido neste blogue, denominado Binge Drinking (http://kidshealth.org/teen/drug_alcohol/alcohol/binge_drink.html). O que é o Binge Drinking? Abuso no consumo de bebidas alcoólicas, num período reduzido de tempo, cuja principal intenção é a intoxicação (embriaguez). Por ex. entre os homens o consumo seguido de 5 ou mais bebidas e nas mulheres o consumo seguido de 4 ou mais bebidas. Este fenómeno pode ocorrer durante varios dias seguidos e afecta negativamente os comportamentos dos jovens - algumas consequências previsíveis após o Binge Drinking: acidentes, condução sob o efeito do álcool e/ou drogas, violência, agressão  sexual e abuso, doenças sexualmente transmissíveis (hepatite, VIH) , intoxicação alcoólica e morte
Para terminar, eis algumas questões que precisam de ser investigadas e reveladas ao publico em programas semelhantes ao magazine Sociedade Civil da RTP. Afinal é serviço publico.

1. As festas organizadas pelas associações de jovens estudantes, de norte a sul do país, são patrocinadas pela industria do álcool, cujo intuito é somente o lucro.

2. Nos eventos,  onde o publico é maioritariamente jovem (festejos estudantis, festejos da grandes cidades) quais as medidas legislativas de forma a prevenir o marketing agressivo da industria do álcool?

3. Quantas crianças/jovens são admitidas nas urgências dos hospitais como consequência do Binge Drinking?

4. Quais as consequências, entre os jovens, do Binge Drinking?

5. Quantas mortes estão relacionadas com o Binge Drinking?

Siga o link e veja o programa da RTP
(i) RTP Magazine Sociedade Civil


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Crise na Família



Nos últimos meses tenho recebido vários emails de mães, assustadas e impotentes, perante o eventual fenómeno do consumo e/ou dependência de drogas ilícitas.
Uma das questões mais comuns: “O meu filho de 16 anos consome haxixe. Ele diz que não há problema, mas estou assustada, será que ele pode ser toxicodependente?”

Prevenção que não previne, pelo contrário.
1. Hoje em dia, um número muito significativo de crianças e jovens está exposto e vulnerável perante o fenómeno do consumo excessivo de drogas lícitas, incluindo o álcool, e as ilícitas e em relação a este fenómeno sabemos apenas a ponta do iceberg, isto é, não existe prevenção em Portugal.

2.  Um número significativo de jovens faz consumos concomitantes de bebidas alcoólicas e canabinoides (haxixe e marijuana). Através da minha experiencia profissional, atualmente o consumo de substâncias psicoactivas ilícitas, canabinoides (http://www.doping-prevention.de/pt/substances-and-methods/cannabinoids/cannabinoids.html), faz parte de um acto social, idêntico ao consumo de bebidas alcoólicas, que desde os anos 80 tem ganho cada vez mais adeptos. Quais são os efeitos a medio e longo prazo, nos jovens sobre o consumo excessivo e concomitante entre as bebidas alcoólicas e os canabinoides (THC)? Não conheço a resposta nem existe investigação.

3. A guerra global às drogas existe desde os anos 70 e está longe de acabar. Aquilo que sabemos é que a oferta (trafico) supera a procura (consumo), eis um exemplo muito prático, se um jovem curioso  está interessado em consumir e experimentar os efeitos dos canabinoides, não tem muito trabalho e/ou esforço para conseguir obter a desejada substância. É mais simples, do que possamos imaginar. Há 25 anos atrás um jovem que quisesse encontrar, por exemplo haxixe seria mais difícil, hoje não. Por exemplo, no outro dia li num jornal, que um jovem foi detido, na sua escola, por se dedicar ao tráfico de drogas. Ficamos alarmados, mas de certeza que não é um caso isolado.

O que é que acontece quando o consumo de drogas ilícitas entra em casa, de rompante?
Frequentemente, quando surge no seio familiar, evidências sobre o consumo de substâncias psicoactivas ilícitas, canabinoides, pela criança/adolescente, a reação da mãe, quanto ao pai é o ultimo a saber, é de choque; “ E agora? O que é que vamos fazer?” Por exemplo, quando uma mãe aborda o assunto do consumo com o filho, a resposta é: “Mãe, não estejas preocupada porque eu sei o que estou a fazer. Sabias que o haxixe é uma droga leve? Sabias que o álcool é mais perigoso que o haxixe? Eu não fumo muito, é só de vez em quando.” Perante esta resposta, mais ou menos esclarecedora, do ponto de vista da mãe, esta fica mais tranquila, pensa que o filho está devidamente informado e é responsável por aquilo que faz, algumas mães ainda teimam, indecisas, em tom de ameaça velada “Vê lá o que andas a fazer, porque se o teu pai sabe disso já sabes como ele é”. 

Sem explorar mais dinâmicas na família (interação filho e mãe/pai) em relação ao assunto, de acordo com a resposta do filho, podemos pensar em duas questões: 1. O assunto da prevenção sobre o consumo de cannabinoides, na família, não foi abordado 2. com a agravante de a informação que o filho possui, provavelmente foi obtida na rua com os amigos que também fumam e ou na internet  “O haxixe é uma droga leve. O álcool é mais perigoso que o haxixe, por isso devia ser legalizado.” A criança/adolescente pensa: “Só é perigoso se fumar muito, por isso, se fumar de vez em quando não faz mal.” Sabia que apesar do haxixe não provocar dependência, pode tornar-se um hábito? Sabia que o nível de THC, ingrediente psicoativo toxico (http://pt.wikipedia.org/wiki/Tetraidrocanabinol) [i] que potencia o efeito, é elevado, comparado com o nível de THC de há duas décadas? Sabia que apesar de ninguém morrer com o consumo excessivo de cannabinoides, todavia, em alguns indivíduos, pode conduzir á loucura? Sabia que, na última década, os pedidos de ajuda, por exemplo no Instituto de Droga e da Toxicodependência (http://www.idt.pt) e outras instituições relacionados com o consumo excessivo de cannabinoides aumentaram significativamente? Sabia que as substâncias psicoactivas (sistema nervoso central) interferem no desenvolvimento normal do cérebro humano que só completa a sua maturação aos 21 anos de idade? Na minha opinião, pessoal não existem drogas leves nem drogas duras, é um mito, existem drogas psicoactivas, de acordo com as suas especificidades.

Adiante, voltemos ao assunto da família. Se as consequências relacionadas sobre o consumo dos cannabinoides se agudizam, no comportamento do filho (por ex. absentismo escolar, impulsividade, perda da memoria e concentração, euforia, pequenos delitos, isolamento da família – o convívio familiar é comprometido em prol do convívio com os pares; ex. deixa de haver horários para entrar e sair de casa, para as refeições, a família não conhece os amigos) estão reunidas as condições para uma crise na estrutura familiar, e caso não sejam adotadas medidas integradoras e construtivas, pode comprometer seriamente a comunicação e a coesão familiar (estrutura/hierarquia). 

Quando a questão do hábito do consumo de canabinoides e as consequências negativas é do conhecimento geral de toda a família, o foco da atenção é direcionado para o membro (criança/adolescente): Por exemplo, varias tentativas para interromper o hábito dos consumos, censurar e castigar, ameaças que não se cumprem e/ou tentativas em negar ou minimizar o problema. Apesar de este tipo de abordagem, funcionar em alguns casos, creio que não funciona na maioria deles. Um dos fatores que pode contribuir para o aumento exponencial da crise na família são o surgimento de quezílias antigas entre os membros da família (exemplos; defeitos de caracter, ressentimentos, remorsos e mágoa, divorcio, infidelidades, segredos) que complicam, ainda mais a abordagem do problema do habito e as consequências do consumo, assim como a solução. A dinâmica e hierarquia familiar (crianças, adolescentes e adultos) podem tornar-se caóticas, por exemplo através da agressividade ou passividade, da troca de acusações, na procura de culpados. Perante um problema na família, quem é o responsável por gerir os recursos da família? Quem é o responsável pelas decisões na família? Quem é o responsável por assumir determinados riscos na família? A hierarquia familiar está sustentada em valores e tradições que fomentam o diálogo? A coesão? A confiança?  

Se fossemos à procura de culpados para eliminar o problema das dependências, o mais provável é que seriamos todos nós. Depois, tal como foi referido anteriormente, o fenómeno das drogas veio para ficar. Vivemos numa sociedade capitalista em que o lucro (poder económico) está acima dos direitos e das liberdades da criança. Não existe vontade dos líderes políticos e na justiça (leis) quanto à prevenção das dependências. Na realidade, quando uma criança/adolescente, decide voluntariamente, consumir canabinoides e esse tipo de comportamento o conduz ao hábito, não existem culpados. O fator mais importante, na minha opinião, é a forma como a família se organiza e se estrutura em torno do problema, em vez de criar mais problemas. Afinal, o mais importante é o apoio à criança/adolescente.
Na crise familiar é extramente importante restabelecer o diálogo, a coesão, definir um plano e limites, regras que salvaguardam a instituição familiar -“O todo é mais importante que a soma das partes.” Só somos livres se vivermos de acordo com as regras instituídas, quer seja na família ou na sociedade, caso contrario, teremos que assumir as consequências dos nossos atos, quer sejamos crianças, adolescentes ou adultos. Na natureza não existem culpados, existem consequências.

Dicas:
1. Antes que surjam indícios sobre o consumo de substâncias psicoactivas lícita, incluindo o álcool, e as ilícitas, da parte do seu filho, aborde o tema da prevenção das dependências. Procure ajuda. O seu esforço e o seu investimento, neste tema, pode revelar-se recompensador, a medio e a longo prazo.

2. Questão: Quais são as regras instituídas pela família quanto ao consumo de substâncias psicoactivas lícitas, incluído o álcool e o tabaco, e as ilícitas? Se não existem regras definidas e esclarecidas por todos, trate de implementar, com os membros da sua família, antes que surjam factos e evidências, porque depois pode ser tarde. Como progenitor, dê o exemplo na aplicação das regras.

3. Se o seu filho consumir substâncias psicoactivas, canabinoides, isso não significa que ele/ela vai ser um dependente. Todavia, promova o diálogo sobre o assunto; não desvalorize ou sobre valorize. Trabalho de equipa: promovam atividades em família na pesquisa, atualização e informação sobre os efeitos do consumo excessivo de cannabis.

4. Caso exista na família um historial de doenças mentais (depressão, ansiedade) ou dependência de drogas, incluindo o álcool, esteja atento/a caso o seu filho seja consumidor de substâncias psicoactivas (ex. canabinoides) e informe-o das possíveis consequências, porque o consumo pode despoletar e/ou agravar os sintomas da doença (hereditariedade).

5. Treine o ouvir, sem interromper e sem fazer julgamentos de acordo com valores moralistas e desatualizados pela sociedade. O que é que ele/a pensa sobre o consumo? Qual é a atitude dele perante este comportamento? Avalie se ele/a ouve, se é responsável, se tem auto crítica, se aquilo que diz é coerente com aquilo que faz.

6. Faça perguntas, se quer obter as respostas que pretende.

7. Peça ajuda

Facto: Desde 2007, ano da existência deste blogue, até aos dia de hoje, ainda não recebi um único email de pais assustados em relação ao consumo e/ou abuso de bebidas alcoólicas. Você sabia que as drogas mais perigosas são as drogas lícitas? Refiro-me ao álcool e ao tabaco.



[i] Nota: Pesquisei a palavra Delta9 Tetrahidrocanabinol, também conhecido por THC no portal da saúde, no portal do IDT e não obtive qualquer resposta. Aparentemente, a prevenção das dependências não existe em Portugal.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

terça-feira, 3 de abril de 2012

A família: grupo de pessoas que não escolhemos, mas que herdamos.


A família estruturada: é uma questão de sorte ou são os genes que determinam a sentença final?
Algumas considerações observadas ao longo da minha experiência profissional.


Segundo a Dra Claudia Black "A família é um organismo complexo composto por diversas partes que compõem o todo”

- Como você sabe, este todo complexo, funciona quando as partes estão sintonizadas (equilíbrio). Nos comportamentos adictivos activos, a dor aguda e prolongada, exige modificações e adaptações. Em muitas situações radicais o equilíbrio da relações é sacrificado.

- Apesar da dor, é normal entre o sistema de relacionamentos da família haver crises ou separações. Caso você esteja numa crise encontre um sentido para a sua dor. Não fique destroçado/a sem um propósito. Aprenda com o acontecimento e procure apoio nas pessoas significativas e disponíveis. Se encontrar um propósito para o sofrimento está a valorizar as suas competências e os seus recursos através da adversidade.

- No sistema de relacionamentos da família a comunicação honesta é vital para o equilíbrio. Seja honesto/a e fomente um ambiente de abertura e flexibilidade. A melhor maneira de o conseguir é simplesmente parar de falar e começar a ouvir. Não tolere violência física, agressões verbais, humilhações ou qualquer outro tipo de maus tratos.

- Apesar de parecer confuso, é normal entre o sistema de relacionamentos da família haver crises. Diferenças de ideias e carácter, diferenças de crenças, diferentes pontos de vista, diferenças de experiências. Na família, a questão a ter em conta não é saber o que é que pode despoletar uma crise, a questão importante é; quando vai ocorrer. Por muito boa que seja a relação, um dia há de deparar-se com uma crise e isso há de ter impacto na sua vida. Pânico? Invista num plano de gestão, consciente e delineado. Trabalhe em equipa.

- Não existem pessoas perfeitas nem famílias perfeitas, todavia existem valores morais que promovem a comunicação honesta, a liberdade de expressão e de escolha, o respeito mutuo, a interajuda com limites ao longo da vida.

- Ao longo da educação das crianças existem ocasiões, de curta duração, onde a intervenção honesta e genuína do adulto resiliente, abnegado e comprometido com uma causa social, se reveste de uma aprendizagem recheada de conteúdo e potencial ao longo da vida, podemos acrescentar, de Propósito e Significado.

- Quando os pais se divorciam as crianças sofrem. Quando os pais querem proteger os filhos da dor (normal) podem interferir negativamente no processo de adaptação à nova realidade. A investigação revela que a resiliência, nas crianças, protege-as, principalmente quando o pai/mãe não as colocam no meio da hostilidade/conflito entre eles.

- Sabia que as crianças filhas/os de pais alcoólicos e/ou dependentes de substâncias psicoactivas ilícitas, vulgo drogas, "carregam" para o resto das suas vidas adultas as consequências da adicção? São adultos que receiam a intimidade, são adultos que negligenciam as suas necessidades básicas (amar e ser amado), apresentam níveis baixos auto estima, não existe limites nos relacionamentos, desenvolvem relacionamento de intimidade disfuncional, ex. codependência.

- Imensas famílias sofrem horrores (dramas e tragédias humanas) porque não se conseguem libertar da constante necessidade de controlo. O sofrimento é familiar, desenvolvem uma tolerância (controlo) elevada ao sofrimento. Não concebem o recuar, o desapego, o largar, a entrega. Ex. codependencia.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Bullying - o bully e a vítima.

O bully (aquele que pratica a agressão) pode já ter sido vitima de bullying. O fenómeno do bullying entre os jovens. Os pais, as escolas e as comunidades precisam de unir esforços e competências para lidarem com este fenómeno que pode causar trauma para toda a vida.
Siga o link
http://www.youtube.com/watch?v=__IjcLVBBYc&feature=related

segunda-feira, 19 de março de 2012

Debate sobre a guerra contra as drogas


Sabia que a guerra contra as drogas foi iniciada com o presidente americano Richard Nixon? Veja o video e faça os seus comentários sobre este fenómeno global que afecta países, sociedades, comunidades, famílias, incluindo as crianças, e milhões de indivíduos em todo o mundo. Este debate tem a presença de Richard Branson.
Você já foi afectado, directa ou indirectamente, sobre este flagelo? Responda a esta questão, construtivamente. Bem haja.